Vimos na primeira página que o Vaticano têm um museu onde guarda a sete chaves provas da comunicação espontânea dos mortos.
Prosseguindo com nossas pesquisas incomuns das religiões, estou trazendo agora o trabalho de pesquisa de um padre francês, de nome François Brune.
O Pe. François Charles Brune é bacharelado em Latim, Grego e Filosofia. Cursou seis anos do “Grand Seminaire”, sendo cinco no Instituto Católico de Paris e na Universidade de Tubingen.
Tem cinco anos de curso superior de Latim e Grego na Universidade de Sorbone. Estudou as línguas assírio-babilônico, hebreu e hierógrifos egípcios. Foi licenciado em Teologia no Instituto Católico de Paris em 1960, e em Escritura Sagrada, no Instituto Bíblico de Roma, em 1964.
Foi professor de diversos “Grands Seminaires” durante sete anos e é da ordem de S. Sulpício. Estudou a tradição dos cristãos do Oriente e dedica-se a estudos dos fenômenos paranormais.
Em 1983, o Pe. François Brune lançou seu primeiro livro – “Pour Que L’Homme Devienne Dieu” (Para que o Homem se Torne Deus).
Em 1989 lançou o seu segundo livro, “Les Morts Nous Parlent”, que foi publicado no Brasil em 1991 com o título Os Mortos nos Falam e em 1993, “En Direct Avec L’Au Dela”, com Chauvin Remy, traduzido como Linha Direta do Além: Transcomunicação instrumental: realidade ou utopia?
Na orelha do seu livro Os Mortos Nos Falam, o Pe. Brune escreve:
“Escrevi este livro para tentar derrubar o espesso muro de silêncio, de incompreensão, de ostracismo, erigido pela maior parte dos meios intelectuais do ocidente. Para eles, dissertar sobre a eternidade é tolerável; dizer que se pode entrar em comunicação com ela é considerado insuportável.
Tomem este livro como um itinerário. Abandonem, tanto quanto possível, suas idéias preconcebidas. Não tenham medo; se este livro não os transformar, logo se aperceberão. Em todo caso, leiam esta obra como a história de uma descoberta fabulosa e verdadeira.
Progressivamente então, surgirão essas verdades essenciais que se tornarão, assim eu lhes desejo, a matéria de suas vidas. A morte é apenas uma passagem. Nossa vida continua, sem qualquer interrupção, até o fim dos tempos. Levaremos conosco para o além nossa personalidade, nossas lembranças, nosso caráter.
O após vida existe e nós podemos nos comunicar com aqueles que chamamos de mortos.”
Ainda neste livro, ele lamenta: “O mais escandaloso é o silêncio, o desdém, até mesmo a censura exercida pela Ciência e pela Igreja, a respeito da descoberta inconteste mais extraordinária de nosso tempo: o após-vida existe e nós podemos nos comunicar com aqueles que chamamos de mortos.”
E encerrando seu livro Linha Direta do Além, afirma:
“Estou verdadeiramente convencido de que, com a transcomunicação instrumental, dispomos de novos meios, fantásticos, que nos garantem nossa sobrevivência após a morte.”
François Brune é o representante do vaticano para assuntos de Transcomunicação Instrumental (T.C.I.) técnica pelo meio da qual os mortos se comunicam com o mundo material através de aparelhos eletrônicos.
O Padre François Brune viu na transcomunicação instrumental uma forma de provar que a vida continua no além-túmulo: “ Eu quero mostrar que a vida continua, que há Deus que nos ama, que nos espera e que o único valor da vida é o amor. Quero mostrar que a vida depois da morte depende de nossa vida neste mundo”.
Em seu livro, Brune reuniu vários relatos historicamente comprovados, um deles envolvendo inclusive um Papa. Em 17 de setembro de 1952, o padre Gemelli, que era então presidente da Academia Pontifícia de Ciências, tentava filtrar a qualidade do som de gravações de Canto Gregoriano. Exasperado com os problemas técnicos que enfrentava, exclamou: “Papai, me ajude!” Órfão desde a infância, padre Gemelli costumava repetir essa invocação sempre que estava em dificuldade. Tarefa terminada, ele voltou a escutar a fita. Quase desmaiou quando, de repente, em vez da gravação do canto, apareceu a voz de seu pai defunto que lhe dizia: “Mas é claro que vou te ajudar, Zuccone (Abobrão, em italiano), eu estou sempre perto de você!” Zuccone era o apelido que seu Pai lhe dera quando vivo.
