Vírus: Os Verdadeiros Donos do Mundo

Os Verdadeiros Donos do Mundo

Alexandre Versignassi

Revista Superinteressante, Ed. 268 – Ago/2009.

De uma hora para outra pessoas iam dormir e não acordavam mais. Se você desse uma chacoalhada, ela até despertava. Aí comia alguma coisa, ia ao banheiro, mas sempre se arrastando pela casa, cansada, como se tivesse passado dois dias sem dormir. Então ia para a cama de novo. Talvez para um sono sem fim. Esse sono mais do que mórbido matou 5 milhões de pessoas. Depois sumiu sem deixar vestígio nenhum. Até hoje ninguém sabe eu vírus ou bactéria causou aquilo. Foi uma das pandemias mais violentas da história da humanidade. E fora ter ganho um nome (encefalite letárgica – ou “inflamação no cérebro que deixa você pregado”, em português claro) a doença continuou envolta em mistério. Apavorante. Mesmo assim a praga quase não chamou a atenção. É que logo depois surgiu um vírus bem pior: o H1N1.

Em 25 semanas esse vírus matou mais gente do que 25 anos de aids. No começo, não parecia grande coisa. Quase todo mundo que pegava a gripe acabava sarando. O problema: uma hora tinha tanta gente infectada que a taxa de mortalidade, de 2,5%, foi o bastante para transformar meio planeta num inferno. Escavadeiras passaram a abrir valas para enterrar montes de corpos, embrulhados em lençóis. Chegou uma hora em que parentes das vítimas deixavam os corpos na rua para ser recolhidos. Uma em cada 36 pessoas do mundo acabou morta.

Era a gripe espanhola, causada por uma versão mais letal desse mesmo vírus de hoje, o influenza H1Nl. Ela só agiu entre 1918 e 1919, mas foi o suficiente para matar 50 milhões num mundo com 1,8 bilhão de habitantes. Mais do que o dobro de mortos nos 4 anos da Ia Guerra Mundial.

Qual a chance de um estrago desse tamanho acontecer de novo? Os vírus e as bactérias são mesmo uma ameaça tão grande? Para entender a resposta, é preciso conhecer bem os micro-organismos. Saber como eles “pensam” e, principalmente, nos colocarmos no nosso lugar. Os micróbios são mais do que uma ameaça. E nós, menos do que vítimas. Somos apenas passageiros num mundo criado por eles. E totalmente dominado por eles. A começar pelo seu corpo.

As bactérias fizeram você

Você é um sundae polvilhado com Ovomaltine. Pelo menos do ponto de vista dos micróbios. Existem mais bactérias pastando pela sua pele do que gente vivendo no planeta. Para elas, seu corpo é o paraíso, um lugar cheio de oásis onde água e comida jorram o tempo todo, na forma de água, sais minerais, gordura e proteínas. Cada um dos seus poros é como um restaurante onde tudo isso sai de graça. Em troca, elas deixam seu corpo fedendo. As axilas são mais problemáticas porque são as praças de alimentação mais concorridas, com glândulas que produzem mais óleos e proteínas de que elas gostam. E isso porque a pele nem tem tantas bactérias assim, comparado com a parte de dentro. A realidade assusta. Nosso corpo é feito de 10 trilhões de células. E abriga 100 trilhões de bactérias. Da próxi­ma vez que se olhar no espelho, lembre-se: 90% do que está ali não é você, mas uma megacivilização de micro-organismos. “Elas são, em suma, uma grande parte de nós. Do ponto de vista das bactérias, claro que somos uma parte bem pequena delas”, definiu o escritor de ciência Bill Bryson em seu livro Uma Breve História de Quase Tudo.

Se elas dominam por dentro, não é diferente do lado de fora. Nas palavras de Nathan Wolfe, um dos infectologistas mais renomados de hoje, se existisse uma enciclopédia de 30 volumes listando tudo o que vive nesse planeta, 27 seriam para descrever vírus e bactérias. Eles formam literalmente uma população de peso. Caso desse para colocar na balança todas as coisas vivas do mundo, incluindo bichos, plantas e tudo o mais, 80% do peso total viria dos micróbios.

