A Soja por Feldman

SOJA – A História Não É Bem Assim

(Entrevista com Dr. Alexandre Feldman)[1]

Hoje em dia existe uma verdadeira febre de consumo de soja. Propagada como um alimento rico em proteínas, baixo em calorias, carboidratos e gorduras, sem colesterol, rico em vitaminas, de fácil digestão, um ingrediente saboroso e versátil na culinária, a soja, na verdade é mais um “conto do vigário” do qual a maioria é vítima.

É bem verdade que a soja vem da Ásia, mais especificamente da China. Porém, os chineses só consumiam produtos FERMENTADOS de soja, como o shoyu e o missô. Por volta do século 2 A.C., os chineses descobriram um modo de cozinhar os grãos de soja, transfomá-los em um purê e precipitá-lo através de sais de magnésio e cálcio, formando o assim chamado “queijo de soja” ou tofu.

O uso destes alimentos derivados de soja se espalhou pelo oriente, especialmente no Japão. O uso de “queijo de soja” como fonte de proteína data do século 8 da era cristã (Katz, Solomon H “Food and Biocultural Evolution A Model for the Investigation of Modern Nutritional Problems”, Nutritional Anthropology, Alan R. Liss Inc., 1987 pág. 50).

Não é à toa que os antigos chineses não se alimentavam do grão de soja. Hoje a ciência sabe que ela contém uma série de substâncias que podem ser prejudiciais à saúde, e que recebem o nome de antinutrientes.

Um destes antinutrientes é um inibidor da enzima tripsina, produzida pelo pâncreas e necessária à boa digestão de proteínas. Os inibidores da tripsina não são neutralizados pelo cozimento. Com a redução da digestão das proteínas, o caminho fica aberto para uma série de deficiências na captação de aminoácidos pelo organismo. Animais de laboratório desenvolvem aumento no tamanho do pâncreas e até câncer nessa glândula, quando em dietas ricas submetidos a inibidores da enzima tripsina.

Uma pessoa que não absorve corretamente os aminoácidos, tem o seu crescimento e desenvolvimento prejudicado. Você já notou que os japoneses são, normalmente, mais baixinhos? Já os descendentes que vivem em outros países e adotam as dietas desses países, costumam ter uma estatura maior que a média no Japão. (Wills MR et al Phytic Acid and Nutritional Rickets in Immigrants. The Lancet, 8 de abril de 1972, páginas 771-773).

O efeito inibitório da absorção de aminoácidos pode comprometer a fabricação de inúmeras substâncias formadas a partir dos mesmos, entre os quais, os neurotransmissores. A enxaqueca, a cefaléia em salvas, a cefaléia do tipo tensional, e outras dores de cabeça, além de depressão, ansiedade, pânico e fibromialgia, são causadas por um desequilíbrio dos neurotransmissores. Qualquer fator que prejudique a sua fabricação, pode aumentar ou perpetuar esse desequilíbrio.

A soja contém também uma substância chamada hemaglutinina, que pode aumentar a viscosidade do sangue e facilitar a sua coagulação. Portadores de enxaqueca já sofrem de um aumento na tendência de coagulação do sangue e uma propensão maior a acidentes vasculares. A pior coisa para esses indivíduos é ingerir substâncias que agravam essa tendência.

Tanto a tripsina, quanto a hemaglutinina e os fitatos, que mencionaremos a seguir, são neutralizados totalmente pelo processo de fermentação natural da soja na fabricação de shoyu e missô, e parcialmente durante a fabricação de tofu.

Os fitatos, ou ácido fítico, são substâncias presentes não apenas na soja, mas em todas as sementes, e que bloqueiam a absorção de uma série de substâncias essenciais ao organismo, como o cálcio (osteoporose), ferro (anemia), magnésio (dor crônica) e zinco (inteligência).

Você não sabia de nada disso?

Mas a ciência já sabe, estuda esse fenômeno extensamente e não tem dúvidas a respeito. Já comprovou este fato em estudos realizados em países subdesenvolvividos cuja dieta é baseada largamente em grãos.

