Museu das Almas do Purgatório

Eu sempre ouvi dos católicos que “quem morre não volta para contar“. A reportagem abaixo é uma prova contundente de que isto não é verdadeiro e ela vem de dentro do próprio Vaticano!

Eis o texto da reportagem que passou no Fantástico no dia 28/Out/2001 e foi “esquecido” pelos católicos:

É provável que você nunca tenha ouvido falar no Museu das Almas do Purgatório. Mesmo entre os católicos é praticamente desconhecido. Ele guarda registros do que seriam aparições de pessoas mortas. Pessoas que teriam voltado do além ou do purgatório para pedir orações.

Na doutrina católica, o purgatório é um estado de espera. Um lugar de almas em purificação. Um sofrimento que só terá fim com a chegada ao paraíso.

Na Divina Comédia, uma das maiores obras poéticas de todos os tempos, o purgatório imaginado por Dante Alighieri é uma montanha muito alta, cercada de terraços, onde as almas se purificam dos pecados cometidos na Terra.

Foi na Idade Média que o purgatório viveu o auge da fama na imaginação dos cristãos. Hoje, fala-se pouco dele. O céu e o inferno desfrutam de maior prestígio nos sermões católicos.

Numa igreja de Roma, um museu misterioso contém relíquias que seriam um testemunho da comunicação de almas do purgatório. A igreja não permite que nenhuma imagem seja gravada, mas um pesquisador de parapsicologia, o brasileiro Clóvis Nunes, entrou no Museu das Almas do Purgatório e conseguiu filmar as peças: “Este museu está reservado à Igreja. Para nós termos acesso a ele, precisei contar com o apoio de uma autoridade eclesiástica, em Roma, da Igreja Católica Brasileira”, conta.

Clóvis entrou na Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio. Sufrágio significa ato de piedade, oração pelos mortos. A igreja pertence aos missionários do Sagrado Coração, ordem católica fundada pelo padre francês Jules Chevalier, em 1854.

Numa pequena sala, ao lado da sacristia, estão guardadas as relíquias: os antigos missionários do Sagrado Coração acreditavam que elas eram provas da comunicação entre vivos e mortos.

Uma das peças mais impressionantes mostra o que seria a mão de uma freira – morta em 1637 – impressa como se fosse a fogo, no hábito, uma espécie de avental, de uma outra freira. Segundo os registros do museu, a irmã Clara Schoelers apareceu no mosteiro beneditino de Winnenberg, na Alemanha, em 1696 — quase 60 anos depois de sua morte — e deixou a marca no hábito da freira Maria Herendorps: “Ela chegou envolvida em luz, e para a irmã não ter dúvida de que não era um sonho, ela deixou impressa no avental que estava pendurado no cabide a marca de sua mão queimada com fogo”, diz Clóvis.

A maioria das peças que compõem o Museu das Almas se referem à aparição de padres, freiras e fiéis, ocorridas em ambiente católico: igrejas, conventos, quartos de oração.

A marca que se vê na foto acima faz parte de uma série de aparições do padre Panzini, que foi abade em Mântova, Itália. Dizem os registros do Museu das Almas do Purgatório que o padre Panzini apareceu em 1731, no mosteiro de San Francisco, em Todi. Teria sido visto pela madre superiora, a venerável Isabela Fornari: “A marca foi deixada numa pequena mesa de madeira sobre a qual estava colocado um pano, que era na verdade a manga da camisa do hábito”, conta Clóvis. “Ele deixou impressa em queimadura, pela irradiação da luz de sua mão, e também apareceram marcas de sangue”.

O padre Panzini teria deixado a marca da mão também na túnica da madre superiora: “Ele também imprimiu sobre a madeira onde estava o hábito o desenho de uma cruz, feita também com o fogo de suas mãos, onde se vê, ao lado da mão, o sinal desenhado da cruz. A marca está bem visível”, diz o pesquisador.

Por ordem do padre Isidoro Gazala, confessor da madre superiora, os fragmentos da mesa e das roupas foram guardados e conservados, durante quase dois séculos, antes de serem trazidos ao museu.

Na noite de 21 de junho de 1789, na Bélgica, Giuseppe Leleux foi acordado pela visão da mãe, morta 27 anos antes. A mãe teria deixado uma marca impressa na roupa de dormir do filho e pedido que o rapaz mudasse de vida e se convertesse à Igreja. Depois da aparição, Giuseppe fundou uma congregação católica.

