A versão Oficial
A “versão oficial”, ou “versão do vencedor”, como dizia meu pai tem aqui dois vieses: 1. A da OMS, que classificou a gripe H1N1 como nível 6 de pandemia e já chegou a declarar que 2 bilhões de pessoas serão infectadas por este vírus, numa expectativa de morte de até 1% dos casos; e 2. A dosgovernos, que sempre procuram atenuar o pânico coletivo e enfatizar as medidas profiláticas contra a contaminação em massa da população. O consenso mundial diz o seguinte: [1]
1. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a gripe suína é causada pelo vírus influenza A (H1N1) que não havia circulado antes entre seres humanos. Não há informações de pessoas que foram infectadas pelo vírus ao ter contato com porcos ou outros animais, e não se sabe qual a localidade de origem do vírus.
2. O vírus influenza A da gripe suína já se espalhou por todas as regiões do mundo, atingindo principalmente a América do Norte. Os Estados Unidos concentram o maior número de casos e de mortes, seguidos pelo México – considerado o epicentro da doença.
3. No dia 11 de junho, a OMS anunciou que a doença atingiu o nível de pandemia (nível 6 = epidemia generalizada). O termo tem relação apenas com a ampla distribuição geográfica do vírus, e não com a sua periculosidade.
Conheça a escala de alerta de pandemias da OMS:
Fase 1: Nenhum vírus circulando entre animais afetando humanos.
Fase 2: Vírus de gripe animal causa infecções em humanos e é considerado ameaça potencial de pandemia.
Fase 3: Gripe causa casos esporádicos em humanos, mas não há transmissão significativa entre humanos.
Fase 4: Verificação de transmissão entre humanos capaz de causar surtos em comunidades; aumento significativo no risco de pandemia. O nível de alerta grau 4 sinaliza que o vírus está mostrando a capacidade de ser transmitido entre humanos, com a possibilidade de causar surtos em comunidades.
Fase 5: Transmissão entre humanos em pelo menos dois países; forte sinal de pandemia Iminente.
Fase 6: O vírus se espalha por outro país em outra região; pandemia global em andamento. [2]
4. A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é diferente do H1N1 totalmente humano que circula nos últimos anos, por conter material genético dos vírus humanos, de aves e suínos, incluindo elementos de vírus suínos da Europa e da Ásia.
5. A doença é transmitida de pessoa para pessoa como a gripe comum e pode ser contraída pela exposição a gotículas infectadas expelidas por tosse ou espirros, e também por contato com mãos e superfícies contaminadas.
6. Os sintomas em humanos são parecidos com os da gripe comum e incluemfebre acima de 38°C, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas com a gripe suína também relataram ter apresentado catarro, dor de garganta, dificuldade respiratória, dores musculares e nas articulações, cansaço, náuseas, vômitos e diarréia em alguns casos.
7. Os vírus da gripe suína não são transmitidos pela comida. O governo mexicano e a OMS (Organização Mundial de Saúde) descartaram qualquer risco de infecção por ingestão de carne de porco. De acordo com o CDC, a temperatura de cozimento (71ºC) destrói os vírus e as bactérias.
8. A gripe suína é caracterizada pelos sintomas da gripe comum, mas pode causar vômitos e diarréia mais graves. A gripe comum mata entre 250 mil e 500 mil pessoas a cada ano, principalmente entre a população mais velha. A maioria das pessoas morre de pneumonia, e a gripe pode matar por razões que ninguém entende. Também pode piorar infecções por bactérias.
9. Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório. Entretanto, algumas pessoas, principalmente crianças, podem espalhar o vírus por dez dias ou mais.
10. Grandes empresas farmacêuticas e órgãos de vários governos estão desenvolvendo vacinas contra o novo tipo de gripe, mas ainda não há comercialização do produto, ainda em fase de testes. As vacinas devem começar a ser vendidas no segundo semestre de 2009. As vacinas normais contra a gripe são alteradas todos os anos para incluir imunização contra novas variedades de vírus. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina existente para humanos é para uma cepa anterior ao vírus, com o qual não é tão eficaz. Mas como os casos confirmados de mortes atingiram adultos, é possível que as pessoas mais vulneráveis –crianças e idosos– tenham se beneficiado por serem alvo de vacinação mais regularmente que os adultos jovens.
11. Não se sabe se a vacina contra a gripe comum tem eficácia contra a gripe suína. Pode haver uma prevenção, ainda que parcial, se considerado o fato de que os casos no México ocorreram principalmente com adultos jovens. Lá, crianças de até 3 anos e adultos com mais de 50 vacinam-se rotineiramente contra a gripe humana.
12. Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC.
13. Assim como no ser humano, os vírus da gripe sofrem mutação contínua no porco, um animal que possui, nas vias respiratórias, receptores sensíveis aos vírus da influenza suína, humana e aviária. Os porcos tornam-se incubadoras que favorecem o aparecimento de novos vírus gripais, através de combinações genéticas, em caso de contaminações simultâneas. Esses tipos de vírus híbridos podem provocar o aparecimento de um novo vírus da gripe, tão virulento como o da gripe aviária e tão transmissível como a gripe humana.
14. A prevenção se faz com máscaras, lavando sempre as mãos, usando álcool gel 70% e evitando locais com muita gente.
15. O tempo de incubação é em média varia de 24 horas a três dias. E o vírus Influenza pode ser transmitido por alguém até 24 horas antes de essa pessoa apresentar os sintomas.
