Alergia Alimentar

Um dos temas mais importantes e negligenciados na saúde humana na atualidade é a questão das alergias alimentares.

Tenho visto no consultório com uma frequência cada vez maior pacientes com alergias alimentares graves sem a mínima compreensão ou orientação a respeito da sua doença.

E pela primeira vez vi na televisão brasileira uma reportagem falando da seriedade deste problema, mas abordando inicialmente um caso tão raro quanto grave: o australiano Káleb que tem alergia e intolerância a todos os tipos de alimentos!

Vou então iniciar estas páginas sobre alergia alimentar com a reportagem do Fantástico, inclusive com o seu vídeo e depois vou aprofundar o tema para esclarecimento e orientação de milhares de pessoas que sofrem com este problema e não tem a mínima noção do que os está fazendo sofrer.

Os negritos e frases e palavras coloridas são por minha conta, para enfatizar os temas que vou abordar na sequência.

Observe também, pelas reportagens, que a questão das alergias ainda têm muitos pontos misteriosos para a Ciência e algumas contradições entre os pesquisadores. Eu acredito que a melhor forma de explicar um fenômeno é observando-o por diversos pontos-de-vista, que vão enriquecer e complementar a sua compreensão. Faremos isso na sequência dos textos.

Menino de 5 anos tem alergia a todos os tipos de alimento

Káleb passa 20 horas por dia com uma sonda ligada ao estômago. O soro com os nutrientes essenciais fica numa garrafa dentro da mochila.

Uma epidemia dos tempos modernos: hoje, 1 em cada 3 adultos e 4 em cada 10 crianças têm algum tipo de alergia. Será uma consequência da vida nas grandes cidades? O Fantástico foi ao sul da Austrália conhecer um menino com uma doença que a medicina não consegue explicar. Káleb tem alergia total a comida.

À primeira vista, Káleb, de 5 anos, parece normal: gosta de brincar, andar de patinete na rua tranquila onde mora, em Adelaide, sul da Austrália. Mas o que é um prazer para a maioria das pessoas, para o menino é um risco.

Káleb tem múltiplas alergias e intolerância a todos os tipos de alimento. Ou seja: ele não pode comer nada! Uma doença ainda sem explicação.

A mãe dele, Melissa, tentou comida orgânica, tirou o glúten da dieta. Nada funcionava. No fim do ano passado, Kaleb foi internado com o estômago cheio de feridas. Os médicos decidiram cortar todos os alimentos.

“É duro para uma mãe ver um filho passar por isso. Como fazer uma criança de 5 anos entender que ela vai passar mal se comer?”, pergunta Melissa.

Hoje, Káleb passa 20 horas por dia com uma sonda ligada ao estômago. O soro com os nutrientes essenciais fica numa garrafa dentro da mochila. O governo banca o tratamento, e também uma enfermeira que acompanha o menino na escola.

Abatida, a mãe de Káleb se questiona: “será que isso tem a ver com os produtos que colocam na comida, como os agrotóxicos? Parece que as novas gerações estão ficando cada vez mais doentes”.

Há 50 anos, crises de alergia eram bem mais raras. Hoje, o ambulatório do Hospital das Clínicas em São Paulo vive recebendo pacientes como Adriane de Araújo, de 13 anos, vítima da poluição.

“Eu estou fazendo tratamento de rinite, sinusite, bronquite e asma”, comenta a menina.

A alergia, tanto alimentar quanto respiratória, é sempre uma batalha do organismo para expulsar um corpo estranho. Mas uma batalha exagerada. Anticorpos provocam, no sangue, a liberação de histamina, substância responsável pelos sintomas mais comuns da alergia, como espirros.

“Coceira na pele, no nariz, às vezes, cólicas, diarréias e vômitos. E os três vilões mais importantes são o leite, o trigo, o ovo; principalmente a clara do ovo”, explica o médico Fábio Castro, que é vice-presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.

Para o cabo da Aeronáutica Marcos Moreira, o trigo acende o alerta vermelho. O militar escapou por um triz de um choque anafilático em pleno trânsito de São Paulo, dirigindo um caminhão a caminho do quartel.

“Começou a coçar o corpo, comecei a inchar e perdi a voz”, lembra.

Logo depois do café da manhã, Marcos tinha feito esforço, carregando o caminhão. E esse foi o perigo. A alergia dele tem um detalhe incomum: o cabo se sente mal apenas quando consome trigo e depois faz exercício físico.

“Ele já foi orientado a não fazer ingestão de nenhum alimento que contenha trigo quatro horas antes de qualquer atividade física”, explica a alergista Hospital das Clínicas.

São ainda hipóteses para explicar o crescimento vertiginoso das alergias.
Enquanto isso, na Austrália, o pequeno Káleb espera por uma trégua do próprio corpo.

“É um longo caminho. Depois que ele se recuperar das feridas no estômago, vamos tentar voltar aos poucos com a comida”, revela o pai.

E quando ele estiver livre das restrições, Káleb já sabe o que vai pedir pra comer: churrasquinho de frango! [1]

O menino Kaleb Bussenschutt de 5 anos

Dieta de menino com alergia a comida custa R$ 9 mil por mês

Domingo passado, o Fantástico mostrou a história de um menino australiano totalmente alérgico a comida. Ele não pode comer nada. Encontramos crianças brasileiras que sofrem do mesmo problema.