Nem precisa dizer que essa maçaroca de vida invisível coexiste em razoável harmonia com a gente. Dentro do corpo, os micro-organismos limpam o intestino, ajudam na digestão, fabricam vitaminas… São tão vitais quanto células humanas. Cada uma das nossas células, aliás, já nasce com uma bactéria dentro: a mitocôndria, responsável por fornecer energia para elas. São os micromotores que nos mantêm vivos.

Mas, se elas dão a vida, também sabem tirar. As bactérias só vivem em harmonia com a gente quando estão nas partes certas do corpo. É um equilíbrio pouco estável. Até as que moram no Jardim do Éden da sua pele podem, ser mortais se forem parar na corrente sanguínea. É o caso da Pseudomonas aeruginosa. Ela causa a sepsis, uma infecção que destrói os tecidos do corpo. A doença afeta 400 mil pessoas por ano e mata a metade. Às vezes o tratamento é extirpar as partes infectadas. A sepsis ficou conhecida por aqui em janeiro deste ano, quando atacou Mariana Bridi, uma modelo de 20 anos totalmente saudável. Ela teve os pés e as mãos amputados antes de morrer. E essa bactéria é só uma entre muitas que podem pegar qualquer um de surpresa, por mais jovem e saudável que a pessoa seja. Mesmo assim, elas não causam tanto medo quanto o outro protagonista do rnicrocosmo: os vírus.

Muita gente trata vírus e bactérias como sinônimos. Em muitos casos, os dois até causam as mesmas doen­ças, como pneumonia e meningite. Mas não. Um é tão diferente do outro quanto um ser humano de um programa de computador. As bactérias podem até ser extremamente simples – são compostas de uma única célula, tão pequenas que daria para colocar 3 milhões delas na cabeça de um alfinete. Mas são seres vivos como qualquer outro. Elas respiram, comem e se locomovem. Basta haver nutrientes por perto que elas vivem e se reproduzem à vontade. São donas do próprio nariz. Os vírus não.

Para começar, os vírus são bem menores. Se eles tivessem o tamanho de uma pessoa, as bactérias seriam da altura do Cristo Redentor. E mais importante: são incapazes de fazer qualquer coisa sozinhos. Imagine um programa de computador, um dvd do Windows, sem computador. Ele só vai servir para você jogar frisbee. E um vírus é basicamente isso. O software ali é um pedacinho de código genético impresso num pacote de proteínas, com as instruções de como reproduzir o vírus. Mas não há hardware. O vírus é inerte como uma pedra, sem o poder de respirar e comer para gerar sua própria energia – e com ela se reproduzir. Mesmo assim, a vontade de se multiplicar está lá. Igual a você e às bactérias, ele foi feito para gerar descendentes.

Como fazer isso se você é uma pedra? Pegando uma carona em quem pode. Ou seja: nas células dos seres vivos, que é quem sabe fazer isso. Cada célula, seja uma das 10 trilhões do seu corpo, seja a de uma bactéria, é basicamente uma fábrica de fazer novas células, usando nutrientes como peças de cons­trução. O que o vírus faz, então, é invadir a célula e tomar o controle das operações. Transformá-la numa fábrica de novos vírus. Num zumbi a seu serviço.

Os vírus conseguem invadir as células porque elas têm “fechaduras” violáveis. E cada tipo de vírus tem a chave para entrar em um tipo de célula. Por isso que cada um causa uma doença diferente. O HIV, por exemplo, só tem a chave para entrar num certo tipo de célula, chamada CD4, que é fundamental para o funcionamento do sistema imunológico. Ao transfor­má-las em zumbis, destrói as defesas do organismo. E o corpo do paciente fica vulnerável, sem ter como dar conta nem de doenças brandas. Note bem: se a chave que o HIV carrega fosse para outro tipo de célula, a aids não existiria, ele provavelmente seria um vírus sem nada de mais.