16. Os grupos mais suscetíveis são as pessoas com alguma doença crônica ou deficiência imunológica.
O Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde relata o número de mortes no Brasil, atualizado em 05/07/09 e 07/08/09:
2.959 casos notificados
Mortes:
RJ = 14 => 33
SP = 38 => 69
PR = 15 => 39
RS = 28 => 49
SC = 5
MG = 3
PB = 1 => 2
PE = 1
BA = 1
GO = 1
Total de mortes = 96 => 203 [3]
Em relação a estas questões das mortes pelo H1N1, vejamos as principais causas de morte no Brasil:
Dados do ano de 2000, obtidos no site do DATASUS mostram as 10 principais causas da morte extraídas das Declarações de Óbito: [4]
Causas da Morte Agrupadas e Classificadas pela CID-10 | Ocorrências |
1. Doenças do coração | 197.031 |
2. Neoplasias (Câncer) | 120.493 |
3. Doenças cerebrovasculares | 84.688 |
4. Mortes sem assistência médica | 78.662 |
5. Sintomas, sinais e achados anormais clínicos e laboratoriais | 54.450 |
6. Agressões | 45.343 |
7. Diabetes mellitus | 35.280 |
8. Doenças crônicas das vias aéreas inferiores | 33.707 |
9. Acidente de transporte | 29.640 |
10. Pneumonia | 29.345 |
A Revista Superinteressante deste mês de agosto mostra um infográfico com as causa mortis no mundo, totalizando 57 milhões por ano: [5]
Doenças | Valor |
Cânceres diversos (Boca, fígado, mama, próstata) | 20% |
Problemas cardíacos | 17% |
Derrames cerebrais | 10% |
Doenças contagiosas (Sífilis, meningite, hepatite, bactérias) | 8% |
Pneumonia | 7% |
Acidentes (quedas, envenenamento, afogamento) | 6% |
AIDS | 5% |
Complicações no parto | 4,5% |
Diarréia | 3% |
Tuberculose | 3% |
Acidentes de carro | 2% |
Câncer de pulmão | 2% |
Diabetes | 2% |
Malária | 2% |
Câncer de estomago | 1,5% |
Suicídio | 1,5% |
Cirrose | 1,5% |
Assassinato | 1% |
Nefrite | 1% |
Câncer retal | 1% |
Sarampo | 1% |
História das maiores epidemias no mundo:
1. A gripe espanhola (entre 1918 e 1919), liderando com no mínimo 40 milhões de mortos.
2. A gripe Asiática (entre 1957 e 1958) causou mais que 4 milhões de mortes.
3. A gripe de Hong-Kong (entre 1968 e 1969), causou a morte de mais de 2 milhões de pessoas.
4. A SARS (em 2002) que conduziu à morte mais de 800 vítimas.
5. A gripe aviária com a cepa H5N1, que matou mais de 250 pessoas e ainda continua fazendo vítimas.
6. A respeito das epidemias de gripes sazonais que nós conhecemos hoje, elas envolvem a morte de 250.000 a 500.000 pessoas por ano.
Questões brasileiras em relação à detecção do Vírus H1N1:
Vírus H1N1 já é predominante em 60% dos exames
O Ministério da Saúde informou que o vírus H1N1 foi detectado em 60% dos exames de diagnóstico para vírus respiratório feitos desde abril nos três laboratórios de referência do Brasil – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz\/RJ), Instituto Evandro Chagas (IEC\/PA) e Instituto Adolf Lutz (SP). Dados analisados até a semana passada pelo ministério indicam semelhança entre a gravidade dos casos de influenza A e de gripe comum ou sazonal no Brasil. Dos 1.566 casos confirmados para a nova influenza A no país entre 25 de abril e 18 de julho deste ano, 14,2% apresentaram dificuldade respiratória moderada ou grave, além de febre e tosse – sintomas compatíveis com a definição de síndrome respiratória aguda grave. No mesmo período, das 528 pessoas com diagnóstico da gripe sazonal, 17% evoluíram para esse mesmo quadro. [6]
ANVISA: exames de gripe A são “condenáveis”
Diretor da agência diz que 50% dos resultados negativos para laudo da contaminação são “falsos” em testes rápidos
Atual diretor da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e ex-ministro da Saúde Agenor Álvares disse ontem que 50% dos resultados negativos em testes para diagnosticar a gripe suína são “falsos negativos”, ou seja, são incapazes de revelar a existência da doença, caso o paciente esteja infectado.
A afirmação foi feita durante o primeiro painel nacional sobre influenza, realizado em Brasília. “O {teste} não é um exame conclusivo. Não sendo conclusivo, fica muito temeroso você afirmar que não é um caso de gripe. O teste é altamente condenável”, disse.
Vacina
O Brasil deverá receber 18 milhões de doses da vacina contra a influenza A (H1N1) até abril de 2010. Serão 1 milhão de doses prontas até dezembro deste ano e, no primeiro trimestre do ano que vem, o restante será processado pelo Instituto Butantã.
A informação foi dada pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, na tarde de ontem, durante seminário em Brasília sobre a gripe. “As vacinas não poderão ser comercializadas”, disse o secretário. Segundo ele, as doses deverão entrar no calendário de vacinação sugerido pelo ministério.
Além dos 18 milhões iniciais, o número pode aumentar mais 15 milhões caso a OMS (Organização Mundial de Saúde) autorize o Brasil a diminuir a vacina sazonal da gripe comum. Ela seria, em partes, substituída pela vacina da H1N1.