Toda vez que João Vithor, de 4 anos, come um alimento proibido “A barriga fica grande, a bochecha fica [inchada], o cabelo vai lá para cima e o olho fica desse tamanho”, descreve o menino.

Ele tem alergia quase completa a comida. Só pode consumir um tipo especial de leite – que custa R$ 450 a lata e carne de rã.

“Só a dieta do João fica em torno de R$ 9 mil por mês. Aí tem a da Nicole também”, calcula a mãe de João Vithor e Nicole, Poliana da Cruz.

O cardápio da irmã, Nicole, é ainda mais restrito. Para ela, nada de rã. Só leite. A prefeitura de Goiânia banca o tratamento, mas a mãe diz que às vezes a ajuda atrasa. “Quinze dias que falta o leite significam 15 dias que vai passar fome”.

Francelene, de Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, também reclama da demora do governo. Ela diz que acabou se endividando para manter o estoque de leite de Guilherme, o filho alérgico a comida. Preço: R$ 550 a lata. Diz que pegou empréstimo com agiotas, quase perdeu a casa, e até pediu dinheiro na rua.

“Ele doente, muito fraco na cama, eu chorando, ele acordou e falou: ‘mamãe, por que você está chorando? Mamãe, não chora, não. Não chora, não, porque eu vou levantar desta cama e eu vou ganhar o leite’”, lembra a mãe de Guilherme, Francelene da Silva.

É difícil eles entenderem que não são como as outras crianças.

“Chega ao shopping, eu não posso ir nem na praça de alimentação com ele, porque ele vai sentir o cheiro da comida e vontade de comer”, lamenta o pai de João Vithor e Nicole, Roger Rios.

Alergias graves estão se tornando cada vez mais comuns, como mostra uma série especial da BBC que o Fantástico começou a exibir domingo passado.

Por volta de 30% da população mundial tem alergia. Acreditam até que até o final do século isso deve chegar a quase metade da população”, informa o vice-presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia Fábio Castro.

Alergia é uma batalha exagerada do organismo para expulsar um corpo estranho. Existem várias explicações, nenhuma definitiva. Os cientistas apostam numa combinação de genética com exposição a poluentes e outros produtos químicos da vida moderna. A batalha contra a asma em duas ilhas ilustra a teoria.

Barbados, no Caribe: os casos de asma aumentaram dez vezes nos últimos 20 anos. Atingem, hoje, 20% da população. Para os médicos, uma epidemia.

A explicação pode estar no processo acelerado de urbanização do país, com muito mais carros e poluição”, diz a alergista Kathleen Barnes.

O fator hereditário da asma começou a ser desvendado em um lugar perdido no Atlântico Sul. Tristão da Cunha é a ilha mais remota do planeta. São sete dias de barco para chegar até aqui. Pelo isolamento extremo, é um laboratório natural para estudos genéticos. Metade da população tem asma. Um índice sem igual no mundo. O motivo: os cerca de 300 habitantes descendem de apenas sete famílias.

O casamento entre parentes acabou espalhando o gene da asma. Quem investigou a linhagem dos moradores e isolou o gene foi um cientista brasileiro – Noé Zamel, da Universidade de Toronto, no Canadá. Mas ele é cauteloso.

“A descoberta não explica todo o problema da asma. É apenas uma peça do quebra-cabeça”, destaca o professor da Universidade de Toronto Noé Zamel.

Existe também uma hipótese evolutiva. Pesquisas mostraram que o anticorpo que dispara a maioria das alergias tinha uma função bem diferente nos primórdios da humanidade. O IgE era uma proteção contra parasitas que infestavam o homem há milhares de anos.

Em pouquíssimo tempo, na escala biológica, a urbanização, os remédios e os hábitos de higiene transformaram nossas vidas. Sem ter o que combater, o IGE voltou suas armas para invasores inofensivos – poeira, por exemplo.

Mas e quando o inimigo parece atacar por todos os lados? Em Houston (EUA) pessoas se dizem tão alérgicas que nem a equipe de tevê pôde chegar perto. Eles sofrem de “sensibilidade química múltipla”. A portadora de sensibilidade química múltipla Nancy Van Afflen só dirige de luvas. “Sou alérgica ao vinil e ao poliéster”, ela diz.

A máscara e o cilindro de oxigênio protegem contra supostas toxinas no ar. Dentro da casa, tudo esterilizado. Os móveis foram adaptados. “Esse compensado não leva resina, nem formol. A cola é à base de soja”, mostra Nancy.

Para alguns médicos, a explicação para a “sensibilidade química múltipla” talvez seja psicológica. Como Nancy, muitas pessoas acreditam que têm alergia, mas nem sempre isso é verdade.

“Talvez apenas 1% ou 2% dos adultos sejam realmente alérgicos”, afirma a psicóloga Rebecca Knibb.

Muita gente também confunde alergia com intolerância. Alergia é uma resposta de defesa do corpo, geralmente imediata. Coceira, espirros ou falta de ar são alguns dos sintomas. Já a intolerância, de efeito mais lento, é a falta de enzimas, que são um tipo de proteína para digerir certos alimentos.