Outras marcas apareceram na paróquia de Ellinguen, na Alemanha, num livro que pertencia à devota Margarita Demerlê. Não há registro de datas, mas a história começou quando Margarita viu o que seria o espírito de uma mulher: “Ela lhe pergunta: ‘Quem é você e o que pretende?’. A alma materializada diz: ‘Eu sou sua sogra, morta de parto há 30 anos. Quero que você vá até a Igreja de Nossa Senhora e celebre missas por minha alma’”, conta Clóvis.

Dizem as crônicas do Museu das Almas que Margarita correu para contar tudo ao padre, e que o padre lhe disse: “Faz o que ela quer. Celebre as missas”. “Ela celebra as missas com orientação do padre. Meses depois a alma volta e agradece a ela, dizendo que está livre”, diz o pesquisador.

“Ela foi até o livro, abriu, e ali imprimiu as marcas de fogo de sua mão. E o que é curioso, é que ela abriu o livro na parte final do capítulo IV. As marcas ficaram sobre o seguinte texto: “Estou carregado de pecados, combatido de tentações, e não há quem me valha, não há quem me livre e salve senão tu, Senhor”, recita Clóvis.

Lorena, Alemanha, 21 de dezembro de 1838. Giuseppe Schitz aparece diante do irmão e pede orações, porque está sofrendo no purgatório. Marcas dos dedos de Giuseppe foram deixadas num livro de orações do irmão: “A marca do dedo atravessou nove páginas com a queimadura. Ela chegou a fazer uma perfuração”, conta o pesquisador.

Marcas semelhantes aparecem em outros livros que fazem parte do acervo do Museu das Almas do purgatório. Uma coleção espantosa.

Uma figura misteriosa aparece no altar depois de um incêndio. Assim começou a história do Museu das Almas do Purgatório.

Quem fundou a Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio foi o missionário francês Vitor Jouet. Ele queria que o templo fosse dedicado às almas dos mortos. No dia 15 de novembro de 1893, houve um incêndio ao lado do altar. O fogo deixou uma marca no mármore: nela, os fiéis enxergaram o rosto atormentado de um homem. Padre Jouet acreditou que aquilo era um sinal, como se uma alma do purgatório estivesse suplicando por ajuda.

Depois desse episódio, o padre Jouet viajou por conventos na Itália, França, Bélgica e Alemanha, coletando objetos que comprovassem a manifestação dos mortos. Na volta, criou o Museu Cristão do Além-Túmulo, que mais tarde passaria a se chamar Museu das Almas do Purgatório. Tinha cerca de 200 peças, mas só restaram hoje as que foram aprovadas pelos sucessores do padre Jouet, aquelas consideradas autênticas acima de qualquer dúvida.

O padre Philipo Seveau, responsável pelo arquivo da Ordem dos Missionários do Sagrado Coração, diz que o padre Jouet era procurador da Santa Sé, e que tinha o apoio da cúria romana: “Padre Jouet era bem visto pelos cardeais e pelo Papa Pio X, ele conseguiu muitos benefícios para nossa congregação”, afirma.

Pode-se acreditar na autenticidade do Museu das Almas do Purgatório? O Vaticano não quer dar uma opinião oficial sobre a autenticidade das relíquias, mas as peças que estão no museu impressionaram vários especialistas da Igreja.

Orazio Petrosillo, especialista em Vaticano, já tinha ouvido histórias sobre as relíquias. Quando conheceu o museu, acreditou na autenticidade dele: “Eu, sinceramente, acredito que seja verdadeiro. Tenho a impressão de que são almas do purgatório que deixaram aqueles sinais para lembrar aos parentes e amigos de rezar por elas. Eu já tinha ouvido várias histórias e fui preparado para aquele museu. Não tenho nenhuma dificuldade de pensar que seja verdadeiro, mas é claro que não se deve dar tanta importância a um livro queimado, que será sempre um livro queimado. Mas esses objetos não são falsos”, afirma. “O fato é que não são falsos. Mas também é fato que a Igreja não se compromete, não faz uma declaração sobre a verdade. Não são truques e não são documentos falsos. Claramente se pensa que são almas do purgatório”.

Sandro Magister, outro especialista em Vaticano, diz que o museu foi criado para tentar comprovar a existência do purgatório, e que sempre causou controvérsia: “Eu acredito que algumas pessoas considerem aquelas peças testemunhos dignos de fé e, talvez, outra grande parte veja as relíquias com menos credibilidade”.