Enquanto as vacinas não chegam ao País, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) afirmou que o medicamento contra a gripe, o Tamiflu, continuará não sendo distribuído em farmácias.
“Algumas pessoas criticam porque o medicamento não está disponível na farmácia para toda e qualquer pessoa que tiver uma receita médica. A resposta é que teríamos uma corrida às farmácias da população com maior poder aquisitivo, porque o medicamento é caro. Comprariam o medicamento para estocar. Para fazer uso profilático, que é contra-indicado. Para fazer uso preventivo, que é contra-indicado”, disse o ministro.
Segundo Temporão, o ministério irá controlar a distribuição dos medicamentos aos Estados conforme a necessidade de cada um.
Doença é 60% dos registros
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou ontem que, embora cause menos mortes do que a gripe comum, a influenza A (H1N1) representa 60% dos casos de gripe no País. Segundo Temporão, nos próximos dias há uma tendência “natural” de aumento no número de casos. “O vírus está se disseminando”, disse. Mas garantiu que o sistema público de saúde está bem preparado, inclusive com estoque adequado de medicamento.
O ministro também explicou que, com a disseminação da doença e com a semelhança nos sintomas e no tratamento, a exigência de testes para diferenciar as gripes é desnecessária. “Esse exigir o exame é outro disparate. O primeiro é o uso indiscriminado do medicamento Tamiflu. Nenhum país está mais fazendo isso. É uma medida irresponsável do ponto de vista de gasto e impossível, do ponto de vista logístico. Só tem uma empresa que fabrica o kit no mundo e ela não tem sequer condições de oferecê-lo a todos os governos.” O ministro evitou fazer críticas à Defensoria Pública da União no Rio. [7]
OMS prevê que gripe suína afetará 2 bilhões; mortes chegam a 1.154
Os infectados pela gripe suína — como é chamada a gripe A (H1N1) — já chegam a 162.380 casos, segundo o mais recente balanço da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado nesta terça-feira. Desse total, 1.154 pessoas morreram. A organização informou ainda que, até o final da pandemia (epidemia generalizada), a doença irá afetar mais de 2 bilhões de pessoas. Até agora, 168 países dos cinco continentes reportaram casos da gripe.
No boletim, a OMS esclarece que o total de casos ‘subestima o número real de afetados’, já que os países não recebem instruções da organização de reportar cada caso individual e muitas pessoas podem ter o vírus sem perceber por não apresentarem sintomas.
Embora o H1N1 seja altamente contagioso, a organização voltou a afirmar que ele tem efeitos moderados.
“No final da pandemia, entre 15% e 45% da população mundial terão sido infectados pelo vírus. O número de 30% constitui a estimativa média, e isto corresponde a cerca de 2 bilhões de pessoas”, afirmou a porta-voz da OMS, Aphaluck Bhatiasevi.
O balanço divulgado nesta terça-feira toma como base os escritórios regionais da organização. Segundo o informe, as Américas são as mais afetadas pela doença, com 98.242 casos e 1.008 mortes.
Em seguida vêm o Pacífico Ocidental, com 26.661 casos e 39 mortes; a Europa, com 26.089 casos e 41 mortes; o Sudeste Asiático, com 9.858 casos, 65 mortes; o Mediterrâneo Oriental, com 1.301 casos e 1 morte, e a África, 229 casos. [8]
Gripe suína será mais forte na América do Sul em 2010, diz especialista
A segunda onda da gripe suína, denominada oficialmente gripe A (H1N1), chegará ainda mais forte à América do Sul no próximo inverno, em 2010, alerta o especialista argentino Daniel Stamboulian. Ele prevê que, nos Estados Unidos e na Europa, a doença será mais forte ainda este ano, entre outubro e novembro.
“Em geral, a segunda onda da gripe será similar à epidemia mundial da gripe espanhola, em 1918 e 1919”, explicou Stamboulian em entrevista ao jornal El País.
O especialista, que na próxima quarta-feira fará uma dissertação sobre a pandemia em um simpósio em Montevidéu, recordou que “esta variante da gripe com um vírus semelhante, antecessor ao da influenza, matou entre 50 e 70 milhões de pessoas em todo o mundo em duas epidemias anuais”.
A gripe espanhola, conhecida por este nome pelo grande número de vítimas que fez na Espanha, se disseminou em duas fases. A primeira nos Estados Unidos e na Europa e a segunda por todo o mundo — do Sudeste Asiático às Américas Central e do Sul.
Segundo o argentino, a partir de novembro deste ano haverá vacinas, mas estas não chegarão aos países latino-americanos e nem a outras regiões do mundo.
“Com a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a gripe A (H1N1) serão fabricadas mais de duas bilhões de doses para o vírus, mas a população mundial é de seis bilhões”, explicou.
De acordo com o último balanço da OMS, do dia 27 de julho, já são mais de 134 mil contágios em todo o mundo e 816 mortes. Na América do Sul, a Argentina continua a ser o país mais afetado pela doença, com 185 mortes confirmadas oficialmente. [9]
Fator de risco eleva em 3,46 o risco de morte por gripe suína
O paciente que tiver ao menos um fator de risco e contrair a gripe suína tem 3,46 vezes mais risco de morrer, segundo o Ministério da Saúde. A avaliação, divulgada nesta sexta-feira, leva em conta as pessoas que contraíram o vírus da gripe A (H1N1) e não resistiram.
