Canola: A planta que Deus não criou… [1]
A canola é mais uma destas histórias atuais, que mostram como a ciência, afastada do comum das pessoas, se torna cúmplice de atitudes públicas, que podem ser perigosas para a saúde coletiva.
Em primeiro lugar, é preciso estabelecer a seguinte questão: o que é canola, que, afinal, nem consta nas encicoplédias (Comptons e Encarta de 96)?
Vejam só: Canola é novo nome da Colza. Colza? Novo nome? O que é isto afinal? Bem a Colza é uma planta da família das mostardas. É a mesma planta que foi a fonte de produção do agente mostarda, gás letal usado de forma terrível na Guerra Mundial. O óleo de colza é utilizado como substrato de óleo lubrificante, sabões e combustível, sendo considerado venenoso para coisas vivas: ótimo repelente (bem diluído) de pragas em jardins. Este poder tóxico é proporcionado pela alta quantidade de ácido erúcico que contém.
Tem sido usado de forma alimentar no Extremo Oriente, na forma não refinada, e contrabalançada com uma dieta rica em gordura saturada, o que evitaria seus graves efeitos tóxicos.
No entanto no ocidente o objetivo era se produzir um óleo com pouca gordura poliinsaturada, e boa quantia de ácido oléico e omega-3. O óleo de oliva tem estes predicados, mas sua produção em larga escala é dispendiosa.
Aí entram em cena empresas de “ótimas intenções”, como a Monsanto, e produz uma variação transgênica da colza. Para evitar problemas de marketing, usa o nome CAN – OLA (“Canadian oil“ – ou “óleo canadense“). Isto mesmo: CANOLA é absolutamente transgênica.
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Flores da Canola e da Colza – repare nas semelhanças
Sua comparação aos benefícios do óleo de oliva não passa de uma estratégia de venda: o óleo de oliva é bem mais caro, mas a canola é o mais caro do que os outros óleos, apesar de ser de produção baratíssima! Bom negócio, enfim.
Bem, se você não queria usar transgênicos sem seu expresso consentimento, mas já usou o óleo de canola, talvez até aconselhado pelo seu cardiologista ou nutricionista, fazer o quê? Perdemos o direito desta opção quando nos foi retirada toda a informação. Mas se é tão bom assim como se diz, porque não informar tudo a respeito?
O óleo de canola está longe de ser tão salutar assim como se alardeia. Se observarem bem, pode deixar um cheiro rançoso nas roupas, pois é muito facilmente oxidado, e seu processo de refinamento produz as famigeradas gorduras trans (igual problema das margarinas), relacionadas a graves doenças incluindo o câncer. Produz déficit de vitamina E, antioxidante natural. Alimentos feitos com canola embolaram mais rapidamente.
As pequenas quantias de ácido erúcico, que ainda persistem na planta alterada, continuam sendo tóxicas para consumo humano, e esta ação tóxica é cumulativa. Existem relatos de inúmeras outras enfermidades ligadas à ingestão e até mesmo a inspiração de vapores de canola (possível vínculo com câncer de pulmão).
A canola também ilustra um jeito de funcionar das mega empresas de biotecnologia. Em abril de 2002, nos Estados Unidos, o CFS (Centro de Segurança Alimentar) e o GEFA (Alerta de Alimentos Geneticamente Produzidos) pediram uma investigação criminal contra a Monsanto e a Aventis mais o Departamento Americano de Agricultura, que haviam permitido o ingresso ilegal de sementes de colza modificada para dentro do território americano antes da aprovação legal desta importação para produção local. Aqui e lá tudo funciona meio parecido.
A própria liberação da canola no território americano contou com estímulo de US$50 milhões do governo Canadense para que o FDA (órgão regulador) facilitasse seu ingresso na indústria alimentar de lá, mesmo sem os adequados estudos de segurança em humanos.
Enfim, novamente nos defrontamos com uma situação em que a mão do homem subverte o bom senso entre ciência e saúde, ao que parece porque os interesses econômicos são muito mais persuasivos que os interesses dos consumidores.
Mas o pior é que não podemos contar com os meios de informação, que sistematicamente informam o que interesses maiores julgam mais oportuno.
A canola, podemos ter certeza, é uma fração pequena do mundo obscuro do capitalismo científico, que pesquisa fontes de enriquecimento muito mais entusiasticamente do que as verdadeiras fontes de saúde, vida e paz!
[1] José Carlos Brasil Peixoto – médico
14 comentários
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Adorei esta informação, pois uso diariamente o óleo de canola achando ser o mais saudável.
A edição 2157 de VEJA, de 24.mar.2010, pag. 122 – Óleos com jeito de azeite, “traduz” a sigla CANOLA como: Canadian Oil Low Acid.