Padre Gino Concetti, teólogo franciscano, não dá muita importância às peças do museu: “Eu penso que a materialização da religião e das verdades é sempre uma expressão ligada a uma determinada época, a uma cultura e sensibilidade. Eu acredito mais numa verdade sobrenatural espiritual. Não podemos saber nada do purgatório, apenas isto: é um lugar, como disse Dante, onde os espíritos vivem até ser dignos do reino dos céus. Sabemos que o inferno é um lugar de tormento, como disse Jesus no Evangelho, onde há pranto e lamento. Mais do que isso não podemos saber”.

Padre Gino diz que, pessoalmente, não acredita naquelas relíquias: “Não é possível materializar uma coisa espiritual. Não é possível. Nós imaginamos as almas entre chamas para exprimir a idéia de que essas almas sofrem tormentos e precisam de ajuda. Mas na verdade não é assim”.

Nossa reportagem ouviu também um dos poucos exorcistas oficiais do Vaticano. O padre capuchinho Vittorio Traini mostra-se muito prudente quando fala do Museu das Almas do Purgatório: ““As peças podem até ser verdadeiras, mas as almas não manifestam a sua presença com essas coisas, a menos que tenham sido graças especiais concedidas a pessoas especiais. Assim como existem essas manifestações, há também manifestações de caráter infernal, do diabo”.

As relíquias do Museu das Almas trazem uma questão muito delicada para a Igreja Católica: existe a comunicação entre vivos e mortos? “Eu acredito que sim. Eu acredito e me baseio num fundamento teológico que é o seguinte: todos nós formamos em Cristo um corpo místico, do qual Cristo é o soberano. De Cristo emanam muitas graças, muitos dons, e se somos todos unidos, formamos uma comunhão. E onde há comunhão, existe também comunicação”, acredita padre Gino Concetti.

“O espiritismo existe, há sinais na Bíblia, na Sagrada Escritura, no Antigo Testamento. Mas não é do modo fácil como as pessoas acreditam. Nós não podemos chamar o espírito de Michelangelo, ou de Rafael. Mas como existem provas na Sagrada Escritura, não se pode negar que exista essa possibilidade de comunicação”, afirma padre Gino.

“A Igreja acredita que seja possível uma comunicação entre este mundo e o outro mundo. A Igreja tem convicção de que esta comunicação existe. A Igreja se sente peregrina, porque vive na terra e possui uma pátria no céu”, diz Sandro Register.

Quem quiser assistir ao vídeo relatado e observar as suas imagens, clique abaixo:

Entrevista do Fantástico sobre o Museu das Almas, no Vaticano

Como visto no texto e no vídeo, o padre Gino afirma que “o Espiritismo existe, há sinais na Bíblia, na Sagrada Escritura, no Antigo Testamento”. Uma das passagens mais importantes da comunicação espiritual dos mortos na Bíblia está no 1 Samuel 28-1,25:

1 Ora, nesse tempo, os filisteus reuniram os seus exércitos para atacar Israel, e Aquis disse a Davi: “Estás sabendo que irás com o meu exército, tu e os teus homens.” 2 Davi respondeu a Aquis: “Então agora verás o que é capaz de fazer o teu servo.”  Então Aquis disse a Davi: “E eu te nomeio meu perpétuo guarda pessoal.”

3 Samuel tinha morrido, e todo o Israel o ti­nha lamentado, e o sepultaram em Ramá, sua cidade. Saul havia expulsado da terra os nigro­mantes e os adivinhos. 4 Entretanto, os filisteus, se congregaram e vieram acampar em Sunam. Saul reuniu todo o Israel e acamparam em Gelboé.

5 Quando Saul viu o exército dos filisteus acampado, en­cheu-se de medo e o seu coração se perturbou. 6 Saul consultou a lahweh, mas lahweh não lhe respondeu, nem por sonho, nem pela sorte [Urim], nem pelos profetas.

7 Saul disse então aos seus servos: “Buscai-me uma nigromante para que eu lhe fale e a consulte.” E os servos lhe res­ponderam: “Há uma em Endor.”

8 Então Saul disfarçou-se, vestiu outra roupa e, de noite, acompanhado de dois homens, foi ter com a mulher, e lhe disse: “Peço-te que me digas o futuro, chamando para mim quem eu te disser.”