“Entre as pessoas com pelo menos um fator de risco, a taxa de letalidade foi de 15,09%; entre as que não têm fator de risco, 4,36%”, informou o ministério em nota.
Grávidas, cardiopatas e hipertensos são as principais vítimas. De acordo com o ministério, 26,3% das 34 mortes registradas até dia 25 de julho eram gestantes.
As doenças respiratórias crônicas e gestação são apontadas como os principais fatores de risco tanto para vítimas da gripe suína como para a gripe sazonal.
A análise do governo aponta que o nível de gravidade dos casos da gripe suína e da gripe comum se mantém semelhante — 19% para a nova gripe e 18,5% para a sazonal. Também são semelhantes os principais sintomas apresentados pelos pacientes.
Mulheres
A análise dos casos confirmados da doença mostra que mulheres representam 56,9% dos pacientes. O percentual é superior para influenza sazonal, em relação à gripe suína, afirma o ministério.
Do total de casos registrados no país, 31,2% apresentavam ao menos um fator de risco. O ministério informou que a proporção para a gripe sazonal é de 28,2%. [10]
96% das pessoas com sintomas recebem tratamento contra a gripe comum em SP, diz secretário
Cerca de 96% das pessoas que apresentam sintomas de gripe recebem tratamento contra a gripe comum –com remédios antigripal, antitérmicos e muito líquido–, informou o secretário da Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, nesta segunda-feira.
De acordo com o secretário, a recomendação é para que os médicos prescrevam o tratamento com o Tamiflu (remédio receitado contra a gripe suína) apenas para os pacientes que se enquadram nos casos considerados de risco –como crianças com menos de dois anos, adultos com mais de 60 anos, grávidas e pessoas com problemas que possam debilitar o sistema imunológico– o que reduz a prescrição para apenas 4% dos pacientes que apresentam sintomas.
Ainda segundo Barata, os médicos que prescreverem o tratamento contra a gripe suína para as pessoas que não se enquadram neste quadro considerado de risco não serão punidos, mas precisarão justificar o porquê da prescrição do medicamento.
“É por isso que existe a ficha de prescrição que os médicos –seja da rede pública ou privada– precisarão preencher em todos os casos que receitarem o Tamiflu”, afirmou o secretário.
Ele também afirmou que não deve faltar medicamento e destacou que “o ministério já comprou o equivalente a 9 milhões de tratamento contra a gripe suína. Apenas para o Estado de São Paulo foram entregues 15 mil tratamentos no último sábado (8).”
Resistência ao remédio
Ao ser questionado sobre a descentralização da distribuição do medicamento, o secretário afirmou que são poucas as chances de o aumento dos postos com o do remédio provocar descontrole na distribuição ou a resistência do vírus contra o remédio.
Apesar disso, ele afirmou que serão feitos testes para descartar a resistência contra o Tamiflu nos casos mais graves da doença. “Nos casos de morte, ou de pessoas não apresentam melhora após o medicamento, o vírus deverá ser isolado e passará por um teste para determinar se houve resistência contra o remédio”, afirmou ele.
O secretário também destacou que a distribuição do remédio é feita de acordo com orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e, apenas, perante prescrição médica, tornando improvável a resistência ao medicamento.
Vacina
O secretário da saúde de São Paulo afirmou que o Instituto Butantã terá capacidade de produzir 5 milhões de vacinas contra a gripe suína por ano. Mas ainda não existe uma data para que essas vacinas comecem a ser produzidas.
“A cepa do vírus será enviado por um dos países autorizados ao Butantã, que vai trabalhar na produção da vacina. Depois disso, o material será enviado para o Ministério da Saúde, que deve ditar as regras de como vai acontecer a vacinação nacional”, afirmou Barata.
Ele ainda destacou que não existe uma previsão de quanto essa campanha de vacinal pode ser feita. [11]
A versão oficial que consta em todos os sites sobre vacinas para gripe diz:
Influenza: A vacinação contra o vírus da Influenza (ou gripe) tem sido a medida mais efetiva no enfrentamento do problema. Embora vista como enfermidade trivial, a gripe, na população de idosos, pode trazer conseqüências graves, representadas principalmente pelas pneumonias, devido à rapidez com que se propaga. A vacina antigripal deve ser aplicada, anualmente, pelo menos duas semanas antes do início do inverno ou do período das chuvas nas regiões mais tropicais. Estudos revelam que, nos idosos, a vacinação reduz em 50 a 60% a gravidade da doença e a incidência das complicações e em 80% as taxas de internações, além da redução no uso de medicamentos. [12]
EUA gastarão mais US$ 1 bilhão para vacinação contra nova gripe
Empresas estão testando medicamentos para prevenir infecção. Congresso já havia liberado US$ 7,7 bilhões para combater gripe A (H1N1).
Os Estados Unidos estão dispostos a gastar um bilhão de dólares em ingredientes para uma vacina contra a gripe A (H1N1). A informação foi dada neste sábado (11) pela secretária de Saúde dos EUA, Kathleen Sebelius. “O Congresso concordou com o presidente que essa é a prioridade número um, mantendo os americanos salvos e seguros”, disse ela à rede de televisão CNN.
Os gastos se somam aos 7,7 bilhões de dólares aprovados em junho pelo Congresso norte-americano para o combate da nova gripe. [13]
EUA recebem centenas de voluntários para testes de vacina contra gripe suína
Centenas de americanos apresentaram-se como voluntários em oito cidades dos Estados Unidos para receber as primeiras doses experimentais de vacina contra a gripe suína, denominada oficialmente gripe A (H1N1). O país quer acelerar os testes da nova fórmula para realizar uma campanha de vacinação em massa antes que o outono –e a queda nas temperaturas propícia à transmissão da gripe– chegue ao hemisfério norte.