(Van-Rensburg et al Nutritional status of African populations predisposed to esophageal cancer, Nutr Cancer, volume 4, páginas. 206-216; Moser PB et al Copper, iron, zinc and selenium dietary intake and status of Nepalese lactating women and their breast-fed infants, Am J Clin Nutr, volume 47, páginas 729-734; Harland BF, et al Nutritional status and phytate zinc and phytate X calcium zinc dietary molar ratios of lacto-ovo-vegetarian Trappist monks 10 years later. J Am Diet Assoc., volume 88, páginas 1562-1566).

Claro que a divulgação desse conhecimento não é do interesse de toda uma indústria multibilionária da soja. A soja contém mais fitato que qualquer outro grão ou cereal. (El Tiney AH Proximate Composition and Mineral and Phytate Contents of Legumes Grown in Sudan”, Journal of Food Composition and Analysis, v. 2, 1989, pp. 67-78).

Para os demais cereais e grãos (arroz integral, feijão, trigo, cevada, aveia, centeio etc), é possível reduzir bastante e neutralizar em grande parte o conteúdo de fitatos, através de cuidados simples, como deixá-los de molho por várias horas e, em seguida, submeter a um cozimento lento e prolongado. (Ologhobo AD et al Distribution of phosphorus and phytate in some Nigerian varieties of legumes and some effects of processing. J Food Sci volume 49 número 1, páginas 199-201).

Já os fitatos da soja não são reduzidos por essas técnicas simples, requerendo para isso um processo bem longo (muitos meses, no mínimo) de fermentação. O tofu, que passa por um processo de precipitação, não tem os seus fitatos totalmente neutralizados.

Interessantemente, se produtos como o tofu forem consumidos com carne, ocorre uma redução dos efeitos inibidores dos fitatos. (Sandstrom B et al Effect of protein level and protein source on zinc absorption in humans. J Nutr volume 119 número 1, páginas 48-53; Tait S et al, The availability of minerals in food, with particular reference to iron J R Soc Health, volume 103 número 2, páginas 74-77).

Mas geralmente, os maiores consumidores de tofu são vegetarianos que pretendem consumi-lo em lugar da carne!

O resultado?

Deficiências nutricionais que podem levar a doenças como dores crônicas, como dor de cabeça e fibromialgia. O zinco e o magnésio são necessários para o bom funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. O zinco, em particular, está envolvido na produção de colágeno, na fabricação de proteínas e no controle dos níveis de açúcar no sangue, além de ser um componente de várias enzimas e ser essencial para o nosso sistema de defesas. Os fitatos da soja prejudicam a abosrção do zinco mais do que qualquer outra substância. (Leviton, Richard Tofu, Tempeh, Miso and Other Soyfoods The “Food of the Future” – How to Enjoy Its Spectacular Health Benefits, Keats Publishing Inc, New Canaan, CT, 1982, páginas 14-15).

Por conta da tradição oriental, indústria da soja conseguiu inseri-la num patamar de “alimento saudável”, sem colesterol e vem desenvolvendo um mercado consumidor cada vez mais vegetariano. Infelizmente, ouvimos médicos e nutricionistas desinformados, ou melhor, mal informados por publicações pseudo-científicas patrocinadas e divulgadas pela indústria da soja, fornecendo conselhos, em programas de TV em rede nacional, no sentido de consumi-la na forma de leite de soja (até para bebês!!), carne de soja, iogurte de soja, farinha de soja, sorvete de soja, queijo de soja, óleo de soja, lecitina de soja, proteína texturizada de soja, e a maior sensação do momento, comprimidos de isoflavonas de soja, sobre a qual comentarei mais adiante neste livro. A divulgação, na grande mídia, destes produtos de paladar no mínimo duvidoso, como sendo saudáveis, tem resultado em uma aceitação cada vez maior dos mesmos por parte da população.

Que prejuízo! (Não para a indústria, é claro).

Sabe como se faz leite de soja?

Primeiro, deixa-se de molho os grãos em uma solução alcalina, de modo a tentar neutralizar ao máximo (mas não totalmente) os inibidores da tripsina. Depois, essa pasta passa por um aquecimento a mais de 100 graus, sob pressão. Esse processo neutraliza grande parte (mas não a totalidade) dos antinutrientes, mas em troca, danifica a estrutura das proteínas, tornando-as desnaturadas, de difícil digestão. (Wallace GM Studies on the Processing and Properties of Soymilk. J Sci Fd Agric volume 22, páginas 526-535). Além disso, os fitatos remanescentes são suficientes para impedir a absorção de nutrientes essenciais.