O Padre Gemelli foi contar tudo ao papa Pio XII. Mas este, longe de mostrar espanto, tranqüilizou o sacerdote e disse: “Isso nada tem a ver com Espiritismo. O gravador é um aparelho objetivo que não podemos influenciar. Essa experiência poderá talvez suscitar estudos científicos que confirmarão a fé no mundo do além”.
Além disso, o Papa João Paulo II, perante mais de 20.000 pessoas na Basílica de São Pedro, em 2 de Novembro de 1983, disse: “O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo”.
Vale a pena ler todo o conteúdo do livro Os Mortos nos Falam e examinar os imensos desdobramentos da pesquisa que este padre teve a coragem e ousadia de trazer à lume.
No capítulo VIII Brune faz mais uma asserção constrangedora para a Igreja Católica:
A REENCARNAÇÃO: ÚLTIMA PROVAÇÃO DA ALMA INFELIZ
O que acontece, então, aos falecidos que mais recusaram o Amor? Pierre Monnier afirma-nos que Deus concede-lhes uma segunda oportunidade e permite-lhes voltar à terra. É a reencarnação.
Muitos outros mensageiros ou pseudo-mensageiros afirmam a mesma coisa, evidentemente. Mas isto não bastaria para convencer-me. Aceito esta teoria porque alguns daqueles que a sustentam inspiram-me, por diversas razões, uma confiança especial. Pierre Monnier não é o único, entre estes mensageiros de confiança, a afirmá-lo; mas é, talvez, entre aqueles em quem confio, o que parece estar mais bem informado sobre o fenômeno e o que aceita fornecer-nos maiores detalhes. Muitos outros dizem mais que ele, evidentemente, mas o problema é que não gozam de minha confiança.
Portanto, segundo ele: “efetivamente, a reencarnação ocorre, às vezes, com muito menor freqüência do que imaginam alguns”.(l) Ela é “muitas vezes aconselhada como sendo o meio mais rápido de realização da evolução obrigatória para que se atinja a felicidade para a qual tendemos todos, e que só conheceremos na fusão com Deus”.(2) Entretanto, ela é, “por assim dizer, sempre facultativa”,(3) o que implica que, por vezes, não ocorra, o que é confirmado mais adiante: “trata-se de uma obrigação excepcional”.(4) Aliás, mesmo quando uma alma compreende que sua evolução poderia ser mais rápida se aceitasse reencarnar, muitas vezes renuncia a esta possibilidade para não quebrar o laço de amor para com aqueles que deixou sobre a terra.(5) A reencarnação ocorre, às vezes, em famílias inteiras, ou quase: os pais que arrastaram seus filhos em sua infelicidade, por seus erros, pedem para reparar a falha dando a luz, novamente, aos mesmos filhos, ou pelo menos àqueles que não souberam escapar de sua má influência.(6)
Alguns textos difíceis da Escritura, a respeito da predestinação, podem ser explicados por este fenômeno da reencarnação.(7)
Por fim, a reencarnação é freqüente nos animais, particularmente nos cães. Há até mesmo casos bastante excepcionais “permitidos por Deus, em circunstâncias bem raras, e com um objetivo definido”, onde um animal reencarna como ser humano.(8)
Portanto, baseado em tais mensageiros (e não somente em Pierre Monnier), creio que uma certa forma de reencarnação existe.
Ao contrário, não estou certo de que tenhamos obtido, até hoje, provas absolutas da existência do fenômeno. Mas creio nele, apesar disto, porém baseado no testemunho dos mensageiros, e não devido à existência destas “provas”. E como creio, apesar de tudo, considero-me dispensado de discutir, caso a caso, o valor das chamadas “provas”. Prefiro admitir logo de início, sem discussão, que em cada um destes casos encontramos um caso verdadeiro.
Os dois problemas que permanecem, entretanto, em discussão são os seguintes:
– Estes casos são verdadeiramente excepcionais como afirma, por exemplo, Pierre Monnier? Ou, ao contrário, é uma regra, para todos os homens, voltar à terra, até mesmo várias vezes, como afirmam outros mensageiros, sustentados por fortes correntes filosóficas e religiosas?