Cerca de 2.800 pessoas participarão dos estudos patrocinados pelo governo americano. A Universidade de Saint Louis testará 200 adultos e 200 crianças. Separadamente, cinco empresas privadas farmacêuticas realizam estudos com fórmulas da vacina para descobrir quantas doses serão necessárias para imunizar a população.
Sharon Frey, que chefia o teste na Universidade de Saint Louis, disse que os cientistas estão trabalhando à noite e nos finais de semana para organizar os estudos e recrutar voluntários.
“Normalmente, leva um ano para fazer isso”, disse ela, especialista em doenças infecciosas. “Posso dizer que estamos trabalhando em velocidade máxima”.
Autoridades sanitárias esperam ter 160 milhões de doses disponíveis para entrega a partir de setembro, quando começa o outono.
Os estudos testarão a eficiência e a segurança de vacinas desenvolvidas por fabricantes, ajudarão a determinar a dosagem adequada e se a nova vacina poderá ser aplicada em combinação com a vacina para gripe comum.
Os participantes receberão diferentes combinações de duas vacinas para a gripe suína, feitas pelos fabricantes Sanofi Pasteur e CSL Limited, além de uma vacina para gripe comum.
Os dados serão entregues para análise da Administração de Drogas e Alimentos (FDA), órgão do governo federal.
Segundo a médica Anne Schuchat, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, é possível que o governo comece a campanha pública de vacinação antes mesmo de todos os testes serem completos.
Os EUA, contudo, devem tomar cautela com a nova vacina. Em 1976, uma campanha de vacinação foi interrompida após vários casos de pacientes com a chamada síndrome Guillain-Barre, que causa espécie de paralisação.
Embora não tenha ficado clara a relação entre o sintoma e a vacinação, o governo quer monitorar cautelosamente as pessoas que recebem a nova fórmula. [14]
EUA dizem que crianças devem estar imunes à gripe suína até inverno
O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, Thomas R. Frieden, afirmou nesta segunda-feira que as crianças americanas estarão imunes ao vírus da gripe suína, denominada oficialmente gripe A (H1N1), até novembro, quando chega o inverno. A estimativa é de que, até lá, a vacina a ser administrada em setembro comece a fazer efeito.
Em entrevista coletiva pelo telefone com o secretário de Educação, Arne Duncan, Friedman afirmou que a vacina começará a ser distribuída gradualmente para os grupos com maior risco de contágio, entre eles as crianças, especialmente aquelas entre seis meses e quatro anos de idade.
A vacina será administrada em duas doses, com duas semanas de intervalo. A expectativa é que a fórmula comece a fazer efeito 15 dias depois da última aplicação, no próximo ao Dia de Ação de Graças, 27 de novembro.
Segundo Friedman, a composição da nova vacina será “similar à da gripe comum” e, por isso, não se espera que seus efeitos secundários sejam muito diferentes dos produzidos pela vacinação contra o vírus já conhecido. [15]
Um dos pontos interessantes para observar nesta questão do vírus H1N1 é sua semelhança como o vírus H1N1 da famosa gripe espanhola e lembrarmos um fato que ocorreu em 2005:
Cientistas recriam vírus da gripe espanhola
Os cientistas que ressuscitaram o vírus da gripe espanhola disseram na quarta-feira que estão começando a entender por que ele causou uma epidemia tão mortal, com cerca de 50 milhões de vítimas fatais, e advertiram que a pandemia pode se repetir.
Eles começaram a comparar as mutações genéticas da gripe de 1918 com as que estão sendo observadas no vírus H5N1, da gripe aviária — que já matou milhões de aves, além de alguns seres humanos, na Ásia —, na esperança de conseguir prever e talvez prevenir uma pandemia semelhante.
“Achamos que tínhamos de recriar o vírus e realizar essas experiências para compreender as propriedades biológicas que tornaram a variante de 1918 tão mortal,” disse Terrence Tumpey, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) em Atlanta, que ajudou a escrever as reportagens publicadas em conjunto esta semana pelas revistas Nature e Science.
O experimento, no qual o vírus foi recriado através de um processo chamado genética reversa, com amostras do vírus de 1918, permitiu aos pesquisadores testá-lo em laboratório e em vários animais.
O estudo vai ajudar a responder dúvidas importantes, disse Jeffery Taubenberger, do Instituto de Patologia das Forças Armadas em Rockville, Maryland.
“Como o vírus passou para os seres humanos e como a pandemia começou? A segunda questão é compreender por que esse vírus em particular foi tão virulento”, disse Taubenberger a repórteres numa entrevista por telefone.
“O que podemos aprender em cima do que ocorreu em 1918 para nos prepararmos para uma futura pandemia de influenza?,” perguntou ele.
Taubenberger afirmou que é possível criar vacinas que tenham como alvo as mutações observadas na pesquisa.
A equipe utilizou fragmentos do vírus retirados de amostras preservadas das vítimas da epidemia, e também do cadáver de uma vítima retirada de um túmulo congelado no Alasca em 1998.
Com esses fragmentos, fizeram uma réplica do vírus de 1918 e trouxeram-no de volta à “vida” — os vírus não estão exatamente vivos, como os outros micróbios — combinando-o com fragmentos de vírus modernos da gripe e cultivando-o em bactérias.