“O alimento fica pesado, às vezes fica tendo uma diarreia contínua, toda vez que come aquele alimento”, explica o alergista Fábio Castro.

Alergia não tem cura, mas pode ser controlada. Guilherme, de Petrópolis, tem voltado a comer aos poucos.

“Peito de peru, coelho, frango. Às vezes reage bem mal”, comenta a mãe de Guilherme, Francelene da Silva.

Em Goiânia, Nicole e João Vithor ainda não tiveram essa sorte. “Ele mesmo fala que papai do céu está curando ele, e que ele logo vai ficar bom e vai comer de tudo”, diz a mãe dos meninos.

“Vai ter leite de vaca, bolo no meu aniversário, quando eu sarar”, planeja o pequeno João Vithor, de 4 anos. [2]

Os irmãos João Vithor e Nicole, com a mãe Poliana da Cruz

[1][http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1277959-15605,00.html]

[2][http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1286197-15605,00-DIETA+DE+MENINO+COM+ALERGIA+A+COMIDA+CUSTA+R+MIL+POR+MES.html]

125 comentários

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    • Isabel em 9 de abril de 2012 às 18:19
    • Responder

    Boa tarde, Dr. Paulo. Estou em busca de um tratamento alimentar para meu filho autista, hoje com 5 anos de idade. Ele sempre esteve muito acima do seu peso, apesar de ser muito seletivo com o que come e muito ativo. Não nego que ele coma bastante, mas não tanto assim que justifique ele estar próximo dos 40kg. Nunca fiz nenhum exame de alergia alimentar nele, o neurologista nunca me sinalizou que ele precisasse de uma dieta específica para o autismo, mas como se fala muito de intolerância a gluten e lactose nesse quadro, portanto gostaria de começar por aí para depois explorar outros possível causadores do excesso de peso. Será que o Sr. poderia me indicar um médico/nutrólogo/nutricionista/pediatra que trabalhe com nutrição de autistas ou pode indicar que exames devo fazer nele para tentar constatar ou não sua alergia? Aguardo, muito obrigada e um abraço!

      • Isabel em 9 de abril de 2012 às 18:20
      • Responder

      Esqueci de comentar: estou em SP – Capital

      1. Isabel, em São Paulo procure por este médico, Dr Matrorocco: http://www.medicinabiologica.com.br/.

    1. Isabel, onde você mora? Até onde você iria para se consultar com este profissional?
      Os estudos mostram que alguns autistas têm uma hiper-permeabilidade intestinal, isto é, absorvem alimentos antes de estarem completamente digeridos. Normalmente o intestino só absorve glicose, aminoácidos e ácidos graxos, que são sub-produtos da digestão e os constituintes básicos dos amidos, proteínas e gorduras. Acontece que em alguns autistas os peptídeos (pedaços das proteínas) do trigo e do leite podem entrar na corrente sanguínea sem ter sido digeridos e passam a ter efeitos bioquímicos específicos em seus cérebros.
      Existe um teste nos EUA, chamado “Teste de Glúten e caseína Peptídeo”, que medem peptídeos urinários do glúten e da caseína Este exame é importante porque estes peptídeos reagem com receptores de ópio no cérebro e imitam os efeitos de drogas de ópio – assim como a heroína e a morfina. Foi observado que estas combinações reagem com áreas do cérebro como os lóbulos temporais que são envolvidos na fala e integração auditiva. Uma das razões para a digestão incompleta destas comidas pode ser uma deficiência das enzimas que quebram este peptídeos pequenos.
      Sendo assim, muitos pais informaram melhorias significativas nas crianças com autismo depois de eliminar o glúten e a caseína da dieta.
      Outros pais também percebem grande melhora dos sintomas e comportamentos retirando açúcar e aditivos alimentares (corantes e conservantes).
      Mas mais importante do que fazer o exame é determinar se a retirada dos alimentos produz alguma melhora geral na criança autista.
      Por isso eu recomendo que se retire completamente da dieta o glúten por 10 dias e depois ele seja reintroduzido para observar se houve alguma melhora e piora no quadro geral da criança. O glúten se encontra no trigo, aveia, cevada, centeio e malte e todos os alimentos que são feitos com estes cereais.
      Depois pode-se fazer o mesmo com o leite e todos os seus produtos (queijos, requeijão, nata, iogurte, etc.), por 10 dias.
      E numa terceira etapa, repetir o processo com açúcar e aditivos alimentares.
      Se quiser mais detalhes desta dieta me envie um E-mail para paulocesimaciel@gmail.com que eu lhe envio um texto explicativo, ok?
      Basicamente é isto.
      A outra questão é a obesidade, que é causada basicamente pelo excesso de carboidratos da dieta e o sedentarismo. Tenho recomendado a dieta metabólica dos nossos antepassados, que resolve o problema. Procure pelo livro A Nova Dieta da Evolução, de Arthur de Vany, ok?
      Abs.