A propósito, aquela tal solução alcalina onde a soja fica de molho é a base de n-hexano, nada mais que um solvente derivado do petróleo, cujos traços ainda podem ser encontrados no produto final, que vai para a sua mesa, e que pode gerar o aparecimento de outras substâncias cancerígenas. Este n-hexano eduz, também, a concentração de um aminoácido importante, a cistina. (Berk Z Technology of production of edible flours and protein products from soybeans. FAO Agricultural Services Bulletin 97, Organização de Agricultura e Alimentos das Nações Unidas, página 85, 1992). Felizmente, a cistina se encontra abundante na carne, ovos e iogurte integral – alimentos estes normalmente evitados pelos consumidores de leite de soja.

Mas como? A soja não é saudável? Não é isso que dizem os médicos e nutricionistas?

Infelizmente, a culpa não é deles, e sim do jogo de desinformação que interessa à toda a indústria alimentícia. A alimentação, assim como a saúde, é um grande negócio. Dois terços de todos os alimentos processados industrialmente, contêm algum derivado da soja em sua composição. É só conferir os rótulos. A lecitina de soja atua como emulsificante. A farinha de soja aumenta a “vida de prateleira” de uma série de produtos. O óleo de soja é usado amplamente pela indústria de alimentos. A indústria da soja é enorme e poderosa.

E como se fabrica a proteína de soja?

Em primeiro lugar, retira-se da soja moída o seu óleo e o seu carboidrato, através de solventes químicos e alta temperatura. Em seguida, mistura-se uma solução alcalina para separar as fibras. Logo após, submete-se a um processo de precipitação e separação utilizando um banho ácido. Por último, vem um processo de neutralização através de uma solução alcalina. Segue-se uma secagem a altas temperaturas e à redução do produto a um pó. Este produto, altamente manipulado, possui seu valor nutricional totalmente comprometido. As vitaminas se vão, mas os inibidores da tripsina permanecem, firmes e fortes! (Rackis JJ et al The USDA trypsin inhibitor study. I. Background, objectives and procedural details. Qual Plant Foods Hum Nutr, volume 35, pág. 232).

Não existe nenhuma lei no mundo que obrigue os alimentos à base de soja a exibirem, nos rótulos, a quantidade de inibidores da tripsina. Também não existe nenhuma lei padronizando as quantidades máximas deste produto. Que conveniente!

O povo… coitado… só foi “treinado” para ficar de olho na quantidade de coleterol – esta sim, presente em todos os rótulos. Uma substância natural e vital para o crescimento, desenvolvimento e bom funcionamento do cérebro e do organismo como um todo.

O povo nunca ouviu falar nos antinutrientes e inibidores da tripsina dos alimentos de soja.

A proteína texturizada de soja (proteína texturizada vegetal, carne de soja) possui um agravante a adição de glutamato monossódico, no intuito de neutralizar o sabor de grão e criar um sabor de carne.

Alguns pesquisadores acreditam que o grande aumento das taxas de câncer de pâncreas e fígado, na África, se deve à introdução de produtos de soja naquela região. (Katz SH Food and Biocultural Evolution A Model for the Investigation of Modern Nutritional Problems. Nutritional Anthropology, Alan R. Liss Inc., 1987 pág. 50).

A minha dica: Quando consumir soja, utilize apenas os derivados altamente fermentados, como o missô e o shoyu. Mesmo assim, muita atenção para os rótulos. Compre apenas se neles estiver escrito “Fermentação Natural”, e se NÃO contiverem produtos como glutamato monossódico e outros ingredientes artificiais. Quando consumir tofu, certifique-se de lavá-lo com água corrente, pois grande quantidade dos antinutrientes ficam no seu soro.


[1] http://correcotia.com/soja/soja-feldman.htm

10 comentários

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    • Gabriel em 4 de agosto de 2010 às 19:41
    • Responder

    A desnaturação protéica facilita a digestão, acho melhor vc rever essa parte ali.