– Em que consiste, verdadeiramente, a reencarnação quando ela ocorre?
(1) Leattres de Pierre, vol I. p. 144. (2) Lettres de Pierre, vol I. p. 205. (3) ibid. vol III. p. 26. (4) ibid. vol III. p. 439. (5) ibid. vol III, p. 26. (6) ibid. voI II, p. 72-73. (7) ibid. voI I, p. 145. (8) ibid. vol II, p. 45.
10 comentários
Pular para o formulário de comentário
Muita luz a todos, Graças a Deus temos hoje a doutrina espírita que muito nos ensina através dos espíritos superiores, que é o consolador prometido por Jesus, é o espírito da verdade que Jesus nos ensinou, muito obrigado por este estudo que muito nos instruirá.
Autor
Tiãzinho, como aparece na reportagem: “E a comunicação entre vivos e mortos, será que existe? O padre Gino Concetti, de viva voz, respondeu à reportagem do Fantástico: “Eu acredito que sim. Eu acredito e me baseio num fundamento teológico que é o seguinte: todos nós formamos em Cristo um corpo místico, do qual Cristo é o soberano. De Cristo emanam muitas graças, muitos dons, e se somos todos unidos, formamos uma comunhão. E onde há comunhão, existe também comunicação”. Padre Gino Concetti foi mais além, ao afirmar que “o espiritismo existe, há sinais na Bíblia, na Sagrada Escritura, no Antigo Testamento.” É isso aí!
A doutrina espírita nos ensina com muita clareza sobre a reencarnação, inclusive usando ensinamentos de Jesus, quando ele afirma que João Batista é o elias nascido de novo( reencarnado)
É só querer ter olhos pra ver e ouvidos pra ouvir, vamos questionar.
A própria I. Católica costuma se autodenominar como a Igreja de Cristo, e a detentora da interpretação Divina, mas que Deus é este? Se tomarmos a Bíblia, livro tão combatido por aqueles que acusam a própria I. Católica de a ter deturpado, vemos nesse artigo acima, mas uma prova que isso é mentira, isto é, assim como não foi qualquer Igreja que a editou, a I. Católica também não a influenciou, porque se assim tivesse feito faria questão de suprimir partes como a célebre parábola do Lázaro e do homem rico no seio de Abraão (lucas 16:19 até v. 31), onde fica claro que nos ensinos de Jesus, não seria permitido o contato com os mortos, o rico pede que seja enviado alguém para seus irmãos ainda vivos e os informe de sua tormenta, mas lhe é respondido: “Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos!” e mesmo assim o rico insiste que se mande um morto lá e novamente lhe é respondido: “Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos”.
E como é hábito nos meios católicos, é feito Missa de 7º dia e se reza para que os santos, pessoas mortas, intercedam por eles, logo o que esse Pe. francês diz, vem de encontro ao senso comum católico. Sem novidades, mas o interessante, parafraseando o próprio Dr. Paulo Maciel, somos seres pensantes, como pode o livro base de uma fé falar exatamente o oposto. Como eles não conseguiram mudar isso, e pior, ainda se pensa que eles a fizeram. Entre essas e outras, cada vez mais aumenta minha fé na veridicidade completa da Bíblia.
Parabéns pelo site e que Deus o abençõe, em nome de Jesus.
Afinal, o católico deve acreditar em que? na ressurreição ou na reencarnação?
que confusão!
Autor
Oi, Léia!
Há alguns anos atrás eu tive um paciente que é padre e ele é tão inteligente que foi convidado para ir para o Vaticano. Quando eu contei para ele que estava escrevendo o meu primeiro livro, “Os Mitos e a Realidade dos Anjos e da Bíblia“, ele me disse: “A minha preocupação é como vai ficar a fé das pessoas quando souberem da verdade“. E eu respondi: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará“. A Igreja tem muito conhecimento que foi ocultado ao longo destes 2.000 anos e que nunca chegaram até os leigos. Eu vou publicar mais temas sobre isso futuramente.