    • Juliana Barroso do Nascimento Fernandes em 12 de abril de 2012 às 12:55
    • Responder

    Boa tarde Dr. Maciel,

    Meu nome é Juliana, mãe da Jade que hoje tem 1 ano e meio e está em dieta exclusiva no Neocate desde os 6 meses, quando diagnosticamos a alergia alimentar múltipla. Desde então ela ganhou peso e se desenvolveu bem, no entanto não conseguimos introduzir alimentos nela, pois quando tentamos ela apresenta reações como urticária, dores abdominais e diarréia. Hoje ela ainda sente muitas dores no estomago, fizemos uma endoscopia e deu Gastrite Enantematosa Moderada de Corpo, o médico passou o Losec, mas ela está tendo diarréia com ele, as dores tem piorado tem umas 3 semanas, e ela que mamava cerca de 200 ml cada mamadeira, agora está mamando 100ml, pois começa a sentir dor e larga a mamadeira. Nesta última semana já emagreceu 200g. Os exames imunológicos dela apresentaram HIPOGAMAGLOBULINEMIA, desde então está utilizando o Probiótico, Floratil, tem 3 meses, para tentar normalizar os níveis do CD 8 dela que estao alterados. Não sei mais o que fazer, pois as dores nao passam, ela não está mamando, está emagrecendo, sendo que esta em dieta exclusiva do Neocate. Não sei mais o que posso fazer. Gostaria de uma opinião sua. Se possível o telefone para contato. Desde já muito obrigada.

    1. Juliana:

      O caso de sua filha é complexo e deve ser acompanhado por um alergologista e um pediatra experientes.
      Em relação às alergias alimentares deve-se pensar em alergias cruzadas e investigar RAST IgEs e IgGs e também as intolerâncias alimentares.
      Tem-se que pensar também em alguma alergia ou intolerância aos componentes do Losec: Excipientes: monoestearato de glicerila, hiprolose, hipromelose, óxido férrico amarelo, óxido férrico marrom-avermelhado, estearato de magnésio, polimetacrílicocopoliacrilato de etila, celulose microcristalina, parafina, macrogol 6000, polissorbato 80, crospovidona, estearil fumarato de sódio, sacarose, talco, dióxido de titânio, citrato de trietila e hidróxido de sódio.
      Por isso em sua bula (como regra geral), aparece: “Contra-indicações – Você não deve utilizar LOSEC nas seguintes situações: – Alergia ao omeprazol ou a qualquer um dos componentes da fórmula”.
      E também: “Este medicamento não é recomendado em crianças menores de 1 ano de idade. Atenção: este medicamento contém açúcar (22 mg para os comprimidos de 10 mg e 20 mg e, 45 mg para o comprimido de 40 mg), portanto, deve ser usado com cautela e a critério médico em pacientes portadores de diabetes”.

      Em relação à Hipogamaglobulinemia, faz-se necessário avaliar que tipo ela é portadora:
      D80.0 – Hipogamaglobulinemia hereditária (agamaglobulinemia autossômica recessiva, agamaglobulinemia ligada ao X, agamaglobulinemia ligada ao X com deficiência de hormônio de crescimento)
      D80.1 – Hipogamaglobulinemia não familiar (agamaglobulinemia com linfócitos B portadores de imunoglobulina, agamaglobulinemia de variável comum, hipogamaglobulinemia SOE)
      D80.3 – Deficiência seletiva de subclasses de imunoglobulina G (IgG)
      D80.5 – Imunodeficiência com aumento de imunoglobulina M (IgM)
      D80.6 – Deficiência de anticorpos com imunoglobulinas próximas do normal ou com hiperimunoglobulinemia
      D80.7 – Hipogamaglobulinemia transitória da infância
      D80.8 – Outras imunodeficiências com predominância de defeitos de anticorpos (deficiência de cadeia leve kappa)
      D83.0 – Imunodeficiência comum variável com predominância de anormalidades do número e da função das células B
      D83.2 – Imunodeficiência comum variável com auto-anticorpos às células B ou T
      D83.8 – Outras imunodeficiências comuns variáveis

      Meu telefone é 041-3336-5022.
      Abs.

    • elaine v de menezes em 13 de abril de 2012 às 1:30
    • Responder

    Dr. Paulo
    Tenho 34 anos e durante todo o ano passado e inicio deste venho passado por tratamento contra um cancer no sistema linfatico, tendo passado por quimioterapia e radioterapia. Sou vegetariana e nao ingiro uma serie de alimentos, tais como arroz, feijao e achocolatado. Nunca apresentei qualquer tipo de alergia alimentar, possuindo alergia respiratoria. De duas semanas para ca venho tendo diarreia e uma coceira absurda pelo corpo, com descamamento da pele, principalmente na regiao da barriga. Comecei a perceber que isso ocorria apos a ingestao de leite e queijo. Ao suspender esses alimentos senti melhora muito rapida, hoje nao ingeri leite, mas de diferente tomei suco de laranja e comi uva, e voltou os sintomas. Me ajude o que tenho deve ser alergia ou pode ser efeito do tratamento. Fiz esse mes exame de sangue que deu fosfatase alcalina alta, nao sei se ha qualquer relacao entre isso e o que estou sentindo. Por favor me ajude

    1. Elaine:

      A Fosfatase Alacalina é uma enzima presente em praticamente todos os tecidos do organismo, especialmente nas membranas das células dos túbulos renais, ossos (osteoblastos), placenta, trato intestinal e fígado. Portanto, a fosfatase alcalina encontrada no soro é resultado da presença de diferentes isoenzimas originadas em diferentes órgãos, com predomínio das frações ósseas e hepáticas.