9 A mulher, porém, lhe respondeu: “Tu bem sabes o que fez Saul, expulsando do país os nigromantes e adivinhos. Por que me armas uma cilada para que eu seja morta?” 10 Então Saul jurou-lhe por Iahweh, dizendo: “Tão certo como Iahweh vive, nenhum mal te acontecerá por causa disso.” 11 Disse a mulher: “A quem chamarei para ti?” Ele respondeu: “Chama Samuel.”

12 Então a mulher viu Samuel e, soltando um grito medonho, disse a Saul: “Por que me en­ganaste? Tu és Saul!”

13 Disse-lhe o rei: “Não temas! Mas que é o que vês?” E a mulher res­pondeu a Saul: Vejo um espectro [deus: no hebraico, Elohim] que sobe da terra.”  14 Saul indagou: “Qual é a sua aparência?” A mulher respondeu: “É um velho que está subindo; veste um manto.

En­tão Saul viu que era Samuel e, inclinando-se com o rosto no chão, se prosternou.

15 Samuel disse a Saul: “Por que perturbas o meu descanso chamando-me?” Saul respon­deu: “É que estou em grande angústia. Os filis­teus guerreiam contra mim, Deus se afastou de mim, não me responde mais, nem pelos profe­tas nem por sonhos. Então vim te chamar para que me digas o que tenho de fazer.

16 Respon­deu Samuel: “Por que me consultas, se Iahweh  se afastou de ti e se tornou teu adversário? 17 Iahweh fez contigo o que tinha dito por meu intermédio: tirou das tuas mãos a realeza e a entregou a Davi, 18 porque não obedeceste a Iahweh e não executaste o ardor da sua ira contra Amalec. Foi por isso que Iahweh te tra­tou hoje assim.

19 Como conseqüência, Iahweh entregará, juntamente contigo, o teu povo Israel nas mãos dos filisteus. Amanhã, tu e os teus filhos estareis comigo;  e o acampamento de Israel também: Iahweh o entregará nas mãos dos filisteus.”

20 Imediatamente, Saul caiu estendido no chão, terrificado pelas palavras de Samuel e também enfraquecido por não se ter alimentado todo o dia e toda a noite. 21 A mulher aproxi­mou-se de Saul e, vendo-o tão perturbado, dis­se-lhe: “A tua serva te obedeceu; arriscando a minha vida, obedeci às ordens que me deste.

22 Agora, eu te suplico, ouve também as pala­vras da tua serva: deixa-me servir-te um pouco de pão, come e recupera as tuas forças antes de voltares.” 23 Ele, porém, se recusou: “Não comerei”, disse. Mas os seus servos instaram com ele, bem como a mulher, e ele cedeu; le­vantou-se do chão e assentou-se no leito. 24 A mulher tinha uma novilha cevada. Rapidamen­te a abateu, tomou farinha, amassou-a e cozi­nhou uns pães sem fermento. 25 Serviu a Saul e aos que estavam com ele. Eles comeram e de­pois se levantaram e partiram naquela mesma noite.

Esta questão é teologicamente muito interessante porque Moisés proibiu a comunicação com os mortos em Deuteronômio 18-9,14:

“Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações.

Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro;

Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos;

Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti.

Perfeito serás, como o SENHOR teu Deus.

Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR teu Deus não permitiu tal coisa.”

Mas no Museu das Almas do Purgatório não existe “invocação dos mortos”, como em 1 Samuel 28, nem “consulta aos mortos”, como definido em Deuteronômio 18; existe apenas a manifestação dos mortos, que vêm pedir expontaneamente aos vivos missas e orações e até voltam depois para agradecer…

De qualquer forma, a proibição da consulta aos mortos é interessante porque levanta a seguinte questão: se ela não fosse possível, porque seria proibida?

Os relatos bíblicos nos dão conta que o intercâmbio com os mortos eram fatos corriqueiros na vida dos hebreus. Por outro lado, quase todos os povos, com quem mantiveram contato, tinham práticas relacionadas à evocação dos espíritos para fins de adivinhação, denominada necromancia.