“Acreditamos hoje, com a melhor interpretação dos dados disponíveis, que o vírus de 1918 era um vírus semelhante ao aviário que se adaptou nos seres humanos,” disse Taubenberger.
Isso o torna diferente dos vírus que provocaram as outras duas pandemias de gripe do século 20, em 1958 e em 1967. Naqueles casos, vários vírus de gripe trocaram genes entre si e se tornaram especialmente virulentos. “Os dados indicam que as pandemias podem se formar de mais de uma maneira,” afirmou ele.
Houve várias alterações em cada gene do vírus de 1918, disse Taubenberger, e o vírus da gripe aviária está começando a apresentar algumas dessas alterações, mas o processo parece estar no princípio, afirmou.
As conclusões reforçam a preocupação das autoridades de saúde com o vírus H5N1, que ainda não infecta os seres humanos com facilidade, mas que já matou mais de 60 pessoas em quatro países da Ásia. São necessárias apenas algumas mutações para que o vírus que matou milhões de pássaros se torne tão infeccioso e mortal quanto entre os seres humanos.
Mas agora os cientistas estão começando a entender quais são essas mutações, e podem começar a tentar produzir drogas e vacinas para combatê-las.
“Identificamos várias proteínas do vírus que foram essenciais para o desenvolvimento da doença pulmonar grave,” disse Tumpey.
A principal, afirmou, foi uma proteína chamada hemaglutinina — o “H” dos nomes dos vírus da gripe. Quando a hemaglutinina do vírus de 1918 foi substituída pela hemaglutinina da gripe moderna, o vírus resultante não foi mortal.
Uma outra proteína, a neuraminidase, sofreu mutação no vírus da gripe espanhola de modo a conseguir se replicar sob condições incomuns, talvez numa área mais profunda do pulmão que outros vírus da gripe. A neuraminidase responde pelo “N” dos nomes das gripes.
A gripe espanhola foi uma H1N1, bem diferente da H5N1, ressaltaram os pesquisadores. Eles também afirmaram que suas experiências não trazem nenhum perigo, pois estão sendo realizadas em laboratórios especiais.
Todos os vírus humanos da gripe descendem do da gripe espanhola, o que significa que as pessoas têm alguma imunidade a eles, disse Julie Gerberding, diretora do CDC. O que é perigoso em relação à H5N1, a gripe aviária, é que as pessoas não têm imunidade a ela.
Se não for o H5N1, algum outro vírus influenza com certeza causará uma pandemia, que será muito pior que a da gripe espanhola, disse Gerbeding. “A maioria dos especialistas concorda que não se trata de uma questão de ‘‘se’’ — e sim de ‘‘quando,”‘‘ disse ela.
“Essas importantes pesquisas criam novas informações e novas pistas que nos ajudam a nos preparar para a pandemia.” [16]
Pesquisadores americanos descobrem por que o vírus da gripe espanhola matou tanta gente
Pesquisadores americanos deram um grande passo na elucidação de um dos maiores enigmas da medicina do século XX – o que fez do influenza H1N1 um vírus tão letal, responsável pela pior pandemia da história, a gripe espanhola. Entre setembro de 1918 e abril de 1919, 50 milhões de pessoas morreram em todo o mundo, o equivalente a quase 4% da população mundial de então. Só no Rio de Janeiro a gripe fez 15.000 vítimas fatais em apenas um mês, entre elas o presidente Rodrigues Alves. “Com o tempo, formou-se a convicção de que o vírus matou tanta gente porque encontrou uma população abatida pela I Guerra Mundial, desnutrida, sem hospitais ou medicamentos adequados”, diz o virologista Edison Durigon, professor da Universidade de São Paulo. Esse cenário facilitou, é obvio, a disseminação da doença. Mas o que se descobriu agora é que o H1N1, não importam as circunstâncias, tem mesmo um alto poder de destruição. Isso porque a resposta imunológica deflagrada pelo vírus é tão severa que o próprio organismo passa a atacar e destruir todas as suas células. O mistério de tanta agressividade, no entanto, ainda não foi totalmente desvendado. Falta entender quais os mecanismos bioquímicos envolvidos nesse processo.
No experimento levado a cabo pelos americanos, ratos de laboratório morreram apenas seis dias depois de infectados pelo vírus. Foi constatado que nos pulmões dos animais havia uma quantidade de vírus dez vezes maior que a encontrada nos dos camundongos contaminados com as versões mais comuns da influenza. Esse fato explica por que os doentes de 1918 morriam com os pulmões congestionados e enrijecidos. Sem oxigenação, ficavam tão arroxeados que era difícil distinguir o cadáver de um branco do de um negro. “A morte chega em poucas horas. Os doentes morrem sufocados. É horrível ver esses pobres-diabos sendo abatidos como moscas”, lê-se num relato médico escrito na ocasião.