      Embora até hoje sua função ainda não esteja bem definida, a fosfatase alcalina parece estar envolvida com o transporte de lipídios no intestino e nos processos de calcificação óssea. A fosfatase alcalina óssea e a hepática partilham proteínas estruturais, codificadas por um mesmo gene. A fosfatase intestinal só se expressa em indivíduos dos grupos sangüíneos Lewis O e B. Além das isoenzimas conhecidas – óssea, hepática, intestinal e placentária -, podem ser encontradas isoformas patológicas, como a carcinoplacentária ou Regan, que ocorre por uma desrepressão do gene da fosfatase placentária em neoplasias (de ovário, de pulmão, trofoblásticas, gastrointestinais, seminomas e doença de Hodgkin). Outras isoformas incomuns têm sido descritas em várias neoplasias.

      Na prática clínica, a grande utilidade está na investigação de doenças hepatobiliares e nas doenças ósseas que cursam com aumento da atividade osteoblástica.

      A resposta hepática a qualquer tipo de agressão da árvore biliar é sintetizar fosfatase alcalina principalmente nos canalículos biliares. Isso explica sua marcada elevação nas patologias do trato biliar. A elevação tende a ser maior nas obstruções extra-hepáticas (litíase e carcinoma de cabeça de pâncreas) do que nas intra-hepáticas (processos invasivos). Isso acontece por uma combinação de aumento de produção associado a diminuição da excreção. Por isso, é considerada um marcador importante para processos obstrutivos hepáticos. Níveis elevados podem ser também encontrados em outras lesões hepáticas ativas e nas infiltrativas com níveis mais moderados de elevação. Está aumentada nos carcinomas hepáticos primários e secundários.

      Nas doenças ósseas, o maior aumento dos níveis séricos da fosfatase alcalina é encontrado na doença de Paget (valores de 10 a 25 vezes o normal). Níveis moderadamente elevados podem ser encontrados na osteomalacia, em alguns tumores ósseos e no hiperparatireoidismo primário e secundário. As fraturas levam a um aumento transitório, e na osteoporose os valores são normais.

      Nas neoplasias, os níveis da fosfatase alcalina são úteis para avaliar a presença de metástases envolvendo fígado e osso. Valores muito elevados são vistos em pacientes com lesões osteoblásticas como as encontradas no carcinoma de próstata com metástase óssea. Elevações menores são vistas quando as lesões são osteolíticas, como as encontradas no carcinoma metastático de mama. Outras condições malignas com infiltração hepática como leucemias, linfomas e sarcoma podem cursar também com elevação da fosfatase alcalina.

      Quanto aos seus sintomas alérgicos, as alergias alimentares aparecem depois que algum alimento entra na corrente sanguínea sem ter sido completamente digerido e quebrado em aminoácidos. Como você já tem alergia respiratória, sua predisposição genética facilita o aparecimento da alergia alimentar. O leite de vaca é o campeão dos alimentos alérgicos, mas laranja e uva costumam ser mais raros como alergênicos.

      Em minha observação clínica e outros estudos, 90% dos cânceres atualmente têm causa ambiental: cigarro, poluição, agrotóxicos e alimentos industrializados. Procure se alimentar apenas de sucos orgânicos ou da própria fruta, e leia os livros: “Anticâncer – Previnir e Vencer Usando Nossas Defesas Humanas” de David Servan-Schreiber e “A Verdadeira Dieta Anticâncer” de David Khayat.

      Perdoe-me a demora em responder a sua pergunta.

      Abs.

    • marcio rosa dos santos em 13 de abril de 2012 às 20:55
    • Responder

    boa noite doutor, fiquei mais interessado na parte que fala sobre o tratamento com a imunoglobolina,meu filho tem 4 anos e foi diagnosticado como portador de espectroautismo, nao tem nenhuma restriçao alimenicia, porem li em alguns sites sobre o tratamento com a imunuglobulina em pacientes autistas, e gostaria de saber mais, ou se o senhor conhece casos de crianças autistas que foram tratados dessa forma, desde ja agradeço e aguardo resposta!!