O Dicionário Bíblico Universal nos dá a seguinte explicação sobre ela:

Meio de adivinhação interrogando um morto. Babilônios, egípcios, gregos a praticavam. Heliodoro, autor grego do III ou do século IV d.C., relata uma cena semelhante àquela descrita em 1Sm (Etíope 6,14). O Deuteronômio atribui aos habitantes da Palestina “a interrogação dos espíritos ou a evocação dos mortos” (18,11). Os israelitas também se entregaram a essas práticas, mas logo são condenadas, particularmente por Saul (1Sm 28,3B). Mas, forçado pela necessidade, o rei manda evocar a sombra de Samuel (28, 7-25): patético, o relato constitui uma das mais impressionantes páginas da Bíblia. Mais tarde, Isaías atesta uma prática bastante difundida (Is 8,19): parece que ele ouviu “uma voz como a de um fantasma que vem da terra” (29,4). Manasses favoreceu a prática da necromancia (2Rs 21,6), mas Josias a eliminou quando fez sua reforma (2Rs 23,24). Então o Deuteronômio considera a necromancia e as outras práticas divinatórias como “abominação” diante de Deus, e como o motivo da destruição das nações, efetuada pelo Senhor em favor de Israel (18,12). O Levítico considera a necromancia como ocasião de impureza e condena os necromantes à morte por apedrejamento (19,31; 20,27). (Pág. 556).

E se ela é possível, como se vê acima, porque Moisés a proibiu? A passagem de Deuteronômio 18-9 nos explica isto: “Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações”.

Ou seja, Moisés estava deixando o Egito para trás e se preparando para invadir a Palestina e dominar os seus povos, ao mesmo tempo em que estava centralizando toda a sua religião em seu Deus único. Todas as Leis de Levítico, Números e Deuteronômio foram escritas para criar a religião judaica centrada em um só Deus, Jeová, e eliminar do seio do seu povo todas as outras práticas religiosas e seculares.

Leiam também as respostas para alguns temas interessantes sobre este assunto.

7 comentários

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    • Glauco em 16 de agosto de 2010 às 16:39
    • Responder

    A Bíblia não desmente, inclusive ratifica a possibilidade de contatos com os mortos, contudo não a aprova, exatamente porque estes mortos são de fato espíritos caídos. (Isaias 14:12-14 da criação de Satanás) “Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”. Mas não foi só, levou a terça parte de céu: “E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho” (Ap. 12:4). Em Ezequiel 28, do versículo 12 em diante se vê mais do porquê desta queda. É lógico que tudo isto está no sentido figurado, falando de coisas que precisam entendimento no nível espiritual, além de estar familiarizado com a leitura bíblica, mas deixa claro quem é o pai dos diversos espíritos que aqui habitam querendo se passar pelos mais variados tipos.

    1. Segundo a Bíblia de Jerusalém, a “estrela da manhã” de Isaias 14-12 se refere ao rei Nabucodonosor, uma alusão ao rei da Babilônia e não a Lúcifer. E Ezequiel fala claramente ao rei de Tiro, que na época era Etbaal II. A própria BJ diz em Ez: “Por uma acomodação espontânea, a tradição cristã aplicou com frequencia este poema à queda de Lúcifer” e em Is: “Os Padres interpretaram a queda da estrela d’alva como a do príncipe dos demônios”. Temos que tomar muito cuidado com estas correlações, porque podemos cair em erros teológicos sérios, principalmente quando Jesus diz no final do Apocalipse: “”Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas a favor das igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.” Ap. 22:16″

      • Yvan Eyer Jr em 1 de setembro de 2011 às 19:21
      • Responder

      Os mortos são “espíritos caídos” ??? Francamente, Glauco, leia mais a respeito, abra sua mente e esqueça o que o teu pastor lhe disse!

    • Rosana Platero em 1 de novembro de 2010 às 15:08
    • Responder

    Não confundir LÚCIFER com o Diabo ou Satã:
    – Lúcifer significa “O Portador de Luz” que também é alusão à “Estrela da Manhã” ou ainda à “Vênus”, e à Estrela D’Alva (isto é, estrela da alvorada, a primeira que aparece e a última que desapareece).
    – Já a palavra Satã significa “opositor”, então, por analogia, o que se opõe à algo é satã, o opositor da igreja é satã. Os “satanistas” só existem por causa da igreja, já que uma missa satânica é exatamente igual, porém inversa, à da igreja. Para ser um satanista é preciso antes acreditar em Deus e Jesus para se opor a estes.
    – Agora, o Diabo, é uma alegoria inventada pela igreja que resume todos os 7 pecadas capitais, diga-se “vícios” em oposição às “virtudes (Deus). Sem o Diabo a igreja não existe. Se não houver o temor pelo diabo (os “pecados”[vícios] da alma) e pelo tão temido fogo eterno do inferno, não haverá congregação nas igrejas. Para se afastar dos vícios e conseguir a tão sonhada vida eterna em brancas núvens é necessária a igreja que lembrará constantemente e exatamente o contrário (o Diabo e o Inferno).