Ao longo de cinqüenta anos, estudiosos de diversos centros de pesquisa peregrinaram pelas regiões mais geladas do planeta em busca de exemplares preservados do vírus da gripe espanhola. A primeira peça desse quebra-cabeça foi encontrada no vilarejo de Brevig Mission, no Alasca, onde, em cinco dias, 72 dos seus oitenta moradores sucumbiram ao H1N1. Em 1997, no cemitério local, os americanos Johan Hultin e Jeffrey Taubenberger encontraram fragmentos do vírus no cadáver exumado de uma senhora bastante gorda. A especificação aqui do biotipo da mulher é importante porque explica as boas condições em que as partículas do H1N1 foram encontradas – o acúmulo de tecido adiposo ajudou a preservá-las da ação do tempo. De posse das amostras do H1N1, os pesquisadores deram início à reconstrução do vírus. Graças aos avanços no campo da biologia molecular e ao desenvolvimento de seqüenciamento genético, foi possível reativar o H1N1. Hoje, essa amostra está guardada num laboratório do Instituto de Patologia das Forças Armadas, em Washington, nos Estados Unidos. Foi ela que serviu de base para o experimento com os ratos.
As últimas pesquisas com o H1N1 causaram alvoroço. Alguns especialistas aplaudem o feito. Outros, porém, mostram-se reticentes. O temor é o de que, ao desenterrar o vírus dos confins gelados do Alasca e usá-lo em experiências, a ciência tenha criado uma poderosa arma biológica. Além disso, o genoma do H1N1 está arquivado no GenBank, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, uma espécie de biblioteca com informações detalhadas sobre o seqüenciamento genético das mais variadas estruturas. Ou seja, qualquer pessoa pode ter acesso às informações necessárias para a construção do H1N1. O outro receio é que deixem o vírus escapar do laboratório onde é estudado.
O risco de um acidente desse tipo vir a ocorrer é pequeno. Há duas décadas, os laboratórios onde são manuseados vírus e bactérias passaram a ter de contar com uma série de itens de segurança. Naqueles de níveis mais simples, o 1 e o 2, faz-se a análise de agentes infecciosos de baixa virulência e sobre os quais a medicina tem controle, como a Salmonella, a bactéria responsável por quadros de intoxicação alimentar. O influenza H1N1 está num laboratório de nível 3 de biossegurança, onde se trabalha com micróbios altamente patogênicos para o homem, mas contra os quais a medicina dispõe de algum controle. Nos de nível 4, estudam-se vírus como o ebola, em relação aos quais não há defesa conhecida. O acesso a esses centros é muito restrito. “Se, porventura, o vírus da gripe espanhola contaminar algum pesquisador, é fácil identificar quem esteve com ele e, assim, conter a infecção rapidamente”, diz o infectologista Luiz Jacintho da Silva, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas.
Há 146 tipos de vírus influenza. De todos, o H1N1 permanece o mais agressivo. Com o seu seqüenciamento genético, foi possível determinar que ele pulou diretamente de seu hospedeiro natural (as aves) para os seres humanos. O outro único influenza com essa característica é o H5N1, causador da gripe aviária. Recentemente, a iminência de um alastramento dessa doença entre seres humanos colocou o mundo de prontidão. O avanço das pesquisas sobre o vírus da gripe espanhola deve auxiliar na decifração do mecanismo de ação do H5N1.
Os pesquisadores americanos recriaram o vírus H1N1 em laboratório e infectaram ratos. Os principais achados dessa experiência foram:
• A resposta imunológica deflagrada pelo vírus da gripe espanhola foi muito severa, o que levou o organismo dos animais à falência
• Entre o primeiro e o terceiro dias de infecção, a quantidade de partículas do vírus nos pulmões dos ratos contaminados era 10 vezes maior do que nos dos animais infectados por outros tipos de vírus da gripe
• As cobaias contaminadas pelo H1N1 perderam 13% do peso corporal em dois dias de infecção
• 100% dos ratos infectados pelo vírus da gripe espanhola morreram no sexto dia de infecção [17]
E para fomentar a paranóia coletiva, a OMS lançou seu último recurso: assustar todo mundo e depois tirar o time de campo:
OMS contabiliza mais de 177 mil casos de gripe no mundo, com 1.462 mil mortes
Agência de saúde da ONU não oferece mais dados país por país.
Própria entidade reconhece que número não representa realidade.
O número de pacientes com a nova gripe é de 177.457 mil em mais de 170 países do mundo, segundo os dados mais recentes, divulgados nesta terça-feira (11/08) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Deste número, 1.462 mil pessoas morreram desde o surgimento do vírus A (H1N1), em abril, o que representa um aumento de 308 mortes desde o último balanço publicado pela OMS, há uma semana.
No entanto, a própria porta-voz da OMS Fadela Chaib lembrou que o número de pessoas infectadas oferecido pela organização não é representativo da realidade, já que os países não têm mais que comunicar sobre cada caso. A grande maioria das ocorrências é leve e não são feitos exames de laboratório para confirmar a existência do vírus.
Dentro da política atual da OMS de dar números mais globais sobre a nova gripe, a organização não oferece mais os dados país por país em seu site. [18]
OMS decide parar de contar novos casos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou, nesta sexta-feira, que não irá mais contabilizar os números de pessoas infectadas pela gripe suína. De acordo com a entidade, a pandemia está se espalhando pelo mundo de maneira muito rápida e, por isso, a Organização irá se concentrar em atualizar as informações de novos países onde o vírus Influenza A (H1N1) tenha chego. “A OMS não irá mais divulgar tabelas globais com os números de casos confirmados em todos os países”, diz o comunicado.
“Nas pandemias do passado, os vírus de influenza precisaram de mais de seis meses para se espalharem tanto quanto o vírus da gripe A se disseminou nas últimas seis semanas”, diz o texto. A agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu aos países que ainda não foram afetados pela enfermidade que, caso isso venha a acontecer, informem à OMS o quanto antes. A entidade solicitou ainda que os locais que já foram afetados “monitorem de perto os acontecimentos incomuns”.