E o problemas dos protestantes e dos evangélicos é que TODOS ELES usam a Bíblia já manipulada pelos cristãos católicos desde os primeiros séculos do cristianismo. Alguns estudiosos, por exemplo, afirmam que a Igreja possui no Vaticano uma versão de Mateus em Aramaico, mas isso nunca foi provado ou desmentido…
A Bíblia de Lutero (ou Bíblia Luther) é uma tradução alemã da Bíblia produzida por Martinho Lutero, impressa pela primeira vez em 1534. Esta tradução é considerada como sendo em grande parte responsável pela evolução da moderna língua alemã. Lutero usou a segunda edição de Erasmo de Roterdã do Novo Testamento grego (1519). O texto grego de Erasmo viria a ser conhecido como Textus Receptus. Para ajudá-lo na tradução Lutero fez incursões nas cidades próximas e nos mercados para ouvir as pessoas falando. Ele queria garantir que sua tradução seria a mais próxima possível da linguagem contemporânea.
O Textus Receptus (em latim ”texto recebido”) é o nome subsequentemente dado por Bonaventura Elzevir à série de impressões, em grego, do Novo Testamento que serviu de base para a Bíblia Luther, a Bíblia Rei James e para a maioria das traduções do Novo Testamento da reforma protestante, inclusive a tradução portuguesa por João Ferreira de Almeida. Erasmo vinha estudando manuscritos do Novo Testamento em Grego por vários anos, na Holanda, França, Inglaterra e Suíça, notando suas diversas variantes, mas na época da feitura do Textus Receptus possuía apenas seis manuscritos à sua disposição. Todos eles eram do século XII ou mais novos, sendo apenas um fora da corrente Bizantina. Conseqüentemente, a maioria dos estudiosos modernos considera seu texto de qualidade dúbia.
Na terceira edição, de 1522, Erasmo incluiu o Comma Johanneum porque um único manuscrito continha este trecho, apesar disso Erasmo expressou dúvida sobre a autenticidade da passagem em suas anotações. A demanda popular pelo Novo Testamento em Grego gerou uma série de edições autorizadas e não-autorizadas baseadas em seu trabalho, incorporando sua versão do Novo Testamento, embora tipicamente incluindo várias alterações particulares. São também denominadas Textus Receptus as reimpressões de Estéfano em 1546; Beza em 1598 e também a dos irmãos Elzevir em 1633.
Além disso, a versão “oficial” dos protestantes é que Lutero foi o primeiro que traduziu a Bíblia para o Alemão, “a fim de torná-la mais acessível a todas as pessoas do Sacro Império Romano-Germânico”. Estudos mais aprofundados mostram que isso não é uma realidade, pois a Bíblia protestante só apareceu no ano de 1534, quando já eram 30 as traduções católicas na Alemanha. Fontes: Imperial Encyclopedia and Dictionary © 1904 Vol. 4, Hanry G. Allen & Company, Holman Bible Dictionary © 1991.
Dr.Paulo,Se ele ñ foi o primeiro a traduzir, ao menos foi ele quem as tornou acessível então? pq imagina só que situação da humanidade naquele tempo, só tinha mesmo que ser católico pq ñ tinha opção e muito menos entendimento para se tornar livre , pq o catolicismo e política caminhavam juntos ser católico eu imagino que era mais ou menos como se fosse lei. Ler a bíblia então seria algo impossível aos fiéis só tinham que acreditar na palavra do lider religioso mesmo sem entender o que estavam falando e simplesmente dizer amém.Hoje, se por Lutero ou ñ temos a bíblia em nossas mãos e como o Dr. mesmo citou: Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará assim como tbém está escrito:Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. E de onde se encontra um típico caso de erro em assunto de vida espiritual de onde os saduceus membros de um grupo religioso de alta influência política entre os antigos israelitas, não criam na ressurreição. A capciosa pergunta feita a Jesus tinha como propósito testá-Lo, desacreditá-Lo ou brincar com Ele .O erro dos saduceus foi pensar na vida do Além em termos terrenos, e na eternidade em termos de plenitude e de novas e superiores relações que vão transcender numa intensidade infinita as relações físcas do tempo.Não vamos comentar o fato de ressurreição dos corpos, mas a declaração de Jesus Cristo, que é de atualidade e pertinência sem igual, “Jesus, porém, lhes respondeu: Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” e que nos aponta a fonte de descrença, ceticismo, desconfiança e erro religioso: a falta de conhecimento das escrituras e a falta de experiência espiritual.
.