    1. Márcio:

      Não tenho experiência com as imunoglobulinas no tratamento do autismo, mas os estudos que encontrei não são promissores:
      No trabalho intitulado “Autismo: tratamentos psicofarmacológicos e áreas de interesse para desenvolvimentos futuros”, lemos: “Várias novas direções promissoras originaram-se na pesquisa de fármacos para o autismo. As terapias neuroimunes estão baseadas nos mecanismos virais e auto-imunes propostos na etiologia do autismo. Um extenso corpo de literatura com relação às anormalidades auto-imunes no transtorno autista foi publicado. Só um número limitado de estudos de tratamento foi realizado nessa área. DelGuidice-Asch et al. relataram que a imunoglobulina intravenosa, estudada de forma aberta, teve apenas um benefício limitado em uma minoria de indivíduos, se é que houve algum.”
      Fonte: [http://www.scielo.br/pdf/rbp/v28s1/a06v28s1.pdf]
      A ANVISA publicou um estudo semelhante, dizendo:
      “4.4.4 AUTISMO
      Os pacientes com autismo poderiam, teoricamente, se beneficiar com o uso das imunoglobulinas, partindo-se do princípio de que há diversas anormalidades imunológicas no autismo. Há um estudo aberto, realizado em 10 crianças autistas, que observou que apenas um paciente mostrou alguma melhora com o uso de imunoglobulinas. Um estudo aberto, feito por Del-Giudice, também não observou resultados significativos com as imunoglobulinas. O autismo é uma indicação não fundamentada para a terapia com imunoglobulinas.”
      Fonte: [http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B7489-5-0%5D.PDF]
      Pela minha experiência, o autismo está muito mais ligado a lesões estruturais do cérebro que se desenvolvem ainda no período gestacional e que interferem na percepção de estímulos sociais:
      Três estudos independentes encontraram anormalidades da anatomia e do funcionamento em repouso do lobo temporal em pacientes autistas. Essas alterações estão localizadas bilateralmente nos sulcos temporais superiores. Essa região anatômica é de grande importância para a percepção de estímulos sociais essenciais. Além disso, estudos funcionais demonstraram hipoativação da maior parte das áreas envolvidas na percepção social (percepção de faces e voz) e cognição social (teoria da mente). Esses dados sugerem um funcionamento anormal da rede de pensamentos do cérebro social no autismo.
      Fonte: [http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462006000500004]
      Em outro estudo, Courchesne comparou o cérebro de sete meninos autistas já mortos com o de seis garotos sem o transtorno. Em uma área chamada córtex pré-frontal, o número de células nas crianças com autismo era 67% maior. Essa região é justamente a encarregada da comunicação, linguagem e outras habilidades cognitivas prejudicadas pelo transtorno.
      Como o tipo de célula presente no córtex pré-frontal dos meninos com autismo só é desenvolvida durante a gestação, os pesquisadores acreditam que as causas do transtorno estão relacionadas a alguma desordem pré-natal. Essas células normalmente se proliferam entre 10 e 20 semanas de gestação, mas no terceiro trimestre de gravidez, o organismo absorve uma parte delas. Alguma falha nesse processo pode ter relação com o desenvolvimento do autismo.
      Fonte: [http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/noticia/2011/11/estudo-liga-excesso-de-celulas-cerebrais-autismo.html]

      O que causaria estas alterações nos cérebros das crianças ainda é um mistério para a ciência oficial, mas minhas análises levam a dois mecanismos fundamentais:
      1. Presença de metais pesados no organismo da mãe gestante, em particular Mercúrio, Chumbo e Níquel: http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2006/09/25/26961-estudo-mostra-chumbo-em-leite-materno.html.
      2. Presença de agrotóxicos no organismo da mãe gestante: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/892662-estudo-aponta-agrotoxico-em-leite-materno-em-mt.shtml.

      Por isso o caminho do tratamento deve ser o mais precoce possível, retirando os possíveis metais pesados do organismo da criança, por meio da quelação, e tratar de estimular a produção de células de conexão neuronais (glia).

      Abs.

    • Bernadette Uber em 17 de abril de 2012 às 14:26
    • Responder

    Doutor,

    Preciso realmente de ajuda. Tenha alergia na pele desde que obtive depressão. Apesar de tomar medicamentos para alergia mofo e a picada de mosquitos, continuo piorando. Todos os dermatologistas dizem qu meu problema é emocional e não tem cura, em função da depressão: as feridas ficam na cabeça, na região lombrar, braço e antebraço, pernas e nádegas. Por favor que m devo procurar, o qeu devo fazer? Estou cansada de respostas do tipo: Não tem cura, aprenda a conviver com a doença, etc.

    1. Bernadette:

      As alergias são fenômenos bioquímicos do corpo de pessoas que têm tendência genética para responder com grandes liberações de histaminas (IgE) ou outros mecanismos celulares (IgG, IgA, IgM).
      As questões emocionais não causam alguma doença específica, mas podem ativar genes adormecidos, fenômeno explicado pelo Epigenética. Este efeito normalmente não é causado pelas depressões, mas principalmente pelo estresse crônico que leva à estafa e exaustão das supra-renais.
      Procure um profissional que analise você de uma forma mais ampla e complexa, que possa incluir seu histórico emocional, suas tendências genéticas e seus hábitos de vida. Alguém que possa analisar seus processos alérgicos e investigar as alergias dos tipos I, II, III e IV, ok?

      Abs.