Só continuamos vivos em meio ao bombardeio de vírus, que é diário, por um motivo: nosso sistema de defesa é incrivelmente complexo. Evoluiu ao longo de bilhões de anos, desde os nossos ancestrais de uma célula só, para lutar contra esses invasores. E vencer a qualquer preço. A defesa começa na pele. Ela funciona como uma armadura por um motivo que pode parecer mórbido: a pele é coberta por células mortas. E os vírus não infectam células mortas porque… estão mortas, oras. Não têm como virar fábricas de novos vírus (ah, não esquente a cabeça: pode se esfregar o quanto quiser no banho que essa proteção não vai diminuir). Bom, já que a pele não deixa, os vírus precisam entrar pelos nossos furos: nariz, boca, genitais, ou ir direto para a corrente sanguínea, geralmente via mosquito. Mas é quando conseguem entrar que os vírus e outros invaso­res se deparam com as nossas armas mais sofisticadas: os linfócitos. São células feitas para matar que atiram primeiro e perguntam depois. Literalmente: o corpo produz 50 bilhões de linfócitos todos os dias. Cada um capaz de reconhecer um tipo vírus. Como o corpo sabe quais vírus existem por aí? Ele não sabe. Então atira para todo lado produzindo linfócitos capazes de reconhecer qualquer combinação de proteínas possí­vel. Se um vírus estranho penetrar no seu corpo, um desses bilhões de linfócitos vai reconhecer a célula infectada. E, quando isso acontece, rola uma operação quase mágica: o linfócito começa a se dividir, gerando um exército de clones especializados em destruir a célula contaminada com aquele vírus. Esse processo todo demora alguns dias. Nisso, o vírus tem tempo de se multiplicar e causar os sintomas da doença antes de ser atacado. Mas, uma vez que o exército de clones se forma, ele fica para sempre no seu corpo. Continua fazendo patrulha para o resto da sua vida. É por isso que, quando você pega alguma infecção viral, geralmente acaba imunizado contra ela para sempre. Não foi que o seu corpo “aprendeu” a combater a doença. Ele já sabia antes. Já tinha produzido um anticorpo contra o vírus por tentativa e erro. Mas preci­sou que o bichinho invadisse primeiro para produzir um batalhão de clones do linfócito certo. E aí, sim, ficar imunizado. É assim que as vacinas funcionam: os médicos injetam proteínas de algum vírus no seu corpo (não vírus inteiros, só suas impressões digitais, por assim dizer). Elas deixam você doente, mas iniciam uma produção em massa de clones contra ela. E eles vão ficar lá para sempre.

Mas, se essa Otan dentro do seu corpo é tudo isso, por que não vencemos os vírus de uma vez? O problema é que alguns deles criaram táticas para driblar essa vigilância. O da aids, por exemplo, sabe se esconder do exército anti-HIV que se forma depois de uma invasão. E continua agindo por baixo dos panos, para sempre. Além disso, os vírus têm um grande aliado no planeta: nosso modo de vida. O surgimento de vírus novos e mais destruidores é uma conseqüência direta da civilização.

Nós fizemos os vírus (ou quase)

Você não gostaria de estar na pele de um vírus letal há 20 mil anos. Pelo menos não na de um dos que atacam seres humanos.

É que a oferta de gente no planeta era de doer. O que tinha era alguns milhares de pessoas vivendo esparsas em tribos de caçadores. Se você fosse um vírus mortal, não daria muito certo: contaminaria um homem e, quando tivesse se disseminado para umas 100 pessoas, exterminaria a tribo e ficaria. sem sua única fonte de vida. Péssimo negócio. “Não que não existissem vírus violentos na época. Mas eles não vingavam. Provavel­mente destruíam todos os seus hospedeiros e morriam junto, antes que eles tivessem tempo de espalhar mais a doença”, diz o infectologista Stefan Ujvari, um especialista na evolução dos micro-organismos. Desse jeito, os vírus que deram certo na época, e que continuaram firmes até hoje, foram os mais brandos. Como o da herpes: ele fica lá quietinho na mucosa genital e só “acorda” de vez em quando, causan­do feridas por onde sai para tentar invadir alguém que o hospedeiro dele levou para a cama. Depois as feridas cicatrizam e o vírus continua lá, sem causar mais danos e à espera de uma nova chance de se espalhar. Matar a pessoa seria suicídio. Mas uma hora isso mudou. Há 10 mil anos o homem descobriu um modo de vida mais eficiente que a caça: a agricultura e a criação de animais. A fartura de alimentos fez a população se multiplicar. Agora a vida de um vírus letal não seria mais tão difícil. Do ponto de vista de um deles, a oferta de corpos para invadir estava uma beleza. Mas de onde eles viriam? Dos animais que estavam por perto. Com os primeiros criadouros, passamos a conviver com quantidades industriais de fezes, urina e outras secreções do gado. Além disso, a domesticação aumentou muito a popu­lação desses animais. Mais corpos para os vírus invadirem. E variações mais letais desses micro-organismos começaram a aparecer no gado. Era questão de tempo para que algum vírus assim saltasse para nós.