Ainda não consigo admitir a idéia de refino e saudabilidade caminhando juntos.
Autor
Exatamente! O nome “Canola” foi um nome inventado pela empresa Monsanto, que produziu uma variação transgênica da Colza. Para evitar problemas de marketing, usou-se o nome CAN – OLA (Canadian oil – ou óleo canadense). Isto mesmo: CANOLA é absolutamente transgênica! Isso porque o óleo de Colza é considerado venenoso para coisas vivas. Este poder tóxico é proporcionado pela alta quantidade de ácido erúcico que contém. As pequenas quantias de ácido erúcico, que ainda persistem na planta alterada, continuam sendo tóxicas para consumo humano, e esta ação tóxica é cumulativa. Existem relatos de inúmeras outras enfermidades ligadas à ingestão e até mesmo a inspiração de vapores de canola (possível vínculo com câncer de pulmão).
Gratíssima pelo lúcido esclarecimento!!! Há vários anos elegi o Canola como o óleo de cozinha mais saudável. Decididamente não mais entrará na minha lista de compras!
Na Europa a colza está praticamente 100% restrita para a produção de biodiesel, justamente pela toxidade. Aliás, é por conta disso que o Brasil não consegue exportar biodiesel para a Europa. Eles arranjaram um índice de iodo (que não faz o menor sentido em combustíveis) para restringir o biodiesel de soja. Em qualquer lugar minimamente civilizado o uso de um produto feito de canola para consumo humano deveria ser considerado crime. O produto é agressivo ao toque e manuseio.
Autor
Grato, Mario Fernandez, pelo apoio! É sempre bom saber que podemos contar com a ajuda de outros pensadores conscientes dos riscos que estamos vivendo.
Boa Tarde Dr Paulo!
Gostei muito das informações pois, muito do que está aqui confere em minhas “crenças”…
Mas não entendi uma coisa… tanto que li várias vezes para ver se realmente tinha entendido.
No tópico de “alergia a leite de vaca” você aconselha a utilizar o oleo de canola.
Eis que não entendi isso!!
Tanto que sou vegetariana, consumo soja há tempos… e fora o transgenico não espera tanta coisa ruim da soja em si mas, acredito que seja verdade!
Bom, só me esclarece essa questão do oleo de canola? Pelo o que entendi nada de bom tem… ainda mais por ser algo da Monsanto.
Autor
Oi, Vanessa!
A maioria dos textos que eu posto neste site não são de minha autoria e por isso eu indico as fontes, sem mexer no seu conteúdo, ok? O que eu demonstro o tempo todo em meu site é que as idéias que as pessoas defendem depende, fundamentalmente, do que elas conhecem. As crenças nascem a partir das culturas. Por isso muitas informações são aparentemente contraditórias, já que têm pontos-de-vista diferentes e por isso as dietas se degladiam, cada uma querendo ser a dona exclusiva da verdade, assim como as religiões. Todas as coisas podem ser “boas” ou “más”, dependendo apenas do ponto-de-vista em questão. Especificamente em relação à Canola, eu sou totalmente contra o seu uso.
Porque um simples questionamento de algo que não está coerente com as informações aqui declaradas é excluido?? Será que isso aqui dá pra confiar?
Não entendi até agora pq não tive resposta…
Autor
Querida Vanessa: eu só fiquei um tempo sem ler os comentários, por isso não havia ainda respondido sua pergunta… Me desculpe e fique à vontade para perguntar o que quiser e contribuir com o seu conhecimento. Abs
Assisti uma reportagem esses tempos que diz que a canola é totalmente confiável para uso que apenas a Colza trás todos esses malefícios.
Autor
Legal, Jéssica.
Depois de uma pesquisada em quem patrocinou esta reportagem, ok?
Abs.
Esse artigo está disseminado pela internet copiado e recopiado em vários sites, o original não tem nenhuma fonte de pesquisa e foi replicado e modificado a vontade, tornando uma verdade pela repetição. Muitas coisas sobre a Canola ainda faltam ser estudadas, mas por favor, esse negócio é uma bomba ideológica, cadê fonte? “José Carlos – Médico” ???? por favor né. Se fosse verdadeiro teria o nº do CRM do tal Médico nas fontes. Ao pessoal que ler recomendo que não deem bola para o que escrevi, simplesmente pesquisem , busquem fontes de dados, a internet está cheia de bobagens como esse artigo, parcial e incompleto, tendencioso e omissor.