    • Denise Munereth em 14 de junho de 2012 às 21:41
    • Responder

    Olá! Preciso de ajuda!
    Há 3 anos venho sentindo muita falta de ar e tosse constante, as vezes com secreção e muitas vezes tendo que usar antibióticos.
    Não sei se é psicologico ou não, mas de uns tempos pra cá percebi que depois de comer determinados alimentos minha falta de ar piora (principalmente depois de comer amendoim e chocolate).
    Procurei um pneumologista e nas 3 espirometrias que eu fiz uma deu normal e duas tem como resultado “asma leve”.
    Diante disso, o médico pediu uma tomografia computadorizada e no laudo consta presença de “vidro fosco” em ambos os lobos inferiores, assim como aprisionamento aéreo, acometendo o lobo inferior direito. Fiz exames de alergia (poeira, gatos etc) e deu tudo negativo.
    Diante disso o médico me deu 14 dias de antibiótico e mais 6 dias de predsim.. Enquanto eu tomava o antibiótico a falta de ar sumiu, porém depois que eu parei ela voltou com tudo!! Estou desesperada porque não sei mais o que fazer!

    O meu quadro pode ter relação com alergia alimentar

    1. Denise:

      As alergias alimentares, quando apresentam sintomas respiratórios, normalmente causam os seguintes efeitos: 1.Congestão torácica e broncoespasmo. 2.Asma e anafilaxia induzida pelo exercício. 3.Crise hipertensiva várias horas depois de ingerir um alimento reativo. 4.Palpitações, arritmias, taquicardia, aumento da freqüência cardíaca após comer. 5.Dor torácica.

      Mas os seus sintomas de falta de ar e tosse crônica aliadas ao padrão de “vidro fosco” da TAC exigem um estudo mais sério e profundo porque em uma pesquisa sobre o tema foi encontrado o seguinte:

      “O padrão em vidro fosco foi observado em 93,3% dos casos de pneumocistose e correspondeu, histologicamente, à ocupação alveolar por material espumoso contendo parasitos; em 77,7% dos casos de carcinoma bronquioloalveolar, por espessamento dos septos alveolares e ocupação de sua luz por muco e células tumorais; em 60% dos casos de paracoccidioidomicose, por espessamento dos septos alveolares, áreas de fibrose e alvéolos contendo exsudato broncopneumônico; em 50% dos casos de sarcoidose, devido à fibrose ou ao acúmulo de granulomas; e em 45,4% dos casos de fibrose pulmonar idiopática, por espessamento dos septos alveolares por fibrose.”
      Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-39842002000300016.

      Procure investigar melhor este seu caso, ok?
      Abs

    • carolina em 22 de agosto de 2012 às 18:23
    • Responder

    Dr. Paulo,

    Gostaria do contato para marcar uma consulta, venho sofrendo de urticarias desde março e queria saber sobre a possibilidade de vacinas. Aguardo contato.

    1. Olá Carolina,

      Existem diversas possibilidades de vacina. Você pode marcar consultas pelo telefone 41-33365023 com a secretária.

        • leonides em 26 de março de 2015 às 15:18
        • Responder

        dr. Paulo, não estou conseguindo contato no tel. 41 3336 – 5022 o sr. teria outro contato?

        1. Não, somente este número mesmo.
          Continue tentando, ok?

    • patricia gribel em 2 de novembro de 2012 às 1:02
    • Responder

    olá dr. paulo, td bem?

    tenho 4 filhos e três deles tem intolerância a lactose, clara de ovo e glutem ( sem ter a doença do glutem)fiz o teste.

    O que é estranho é que eles apresentam sintomas clássicos como diarreia e vomito, mas tb uma tosse que não para. a primeira filha, clara reagiu muito bem a mamadeira de peito de frango, a segunda não teve problemas com a soja mas o meu filho de 1 ano e 6 meses, simplesmente tosse com a mamadeira de peito de frango, não pode com soja e glutem…não sei mais o que fazer, ele está muito magro, ja levei em vários pediatras e não solucionei o problema… detalhe importante ele tem pe torto congenito bilateral e eu e meu marido somos primos de primeiro grau.
    agradeço alguma orientação sobre alimentação.

    obrigada,
    patricia.

    1. Patrícia:

      Em primeiro lugar, faça todos os exames de sangue de todos os RAST múltiplos :

      fx1 (Amendoim, avelã, castanha-do-Pará, amêndoa e coco)
      fx2 (Peixe, camarão, mexilhão e atum)
      fx3 (Trigo, aveia, milho, gergelim e trigo negro)
      fx5 (Clara de ovo, leite de vaca, bacalhau, trigo, amendoim e soja)

      A partir disto, fazer os RASTs individualizados para os múltiplos que deram positivo:

      f1 = Clara de ovo; f25 = Tomate; f77 = Betalactoglobulina; f2 = Leite de vaca; f26 = Carne de porco; f78 = Caseína; f3 = Bacalhau; f27 = Carne de vaca; f79 = Glúten; f4 = Trigo; f31 = Cenoura; f80 = Lagosta; f7 = Aveia; f33 = Laranja; f83 = Carne de galinha; f8 = Milho; f35 = Batata; f92 = Banana; f9 = Arroz; f37 = Coco; f93 = Chocolate (cacau); f12 = Ervilha; f44 = Morango; f202 = Castanha de caju; f13 = Amendoim; f47 = Alho; f207 = Marisco; f14 = Soja; f48 = Cebola; f208 = Limão; f17 = Avelã; f75 = Gema de ovo; f256 = Noz; f24 = Camarão; f76 = Alfa-lactoalbumina; rf287 = Feijão.