E foi o que aconteceu. Quem diz é a genética. Nos últimos anos, a ciência ganhou o poder de rastrear a origem dos vírus. Geneticistas comparam vírus nossos com os de animais e conseguem traçar a época em que eles tiveram um ancestral comum. Nisso, concluíram que o vírus do sarampo é parente de um que ataca o gado, o da peste bovina. Ou seja: o vírus dos bois passou por uma mutação genética na época das primeiras criações e adquiriu o poder de invadir pessoas. Invadir e, agora, matar sem dó: sarampo parece besteira para quem passou pelas vacinações em massa contra a doença – como você, provavelmente. Mas até hoje, nas áreas onde não há vacina, o sarampo mata mais de meio milhão de pessoas por ano.

Se o sarampo veio da criação de bois, a gripe é um filhote dos chiqueiros e galinheiros. O caminho do influenza começa nas aves selvagens, que carregam o vírus sem ter como infectar humanos. Mas a civilização deu um jeito de isso acontecer. ­Durante suas migrações, os pássaros selvagens acabavam beben­do água nos reservatórios das criações de galinha. E também faziam suas necessidades por lá. Aí as galinhas bebiam a água contaminada pelas fezes e pegavam o vírus. Como galinhas e porcos sempre foram criados meio juntos, não demorou para que surgisse algum vírus mutante dessa gripe aviária capaz de atacar os suínos. Nisso o vírus foi circulando entre várias espécies de suínos, aves domésticas e selvagens. Agora imagine: quando duas mutações de um mesmo vírus se encontram no mesmo organismo, e isso aconteceu nas criações de porcos e galinhas, o “casal” pode recombinar seus genes na forma de 256 vírus diferentes. E esses vão se recombinando e recombinando dentro do corpo dos bichos. Aí foi questão de tempo para surgir uma variação que infectasse o homem. No caso, o vírus da gripe humana.

Mas a festa do influenza não parou por aí. Os porcos ficaram vulneráveis à gripe humana e à aviária, além de terem a gripe exclusiva deles. Então até hoje acon­tece uma suruba genética lá dentro. E versões novas e imprevisíveis do vírus continuam aparecendo. É por isso que todo ano surge uma gripe diferente, que o nosso sistema imunológico não conhece. No fundo, qualquer uma delas pode ser chamada de “gripe suína”, pois todas são geradas nesse misturador de vírus que são os porcos. Se a cada ano vem uma gripe nova, em intervalos mais longos aparecem algumas realmente violentas. Foi o caso de 1918. E de agora.

A nova onda de doencas

Apesar de o sistema de saúde hoje ser bem melhor que o do começo do século 20, os criadouros de vírus também são. Hoje há 1 bilhão de porcos no mundo. E quase 3 galinhas por habitante. Se o consumo de proteínas       continuar crescendo nos países em desenvolvimento (o que é ótimo), esses números vão triplicar. E a chance de aparecer novas gripes mortais também. A última que meteu medo no planeta aconteceu logo ali, em 2003: foi a gripe aviária, que infectou 423 pessoas e matou 258 – incríveis 61 % de fatalidade, contra 0,024 das gripes comuns e cerca de 1 % da gripe suína onde ela pegou mais forte. A aviária acabou controlada. A de hoje talvez não fique tão pesada quanto a espanhola. Mas não dá para prever o que pode vir por aí.

“Hoje os sistemas de saúde global funcionam como os cardiologistas dos anos 50, que só podiam esperar por um enfarte para depois agir. Na época, não entendiam como fazer a prevenção”, diz o infectologista Nathan Wolfe, que além de dar aulas na Universidade Stanford também é diretor da Iniciativa Global de Prevenção de Vírus. Nathan e seu grupo recolhem amostras de sangue de animais em busca de vírus que possam representar perigo para o homem.