Autor
Léia:
Josefo, um famoso historiador judeu do primeiro-século, descreve três grupos principais com suas filosofias ou modos de vida: os Fariseus, os Saduceus e os Essênios e vários outros grupos políticos e revolucionários judeus ativos no primeiro século d.C., a saber:
Fariseus: Os Fariseus aderiram e defendiam a observância rígida do sábado sagrado, dos rituais de pureza, do dízimo, das restrições alimentares, baseando-se nas Escrituras hebraicas e em tradições orais mais recentes. Se opunham à romanização e à helenização. Consideravam-se sucessores de Esdras e dos primeiros escribas, sendo que esta classe foi criada no fim da guerra dos Macabeus. Lutavam contra os costumes pagãos, entre eles o costume Helênico (dos gregos). Sustentavam a doutrina da predestinação que julgavam ser compatível com o livre arbítrio. Criam na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo e na existência do espírito. Criam nas recompensas e nos castigos futuros, de acordo com o modo de viver neste mundo. Acreditavam que as almas dos ímpios eram lançadas em prisões eternas, enquanto que as dos justos, revivendo, iam habitar em outros corpos (ressurreição). Os Evangelhos os retratam como os principais oponentes de Jesus (Mc. 8:11; 10:2) e que teriam conspirado junto com os herodianos para matá-lo (Mc. 3:6). Contudo, em termos teológicos, cristãos e fariseus concordavam em alguns aspectos, o que explica o grande número de fariseus que acabaram por tornar-se cristãos (Atos 15:5). Paulo, antes de converter-se ao cristianismo, era um fariseu e por isso acreditava na ressureição dos mortos: “E Paulo, sabendo que uma parte era de saduceus e outra de fariseus, clamou no conselho: Homens irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu; no tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado.” (Atos 23,6).
Saduceus: Eles eram um grupo formado pela elite, principalmente proveniente das famílias da alta hierarquia sacerdotal e se opunham aos fariseus. Provavelmente era um grupo menor mas mais influente que eles. Sua influência, porém, era sentida sobretudo entre os grupos governantes ricos. Seguiam somente as leis escritas, presentes na Bíblia hebraica (a Torah), e rejeitavam as tradições mais novas. Não acreditavam em vida depois da morte (Mc. 12:18-27; C. 20:27); em anjos ou espíritos (Atos 23:8) e na Providência Divina. Negavam a ressurreição e o Juízo futuro. Afirmavam que a alma morre com o corpo. Negavam a existência de anjos ou de espíritos. Que Deus não intervém em nossos atos sejam eles bons ou maus. Que os atos bons, são bons, porque queremos que sejam bons e não porque Deus manda. Negavam a imortalidade e a ressurreição. Adotaram princípios Aristotélicos (ensinos do filósofo Aristóteles) típicos da crença Grega. Eram altamente ritualistas e só aceitavam os cultos realizados no Templo onde, acreditavam, Deus estava. Seu conceito de Deus era mais filosófico, ou metafísico, que o das seitas inovadoras. Deus seria uma pessoa distante e de raras interferências milagrosas no mundo. Possuíam um papel preponderante no Sinédrio e controlavam as atividades e riquezas do Templo (Atos 4:1; 5:17; 23:6).
Essênios: Os essênios formavam um grupo minoritário que estava organizado como uma comunidade monástica em Qumram, área localizada perto do Mar Morto, desde o século II a.C. até o século I d.C.
Eles rejeitaram a validez da adoração de Templo, e assim recusavam-se a assistir os festivais ou apoiar o Templo de Jerusalém. Eles consideraram os sacerdotes de Jerusalém ilegítimos e viviam em regime comunitário com exigências rígidas, regras, e rituais. Provavelmente também praticavam o celibato. Esperaram que Deus enviasse um grande profeta e dois Messias diferentes, um rei e um sacerdote. O objetivo dos essênios era manterem-se puros e observar a lei. Praticavam um culto espiritualizado e sem sacrifícios e possuíam uma teologia de caráter escatológico. Dentre os ritos observados, estava a prática do batismo por imersão periódico, como forma de purificação, antes mesmo de João e Jesus iniciarem os batismos cristãos. Eles interpretavam a Lei de forma literal e produziram diversos textos que foram considerados, posteriormente, apócrifos, como a Regra da Comunidade.
Herodianos: Os herodianos formaram a facção que apoiou a política e o governo da família dos Herodianos, especialmente durante o reinado de Herodes Antipas, que governou a Galiléia e Peréia durante as vidas de João Batista e de Jesus. Esta seita desapareceu com o efetivo domínio romano na região palestina.