      Se nada disso der positivo, parta para a investigação das alergias tardias tipo IgG:

      http://www.alcat.com.br/
      http://www.food-detective.com.au/

      Por fim, a terceira alternativa é encontrar um médico ou nutricionista que faça o Vegatest e testar diretamente suas sensibilidades aos alimentos, ok?

      Abs.

    • Paula Oliva em 8 de novembro de 2012 às 23:26
    • Responder

    Dr. Paulo. Fiz implante dentário de titanio. Desde o dia que o dentista tirou o pino que estava dentro da gengiva e colocou o alargador, minha boca encheu de bolhinhas como se fossem alergias de contato e o céu da boca sinto um pouco inchado, minha garganta coça, tenho a sensação de queimação e coceira na garganta, fiquei de inicio rouca. Não encontrei em nenhum laboratório exame de rast de titanio para fazer. Poderia fazer um exame de dioxido de titanio? Seria igual o resultado? Foi solicitado exames de sangue e deu uma leve alteração no Ige. Isso pode ser alergia ao titanio? Ou não é possivel ocorrer? vivo com a garganta inflamada, coçando desesperadamente, desde quando o dentista tirou o “tampão”. Fui no otorrino, não visualizou nada, fui no médico de cabeça e pescoço, tb não visualizou nada. O que faço? Como tratar isso?

    1. Paula:

      As alergias orais são subdiagnosticadas por Cirurgiões Dentistas e Implantodontistas. A hipersensibilidade ao titânio pode ter incidência de cerca de 0.6%. O risco de alergia a titânio é maior em pacientes que são alérgicos a outros metais (em particular o níquel e o vanádio). Os sintomas de alergia de titânio são mais notados quando as pessoas usam joias de titânio para a perfuração do corpo ou quando as pessoas estão expostas a este metal através de implantes dentários ou endoprótese. Dependendo do processo de produção, o titânio pode conter uma pequena quantidade de níquel, e muitas pessoas são realmente alérgicas ao níquel. Assim, elas podem experimentar sintomas alérgicos. Estudos mostram que pacientes podem apresentar hipersensibilidade aos implantes que contêm titânio. Alguns pacientes desenvolvem sensibilidade de metal após a implantação de hardware ortopédico, marca-passo ou implantes dentários. Os sintomas de alergia podem variar de pessoa para pessoa e pacientes com alergia oral queixam-se de diversos sintomas, tais como: queimação ou sensação de formigamento, acompanhadas ou não de secura oral ou perda do paladar, ou de sintomas mais gerais como cefaléia, dispepsia, astenia, artralgia e mialgia. Os sinais de alergia oral incluem eritema (vremelhidão), edema labial ou placas purpúricas no palato, úlceras orais, gengivite, língua geográfica, queilite angular, erupção eczematosa perioral ou reações liquenóides localizadas na mucosa oral.

      Em alguns casos o titânio pode desencadear reações de hipersensibilidade do tipo I (também conhecida como imediata ou hipersensibilidade anafilática) ou do tipo IV (também conhecida como hipersensibilidade celular ou hipersensibilidade tardia) Estas reações a titânio poderiam ser responsáveis por casos de falência sucessiva inexplicável de implantes dentários em alguns pacientes (chamados “pacientes agrupados”).
      Titânio comercialmente puro X Liga de titânio: O Vanádio presente na liga de titânio para uso biomédico é reconhecidamente citotóxico. No entanto a liga possui excelentes propriedades biomecânicas e de corrosão para usá-la é necessário um tratamento de superfície que torne passiva esta interface. O titânio comercialmente puro é livre de vanádio. Outras ligas estão sendo estudadas para uso biomédico.

      O teste Melisa é realizado no sangue e pode identificar os potenciais casos de alergia celular (tipo IV). Na Europa é a referência em hipersensibilidade aos metais, dentre eles o titânio, mas não é útil para intoxicações por metais. A hipersensibilidade a metais é um fenômeno complexo cujas características não são ainda totalmente esclarecidas. A ajuda laboratorial na avaliação e compreensão de muitas situações clínicas justifica o crescente pedido de análises laboratoriais para identificação das suas causas. Este teste é realizado no sangue que foi científica e clinicamente avaliado para diagnosticar de forma objetiva a hipersensibilidade tipo IV ou celular. O teste MELISA® pode identificar a causa de uma reação nociva para a saúde e desencadeada por várias substâncias por nós utilizadas tais como conservantes de vacinas, ou ainda metais de materiais dentários tais como o mercúrio, o ouro ou o cádmio. O teste revelou que as pessoas sensíveis a estas substâncias apresentam reações locais e sistémicas. Os sintomas apresentados podem são múltiplos e podem ir desde a Síndrome de Fadiga Crónica (SFC) ou da Esclerose Múltipla (EM), a doenças dermatológicas como a psoríase e eczemas. Nas crianças que “reagem” ao timerosal, que é um componente habitual das vacinas, há o risco de alterações imunológicas no Sistema Nervoso Central com alterações do comportamento.

      Fale com o seu dentista sobre estas questões.
      P.S.: Antes que você me pergunte, desconheço alguém que faça o teste MELISA® no Brasil; site português: http://www.melisa.org/.

      Abs.

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