    1. Gabriel: Por favor desenvolva mais sua idéia, enviando-me material de pesquisa e referências bibliográficas sobre o que você definiu como “desnaturação protéica” em relação à soja, ok? Eu não defendo nenhuma crença específica e estou sempre aberto a rever todos os meus conceitos. Abs.

  1. Não sei se eu concordo, porque a soja tem fitoestrogenio que me melhorou totalmente. Assim eu vou continuar usando-a, mas tudo com parcimonia . E para que este problema não aconteça é so lavar a soja em água morna e deixa-la de molhor em água morna para depois cozinha-la. São tecnicas chinesa para se comer a soja sem problema

    1. Miriam: Eu sou muito flexível em relação a qualquer “ponto-de-vista”, já que todo mundo acha que está certo… No texto do Feldman ele escreve que: “Os inibidores da tripsina não são neutralizados pelo cozimento”; “Tanto a tripsina, quanto a hemaglutinina e os fitatos, que mencionaremos a seguir, são neutralizados totalmente pelo processo de fermentação natural da soja na fabricação de shoyu e missô, e parcialmente durante a fabricação de tofu”; “Os fitatos, ou ácido fí tico, são substâncias presentes não apenas na soja, mas em todas as sementes, e que bloqueiam a absorção de uma série de substâncias essenciais ao organismo, como o cálcio (osteoporose), ferro (anemia), magnésio (dor crônica) e zinco (inteligência)”; “A soja contém mais fitato que qualquer outro grão ou cereal”; “Para os demais cereais e grãos (arroz integral, feijão, trigo, cevada, aveia, centeio etc), é possí vel reduzir bastante e neutralizar em grande parte o conteúdo de fitatos, através de cuidados simples, como deixá-los de molho por várias horas e, em seguida, submeter a um cozimento lento e prolongado” e “Já os fitatos da soja não são reduzidos por essas técnicas simples, requerendo para isso um processo bem longo (muitos meses, no mínimo) de fermentação. O tofu, que passa por um processo de precipitação, não tem os seus fitatos totalmente neutralizados”.
      Segundo outro estudo, a soja pode causar:
      “A – Alterações do pâncreas. O dobro das crianças alimentadas com fórmulas de soja tem diabetes. Nota-se que há estudos que acusam a soja de produzir diabetes desde, pelo menos, 1986.
      B – Alterações da tireóide. A soja contém substâncias que debilitam a função da glândula tireóide. É bociogênica. A genisteína é um inibidor da peroxidase tireoidiana mais poderoso que os medicamentos normais antitireóideos. Tem-se descrito com:
      -Aumento da TSH hipofisária em respposta a sua ação antitireóidea.
      -Bócio difuso.
      -Hipotireoidismo, com seus sintomas associiados: constipação, letargia, fadiga, etc. Uma ação que por certo compartilha com o urinar e que é ignorada pelos usuários.
      -Tireoidite auto-imune subaguda. As crianças alimentadas com fórmulas a base de soja têm o triplo de enfermidades auto-imunes da tireóide, segundo um estudo do Departamento de Pediatria do Hospital Universitário Cornell de North Shore Manhasset, Nova Iorque.
      -Câncer na tireóide. O Dr. Miichael Fitzpatrick, cientista meio-ambientalista e investigador dos xenoestrógenos, considera que os produtos derivados da soja podem aumentar o risco de câncer tireóideo. Encontrou-se bócio maligno nos animais experimentais alimentados com soja.
      O mecanismo destas alterações é conhecido e está descrito na literatura científica ortodoxa: As isoflavonas da soja inibem a peroxidase tireóidea (TPO) necessária para fabricar hormônios tireóideos T3-T4. Uma delas, a genisteína, causa dano irreversível às enzimas que sintetizam os hormônios da tireóide, inibe as reações catalisadoras da peroxidase tireóidea.”