    1. Oi, Rosana!
      Com relação à “Estrela da manhã” eu já havia postado um comentário, onde Jesus também é identificado com ela:
      Segundo a Bíblia de Jerusalém, a “estrela da manhã” de Isaias 14-12 se refere ao rei Nabucodonosor, uma alusão ao rei da Babilônia e não a Lúcifer. E Ezequiel fala claramente ao rei de Tiro, que na época era Etbaal II. A própria BJ diz em Ez: “Por uma acomodação espontânea, a tradição cristã aplicou com frequencia este poema à queda de Lúcifer” e em Is: “Os Padres interpretaram a queda da estrela d’alva como a do príncipe dos demônios”. Temos que tomar muito cuidado com estas correlações, porque podemos cair em erros teológicos sérios, principalmente quando Jesus diz no final do Apocalipse: “”Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas a favor das igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.” Ap. 22:16?

    • vanderléia em 30 de novembro de 2010 às 18:32
    • Responder

    eu acredito que o diabo usa a imagem dessas pessoas para enganar os fiéis, pois ñ existe 3 caminhos pq o rico morreu e foi para o ades e o pobre morreu e foi para o seio de abraão. ou a morte de Jesus na cruz seria em vão! ele derramou seu sangue por nossos pecados, isso é um alto preço!!

    1. Vanderléia:
      Voltando à questão de Saul e a “aparição” de Samuel, entendo que um dos grandes e maiores problemas da Bíblia diz respeito às suas traduções e às interpretações que os tradutores e os leitores fazem dos textos.
      A única Bíblia que eu uso para meus estudos é a Bíblia de Jerusalém (BJ), uma Bíblia ecumênica e realmente séria, que procura ser totalmente fiel aos textos em hebraico e grego.
      Na Bíblia de João Ferreira de Almeida (a mais comumente usada no Brasil) está escrito: “Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e se prostrou.”
      A partir desta tradução, um pastor escreveu: “Cara amiga, foi LÚCIFER quem apareceu a Saul. Saul foi enganado. Ele apenas “entendeu” que era Samuel”.
      [http://adventismoemfoco.wordpress.com/2009/03/21/saul-e-a-aparicao-falsa-de-samuel/]
      Simples, não? Mas na BJ está escrito:
      “Então a mulher viu Samuel e, soltando um grito medonho, disse a Saul: “Por que me enganaste? Tu és Saul!”. Disse-lhe o rei: “Não temas! Mas que é o que vês?” E a mulher respondeu a Saul: “Vejo um espectro (ou deus, Elohim em hebraico) que sobe da terra.” Saul indagou: “Qual é a sua aparência?” A mulher respondeu: “É um velho que está subindo; veste um manto.” Então Saul viu que era Samuel e, inclinando-se com o rosto no chão, se prosternou. Samuel disse a Saul: “Por que perturbas o meu descanso chamando-me?”. I Sm 28,12-15.
      Note que em nenhum momento a BJ cita Satanás ou um demônio “se fazendo passar” por Samuel; ela diz textualmente: “Samuel disse a Saul”… E também não diz que “Saul ‘entendeu’ que era Samuel”…
      Na Bíblia Ecumênica das Edições Loyola, está escrito: “Saul reconheceu então que era Samuel”.
      No pé de página, a BJ cita ao grito da mulher: “A mulher conhece o relacionamento que Samuel teve com Saul. Se, para seu grande assombro, o profeta defunto se manifesta, é porque o consulente é o rei de Israel”.
      E se fosse mesmo Lúcifer quem falou com o rei Saul, como disse aquele pastor, porque ele falaria em nome de Iahweh (“Iahweh fez contigo o que tinha dito por meu intermédio”) e como explicar esta passagem do Eclesiástico (Sirácida) sobre Samuel: “Mesmo depois de morrer profetizou, anunciou ao rei seu fim; do seio da terra elevou a sua voz para profetizar, para apagar a iniqüidade do povo.“? Eclo 46,20
      Finalizando, no pé de página da Bíblia Ecumênica, está escrito: “Os antigos semitas, às vezes, chamavam deus o espírito de um defunto”. PT.

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