Zelotes: Os zelotes eram um grupo religioso com marcado caráter militarista e revolucionário que se organizou no I século d.C. opondo-se a ocupação romana de Israel. Também foram conhecidos como sicários, devido ao punhal que levavam escondido e com o qual atacavam aos inimigos. Seus adeptos provinham das camadas mais pobres da sociedade. À princípio, foram confundidos com ladrões. Atuaram primeiro na Galiléia, mas durante a Guerra Judaica tiveram um papel ativo na Judéia. Os zelotes se recusavam a reconhecer o domínio romano. Respeitavam o Templo e a Lei. Opunham-se ao helenismo. Professavam um messianismo radical e só acreditavam em um governo teocrático, ocupado por judeus. Viam na luta armada o único caminho para enfrentar aos inimigos e acelerar a instauração do Reino de Deus. Um de discípulos de Jesus é chamado de Simão, o Zelote em Lucas 6:15 e Atos 1:13. Alguns autores apontam que ele poderia ter pertencido a um grupo revolucionário antes de se unir a Jesus, mas o sentido mais provável era de “zeloso” na sua acepção mais antiga.
Outros grupos: Além dos grupos político-religiosos aqui representados, podemos mencionar os outros segmentos que participavam do cenário religiosos judaico no I século: os Levitas, que formavam o clero do Templo de Jerusalém e que eram os responsáveis pelos sacrifícios e pelos cultos; os Escribas, hábeis conhecedores e comentadores da Lei; os movimentos Batistas, seitas populares que mantinham as práticas de batismo de João Batista, dentre outros.
Paulatinamente o conceito de uma alma imortal, dos gregos, foi aceita por todos os judeus, enquanto a ressurreição dos mortos não o foi. A literatura cabalística acrescentou o conceito de reencarnação, proveniente dos hindus, que atualmente é aceita pela maioria dos grupos judeus. Com o nome de Transmigração de Almas (em hebraico Guilgul Neshamot), todos os praticantes do judaísmo, especialmente as correntes ortodoxas – como o hassidismo – e cabalistas acreditam que, após a morte, a Alma reencarna numa nova forma física. O conceito da reencarnação consta nos livros Sefer-Há-Bahir (Livro da Iluminação) e no Zohar (Livro do Esplendor). Ambos atribuem grande importância à doutrina da Reencarnação, usada para explicar que os justos sofrem porque pecaram em uma vida anterior.
O fato de que a reencarnação é parte da tradição judaica é uma surpresa para muitas pessoas. Apesar disso, é mencionada em vários locais nos textos clássicos do misticismo judaico, começando com a importante fonte da Cabalá, o Livro do Zohar. Se a pessoa é mal-sucedida em seu propósito neste mundo, o Eterno, Bendito seja, o desenraíza e o replanta muitas vezes mais. (Zohar I 186 b)
Mesmo algumas das maiores autoridades que não são necessariamente conhecidas pela sua inclinação mística, assumem a reencarnação como uma doutrina básica aceita. Um dos textos que os místicos gostam de citar como uma alusão escritural ao princípio da reencarnação é o seguinte versículo no Livro de Iyov (Jó): “Veja, todas essas coisas que D’us realiza – duas, até três vezes com um homem – trazer sua alma de volta do poço para que possa ser iluminada com a luz dos vivos”. (Jó 33:29) Em outras palavras, Deus permitirá que uma pessoa volte ao mundo “dos vivos” vinda do “poço” (que é um dos termos bíblicos clássicos para Gehinom ou Purgatório) uma segunda ou terceira vez (ou múltiplas) vezes. [Ver em: http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/reencarnacao/home.html%5D
Uma pergunta interessante que fizeram para Jesus mostrando estes dois pontos-de-vista da Ressurreição / Reencarnação aparece aqui: “E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” Jo 9,1-2. Como e onde ele teria pecado para nascer cego?
Abs, Paulo.
Pretendo ler seu livro,Os Mitos e a Realidade dos Anjos e da Bíblia.
Autor
Oi, Léia! Procure no site da Editora: [http://www.jurua.com.br/shop_search.asp?Onde=AUTOR&Texto=Paulo+Maciel&Submit=Busca] ou em sites de sebo.
Abs, Paulo