    • ivanilde novaes em 5 de dezembro de 2010 às 18:40
    • Responder

    foi muito importante para mim , pois eu estava utilizando soja em grão achando que estava colaborando para minha saúde, pois a maioria das pessoas nao pesquisam e sao prejudicadas, pesquisei por acaso, para saber quais seriam os beneficios para o organismo utilizando a soja e fiquei espantada e modificarei meus hábitos. Mas quais alimentos podem serem consumidos para evitarem as doenças, osteporose, cancer, o que poderemos fazer, já que todos os alimentos possuem agrotoxicos, e os que nao são muito caros, distante da realidade brasileira, se conformar e esperar que nao morramos com essas doencas.

    1. Ivanilde:
      Eu não acredito em um tipo de dieta saudável para todas as pessoas. Cada pessoa tem a sua genética, o seu metabolismo, o seu temperamento e o seu estilo de vida… Tudo isso junto causa um grau maior ou menor de desequilíbrios, que podem ser auxiliados com dietas específicas para cada caso. A maioria das doenças são causadas pelo próprio estilo de vida das pessoas, associado ao seu metabolismo e sua relação com o meio-ambiente. Doenças como Osteoporose, Obesidade, Diabetes tipo II, Hipercolesterolemia, etc., são doenças causadas pelo estilo de vida. Já as doenças auto-imunes têm relação com a genética e o estilo de vida. E já se sabe atualmente que o câncer é uma doença gerada a partir da Revolução Industrial: existem mais de 100.000 substâncias químicas sintéticas circulando pelo mundo… Haja DNA para dar conta de tudo isso! Estou escrevendo um livro sobre estes temas e vou colocar algumas coisas no site.
      Abs.

    • ismael abdo ganeu em 23 de abril de 2011 às 14:13
    • Responder

    Dr.Maciel; gostaria de saber o seguinte:
    o snr.afirma que caes alimentados com soja
    tem bocio maligno, ora é sabido que a maioria dos caes comem ração e,sua base é de soja; sendo assim a maioria dos caes deveriam ter este problema o que até hoje
    não foi detectado; há explicação para o fato. Obrigado

    1. Caro Ismael Abdo Ganeu:

      Na entrevista com o Dr. Feldman (não é um artigo meu), o que se lê é o seguinte:

      Câncer na tireóide. O Dr. Michael Fitzpatrick, cientista meio-ambientalista e investigador dos xenoestrógenos, considera que os produtos derivados da soja podem aumentar o risco de câncer tireóideo. Encontrou-se bócio maligno nos animais experimentais alimentados com soja.

      Ou seja, o texto não cita “cães”, mas “animais experimentais”, que podem ter sido ratos ou coelhos (mais comuns).
      Apesar disso, vou discorrer um pouco sobre a sua pergunta.

      A primeira questão a ser levantada é que no Brasil as estatísticas e os estudos sobre câncer nos animais não são confiáveis e vou colocar abaixo algumas evidências disso:

      “Os tumores malignos de pele (carcinomas cutâneos) estão entre os cânceres mais comuns, principalmente em cães e gatos mais idosos. São mais comuns nos animais de pela muito clara, com pouca pigmentação e mais freqüente em felinos que em cães. A área mais afetada costuma ser a face. Os sarcomas (tumores malignos provenientes do tecido muscular, adiposo e ósseo) são também de incidência relativamente alta. No Brasil, são mais freqüentes em cães que em gatos. Os tumores de origem ligada à formação de células sanguíneas (tecido hematopoiético), também acometem tanto cães como gatos, sendo mais comuns as leucemias e os linfomas. São comuns nos gatos infectados pelo vírus da leucemia felina (FeLV). Dentre os tumores menos freqüentes, encontramos os tumores do sistema nervoso.”

      Fonte: [http://grandesamigospetshopsalvador.wordpress.com/2009/05/26/cancer-em-caes-e-gatos/]

      “Os tipos de cânceres mais comumente diagnosticados em cães são:
      Cães machos: Tipo de Câncer e % do Total dos Cânceres: Tecido Conjuntivo – 17%; Testículos – 16%; Pele (melanoma) – 14%; Boca e garganta – 10%; Linfoma – 10%; Ossos – 4%; Estômago e intestinos – 3%.
      Cães fêmeas: Tipo de Câncer e % do Total dos Cânceres: Mama – 51%; Tecido Conjuntivo – 9%; Pele (melanoma) – 8%; Linfoma – 6%; Boca e garganta – 5%; Fígado e vesícula biliar – 2%; Ossos – 2%.”