Vou citar 3 exemplos pra não encher muito:
1º E daí que ela é da mesma Família da mostarda? ninguém come mostarda mais agora? Pra quem não sabe grande parte das plantas hortículas são da mesma família, incluindo aquela couve-flor que o pessoal gosta de comer cozida. eai?
2º A canola não é transgência por que ela foi melhorada entre plantas de colza, ela é a mesma espécie que a colza só tem menos ácido erúcico, mas é a mesma Brassica napus, foi melhorada por cruzamento, algumas variedades cultivadas sim são transgênicas, mas tem milho transgênico, soja transgênica que todo mundo como e ninguém mais reclama. eai?
3º As propriedades inseticidas da colza não tem nada a ver com o ácido erúcico e sim com os glucosinatos, que por acaso são os mesmos que tem na salsinha, sabe a salsinha aquela que as pessoas enchem na salada, plantem um pezinho e vejam se os insetos vão atacar ela, mas sabiam que coelhos morrem se comerem? Mas nós não morremos, incrível né. Mas enfim eai?
Autor
Não vou polemizar sem conhecer o autor da polêmica! Gostaria de saber qual é a sua profissão e se tem alguma relação direta ou indireta com a produção ou venda da Canola?
Algumas fontes interessantes para sua pesquisa:
“Estudos feitos e mencionados no Scottish Medical Journal indicam que plantações de colza induzem sintomas adversos, alérgicos e respiratórios, em proporção significativa, em indivíduos que moram nas cidades e vilas nos arredores das plantações e que, do contrário, estariam saudáveis10 Os sintomas podem resultar da associação com o pólen, ou fungos, causando alergia, febre, conjuntivite e asma, em jovens e idosos asmáticos e naqueles com o sistema imune enfraquecido por causa de uma doença ou um medicamento. O autor sugere que mais pesquisas devem continuar seguramente em plantações estabelecidas a mais do que cinco quilômetros de distância das áreas residenciais e ainda adverte que os riscos dependem do nível de aceitação da comunidade que confronta o problema.” Fonte: Armitage; sci.mond.org (2007). Oilseed rape and the precautionary principle (Online) (em Inglês) oilseedrape.org.uk. Visitado em 8 de abril de 2008.
“Óleo de Canola. A canola é uma planta que… Não, espera. Por essa você não esperava, mas acho que você nunca parou pra pensar que nunca ouviu falar de uma planta chamada Canola, né? É que ela não existe. Óleo de Canola não vem de uma planta chamada Canola. Canola é uma abreviação das iniciais de Canadian Oil Low Acid (Óleo canadense baixo em ácido) e ele é feito a partir de uma variedade de uma planta chamada Olza, que foi fertilizada de maneira cruzada por cientistas canadenses, até que eles chegassem em uma versão da semente que fosse mais baixa em um ácido tóxico que é parte do óleo da planta. Hoje em dia, cerca de 80% da Olza planta nos EUA para esse propósito é transgênica para se tornar mais resistente a pesticidas.” Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI343284-17770,00-SETE+ALIMENTOS+TRANSGENICOS+QUE+VOCE+DEVERIA+EVITAR.html
“É como o ar escapando de uma bexiga, compara a bióloga americana Cynthia Sagers, da Universidade do Arkansas. A imagem se refere à colonização de larga escala em beiras de estrada, estacionamentos e até cemitérios dos EUA por variedades transgênicas de canola. No jargão dos cientistas, as plantas viraram ferais, ou seja, passaram a se propagar sozinhas, sem ajuda humana, embora sejam formas domesticadas. A escala da coisa é enorme, sem precedentes, conta Sagers, que rastreou populações selvagens da planta ao longo de quase 1.000 km de rodovias no Estado da Dakota do Norte junto com Meredith Schafer, sua aluna de mestrado.” Fonte: http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0025736.
“O pesquisador alemão Hans-Hinrich Kattz divulgou, na semana passada, o registro da primeira transferência genética conhecida entre uma planta geneticamente alterada e outros seres, no caso, fungos e bactérias. A informação foi divulgada pela Greenpeace e pela televisão alemã. Segundo Kaatz, uma seqüência de DNA geneticamente alterada de canola foi encontrada no material genético de bactérias e fungos que estavam no intestino de uma abelha. A abelha teria se alimentado do pólen da canola geneticamente alterada. O pesquisador Kattz, da Universidade de Jena, fez testes durante os últimos três anos com abelhas em campos experimentais de canola transgênica, na Saxônia, Alemanha. O campo de testes foi desenvolvido pela AgrEvo.” Fonte: http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/86/noticia2.htm.
Posso passar o dia enviando fontes que questionam a biossegurança da Canola; mas primeiro gostaria de saber sua biografia e sua relação com a Canola, se não se importa de tornar isto público!
Abs.