Esse tipo de monitoramento é o melhor jeito de prevenir novas pragas. Só tem um problema: ele é raro. “O monitoramento da gripe aviária é eficaz porque se trata de uma doença capaz de matar uma criação inteira, causando prejuízos sérios ao produtor. Já os porcos não morrem de gripe, então não existe uma vigilância sistemática”, diz a infectologista Nancy Belley, da Unifesp. A solução? Aumentar essa vigi­lância, além de separar criações de galinhas e porcos e mantê-los em condições higiênicas. Só que isso ainda é utopia, principal­mente nos países mais pobres. E mesmo assim não seria a salvação: a qualquer momento 500 mil pessoas estão em aviões cruzando o planeta. Junte isso ao fato de que nunca estivemos em contato com tantos vírus novos, seja pelo aumento na quantidade de animais de criação, seja pela caça de animais selvagens, que podem espalhar mais vírus para nós. Desse jeito, um caçador na África pode pegar um vírus mortal e, em questão de dias, estar em outro canto do planeta transmitindo o vírus. Foi o que aconteceu com o HIV, que veio de macacos. Por isso mesmo, pesquisadores acreditam que estamos no meio de uma segunda onda de novas doenças. A primeira foi aquela de 10 mil anos atrás, quando a civilização começou. Outro ponto: não dá para prever novas mutações. O HIV, por exemplo, só não é transmissível por mosquitos, como a dengue, porque não sobrevive dentro do inseto. Mas basta uma mutação simples para que isso aconteça.

No mundo das bactérias não é diferente. Há meio século, um ministro da Saúde Pública americano disse que “as doenças infecciosas estavam eliminadas dos EUA”. Fazia sentido. Naquele tempo, a penicilina, rainha dos antibióticos, parecia mesmo eficaz contra prati­camente qualquer ataque bacteriano. Mas ele estava errado. A lógica da evolução funciona rápido com bactérias. Em pouco tempo surgem micro-organis­mos mutantes, que resistem aos antibióticos. E eles tomam o lugar dos micróbios vulneráveis na natureza, deixando nossos remédios obsoletos. Além disso, o homem dá uma força para que isso aconteça.

A maior parte dos antibióticos produzidos no mundo vão para as rações de gado, como precaução contra infecções e porque faz os bichos crescer mais rápido. É a melhor oportunidade do mundo para que as bactérias desenvolvam resistência aos remédios. Existem iniciativas para combater isso, pelo menos. Desde os anos 90 governos do mundo todo, Brasil incluído, proíbem o uso de vários antibióticos para promover o crescimento. Nos EUA, o governo estuda a possibilidade de banir os antibióticos das rações, e usá-las só quando o animal estiver doente. Também não é a panacéia, já que a mera existência dos anti­bióticos na farmácia é o bastante para criar bactérias mais resistentes. Por outro lado, não podemos viver sem esses remédios. Seria suicídio.

É isso: não existe fórmula mágica para derrotar micro-organismos. Mas isso não significa que eles não podem ser úteis. Enquanto você lê esta página, médicos do hospital Cedars-Sinai, nos EUA, se preparam para combater tumores no cérebro com um vírus geneticamente modificado. Até o fim do ano eles pretendem usar o vírus para invadir células cancerosas de pacientes e matá-las, sem danifi­car as células normais. A técnica já deu certo em bichos. Esse e outros tratamentos parecidos estão em fase experimental, mas já começam a descortinar um lado bom para esses demônios. Pois é: se não pode vencê-los, junte-se a eles.

6 comentários

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    • Haroldo Silva em 13 de agosto de 2009 às 15:34
    • Responder

    Excelente.

    1. oi d.r ei gostei muito da sua intrevista

    • Elis Pazini em 13 de agosto de 2009 às 22:15
    • Responder

    Bom, bom….somos um punhado de gente habitando no mundo das bactérias e dos vírus….me deu uma canseira pensar nisso…obrigado pela matéria!

  1. meu Deus!!!! é fantástico!!!! adorei a matéria.

  2. Mas que ótima qualidade encontrei nos posts muito bem elaborados desse blog. Sem voltas, você foi direto ao X da questão e respondeu todas minhas questões sobre esse assunto. Não admita que a qualidade desse blog diminua, está unicamente estupendo!

  3. Opa, como vai?

    Gostei muito do seu post no seu blog.

    Beijos!

    shameonyoublogueira.com Intelimax IQ

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