      Fonte: [http://www.peterwhite.com.br/cancer_caes.htm]

      “O local mais comum, afetado pela maioria dos tipos de câncer, é o pulmão. Daí a importância de se fazer um raio X pulmonar, para verificar se esse órgão vital já está afetado quando da detecção de qualquer neoplasia maligna. A extensão da doença e o tempo de vida que o animal terá, vão se basear muito nesse dado.”

      Fonte: [http://www.webanimal.com.br/cao/index2.asp?menu=cancer.htm]

      “Segundo o médico veterinário Carlos Roberto Daleck, que lidera as pesquisas da FCAV, a incidência de câncer em cães é alta. “Trinta por cento deles poderão desenvolver algum tipo de tumor ao longo de sua vida”, diz.
      “O mais comum é o ósseo, que responde por 80% dos casos e afeta mais as pernas da frente dos cães grandes, como os das raças pastor alemão ou rottweiler.”

      Fonte: [http://www.artigosinformativos.com.br/Cresce_a_incid%C3%AAncia_de_cancer_em_cachorros_Dourados_Mato_Grosso_do_Sul-r1217108-Dourados_MS.html]

      Ou seja, cada autor diz uma coisa totalmente diferente da outra.

      A segunda questão é que a Ciência não sabe até hoje a verdadeira causa dos cânceres, quer sejam em seres humanos, quer sejam nos animais:

      “Principais causas de câncer em humanos: Existem vários fatores que favorecem o desenvolvimento do câncer. Podemos citar como principais : predisposição genética (casos na família), hábitos alimentares, estilo de vida e condições ambientais. Todos estes fatores aumentam o risco de uma pessoa desenvolver a doença.” Fonte: [http://www.suapesquisa.com/cancer/]

      “As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais. De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais.
      Hereditariedade: São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Um exemplo são os indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos casos, apresentam história familiar deste tumor. Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum. Determinados grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros.” Fonte: [http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=81]

      “Principais causas de câncer em cachorros: Não há predileção de sexo, mas algumas raças são mais acometidas que as outras. Geralmente, o câncer aparece em animais mais velhos. Ainda não se sabe se algum fator genético está envolvido, nem as razões pelas quais se dá o início da multiplicação desordenada das células. Também não há meios de se prevenir o câncer em animais. Um diagnóstico precoce, que nem sempre é possível, é a única maneira de se enfrentar o câncer com possibilidades de prolongamento da vida do animal e, em algumas vezes, a cura.” Fonte: [http://www.artigonal.com/ciencias-artigos/cancer-em-caes-1201731.html]

      Dito isso, vamos ver algumas pesquisas internacionais de câncer em cachorros:

      “Câncer e chachorros: saiba os fatos
      O câncer é a causa principal de morte em cachorros com mais de 10 anos.
      Q: O quanto é comum o câncer em cachorros, e quais são cânceres mais comuns encontrados em cachorros?
      R: Ele tem sido muito comum, especialmente em cachorros mais velhos. Cinqüenta por cento dos cachorros acima da idade de 10 anos desenvolvem câncer em alguma parte do corpo. Nós vemos linfoma maligno que é um tumor dos nódulos linfáticos. Nós vemos tumores mastocitomas que são uma forma de câncer de pele. Há tumores das glândulas mamárias, ou câncer de peito, e sarcomas de tecidos moles. Nós também vemos uma quantia grande de câncer de ossos em cachorros.” Fonte: [http://pets.webmd.com/dogs/guide/dogs-and-cancer-get-the-facts]

      “O câncer em animais de estimação é mais comum do que você pensa. É o número um de causa natural de morte em gatos e cachorros idosos e conta quase 50% das mortes destes animais a cada ano.
      Câncer de mama em Cachorros: Dieta
      Uma dieta rica em comidas vivas e cruas, servirá para prover enzimas vitais ao corpo. Uma terapia de enzimas pode ser indicada junto com as comidas cruas.
      Uma teoria sobre o câncer que parece muito válida entre círculos nutricionais é que o câncer é causado em parte pela metabolização deficiente das proteínas. Mudando para uma dieta crua e viva, você dará para o sangue do cão uma chance para se clarificar.” Fonte: [http://www.caninecancer.co.uk/]

      “Tumores de tireóide em cachorros
      O que são os tumores da tiróide?
      Os tumores da tiróide incluem estruturas císticas chamadas papos, crescimento multinodular (hiperplasia), tumor benigno (que não se espalham) cânceres benignos (adenomas) e cânceres maligno (carcinomas). Até um terço dos carcinomas de tiróide em cachorros podem se originar de células específicas nas glândulas tiróides (células-C) que agem em combinação com os hormônios das glândulas da paratireóide para regular o cálcio do sangue.
      O que nós sabemos sobre a causa?
      A razão por que um animal em particular pode desenvolver este, ou qualquer outro câncer, não se sabe ao certo. O câncer é freqüentemente a aparente culminação de uma série de circunstâncias que se somam para o indivíduo infeliz.
      Um tumor não-canceroso da tiróide chamado ‘papo colóide’ é devido à inatividade da glândula. Ele é causado freqüentemente por tumores na glândula pituitária que impede a produção do hormônio pituitário que controla a tiróide. Há numerosas drogas e doenças que podem produzir papo não canceroso mas tais papos são raros.
      A excitação prolongada da glândula tiróide causa freqüentemente mudanças cancerosas com um espectro contínuo de áreas pequenas de crescimento (hiperplasia) para adenoma tireoidiano benigno e então câncer maligno (adenocarcinoma da tiróide). Este processo de multi-passos é chamado progressão de tumor. Alguns cânceres nunca progridem além do primeiro estágio e assim permanecem benignos.
      Por que meu cachorro desenvolveu este câncer?
      Alguns animais têm uma tendência maior (suscetibilidade genética) para o câncer. Algumas raças têm cânceres muito mais frequentemente que outras, de tipos específicos. Quanto mais divisões uma célula sofre, mais provável é uma mutação e assim o câncer é mais comum em animais mais velhos.
      Estes tumores são comuns?
      Os tumores malignos da tiróide são moderadamente comuns em cachorros. Os boxers, bigles e golden retrieveres têm mais tumores na tiróide que outras raças.
      90% dos tumores em tiróides de cachorros são malignos e o diagnóstico é freqüentemente muito tardio para uma cura.
      Fonte: [http://www.fetchdog.com/learn-connect/dog-resource-library/health/oncology/Thyroid-Tumors-in-Dogs/D/300600/P/1:5:55:601:6106/I/AR000010581]

      Abs.

    • Anna em 6 de fevereiro de 2012 às 23:43
    • Responder

    Dr. qto mais leio , mais me assusto. Tenho um filho 4 anos que nasceu com alergia L vaca…. A alergia manifestou primeira vez com 40 dias atraves de dermatites… e ao longo dos 4 anos teatamos com homeopatia que amenizou alguns sintomas..mas nem perto da cura do quadro.Atualmente fuo direcipnada a uma alergologista pq o tempo ta passando e o nosso cotidiano tem sifo mais complicados… afinal eh dificil pra um menino de 4anos entender q nao eh igual aos coleguongas… Mas o que me deixou confusa e preocupada sao as materias sobre a soja… Atualmente soja eh
    a base da alimemntao o meu fiho… se nao pode ser leite, nao da pra ser soja…. entao o q oferecer?

    1. Anna:
      Cerca de 50% das pessoas que têm alergia às proteínas do leite de vaca também apresentam alergia simultânea às proteínas de outros alimentos incluindo ovos, soja, amendoim, achocolatados, laranja, peixes e trigo. E cerca de 50 a 80 % das pessoas que apresentam alergia ao leite também podem apresentar alergia a inalantes alergênicos, como pólen, pêlos de animais, mofo, poeira de carpetes etc.
      A melhor coisa a fazer é consultar uma nutricionista para montar um cardápio adequado para ele, após verificar se ele não tem algumas destas outras alergias descritas acima. Mesmo que ele não seja alérgico à soja, minha recomendação é que ela não seja usada como alimento.
      Abs.

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