Alguns exemplos disso são a eclosão de infecções graves os fatais ou desvios de padrão que possam ser associados a um eventual agravamento da doença. O último boletim da OMS apontava que cerca de 95.000 pessoas tenham sido vítimas da gripe suína, sendo que 429 morreram em decorrência da pandemia. Contudo, esse número está muito desatualizado, pois a Grã-Bretanha calcula que só na última semana, 55.000 novos casos da doença tenham surgido no país. [19]
A última cartada oficial veio em 17 de julho de 2009, dando imunidade jurídica aos fabricantes das vacinas contra qualquer processo jurídico por efeito colateral da vacinação experimental em massa nos EUA:
A Ministra da Saúde dos EUA, Kathleen Sebelius assinou um decreto que garante a total imunidade jurídica para os fabricantes de vacinas contra a gripe suína em todos os processos criminais que possam se originar de qualquer ligação da nova vacina contra esta gripe. Além disso, este urgente programa do governo ao custo de 7 bilhões de dólares tenta lançar no mercado a vacina contra o H1N1 antes da alta estação da gripe, que começa no outono, e sem proceder com as usuais medidas de segurança. Trata-se talvez, nesta histeria oficial apoiada pelo OMS, da declaração do vírus H1N1 em pandemia mundial como algo totalmente diferente? [20]
Para concluir a versão oficial da gripe A, encontrei este texto da Drª Káthia Ribas, muito esclarecedor e otimista. Ele me faz lembrar os jornais televisivos que contam dezenas de notícias trágicas e dolorosas e deixam para a última notícia um fato bom e bonito, para fechar o programa com um “boa noite”:
“Queridos amigos:
Devo ter esquecido alguns, repassem também aos conhecidos.
Tenho recebido perguntas e informações, as mais diversas das mais diversas fontes, muitas delas alarmistas… e temos que ser realistas.
Apesar de estar em férias, dediquei esta última semana para uma intensa participação e pesquisa junto a todas as entidades oficiais competentes sobre o assunto, e não tenho motivos para achar que elas estejam ocultando ou minorando a real dimensão do problema.
Estive com o Secretário Estadual de Saúde, participei da reunião do Ministério da Saúde, conversei com a s autoridades da Vigilância Sanitária, SAMU e Secretaria Municipal de Saúde, além de epidemiologistas e infectologistas.
Não satisfeita, liguei para o CDC (Centro de Controle de Doenças em Atlanta), onde trabalha uma colega minha de turma.
A situação atual é a seguinte:
O vírus H1N1 já ultrapassou a barreira inicial, circula livremente entre nós, veio para ficar. Nesta 1º onda do vírus no Brasil, calcula-se que 70.000.000 de brasileiros terão contato com ele até final de setembro.
Das atuais viroses respiratórias presentes no sul do país, 60% já são do novo vírus, isto é, das pessoas com gripe que falamos ou que circulam na rua, ônibus, bares, igrejas clubes, etc., mais da metade já tem o novo vírus… Isto é uma projeção estatística, ou seja, não há mais capacidade para se fazer exame de todos os suspeitos.
A condução dos casos será como da gripe comum, e somente os casos graves ou em grupos de risco haverá dispensação da medicação antiviral.
O vírus H1 N1 tem maior transmissibilidade que o vírus influenza, mas temMENOR PATOGENICIDADE, OU SEJA, MATA MENOS QUE A GRIPE COMUM… Acontece que ele tem tropismo por organismo com alguma brecha imunológica que comprometa as defesas habituais, então ele pode ser potencialmente mais agressivo em pacientes com: nutrição inadequada, más condições de higiene, cardiopatas e pneumopatas crônicos, asmáticos graves, renais crônicos, diabéticos, obesos mórbidos, pessoas em tratamento com imunossupressores (corticóides, tratamento para câncer) e doenças degenerativas.
Em pessoas hígidas, dificilmente haverá complicação, e, volto e frisar, a MORTALIDADE É MENOR QUE O VIRUS INFLUENZA.
Em 2008, só no mês de julho, 4500 pessoas morreram de gripe comum no Brasil. Estamos com 47 mortes pelo novo vírus em 18 dias de circulação…
Temos que estar ALERTAS, isto sim, pois é um vírus novo, pode sofrer mutações, e ainda estamos aprendendo a conviver com ele.
Por enquanto o importante é: boa alimentação, SUCOS DE FRUTAS, ÁGUA, ÁGUA DE COCO, VERDURAS, AMBIENTES AREJADOS, HIGIENE ADEQUADA DE MÃOS E VIAS AÉREAS, LAVAGEM DE MÃOS VÁRIAS VEZES AO DIA. ALCOOL PODE SER USADO EM SUPERFICIES POTENCIALMENTE CONTAMINADAS (MESAS DE CONSULTÓRIO, LOCAIS ONDE PESSOAS TENHAM ESPIRRADO, (mas sem maiores neuras, por favor, teremos que conviver alguns meses com este vírus, como os tantos outros de gripe…)
As Máscaras continuam recomendadas para quem está com quadro gripal, em respeito aos outros, e em alguns serviços de Pronto Atendimento, para as equipes de Saúde… nada de sair pela rua e shoppings com máscara e vidro de álcool gel na mão, precisamos de bom senso, tranqüilidade é pés no chão.
Evitar locais fechados, aglomerações shoppings, cinemas, bares, chimarrão e narguille, pelo menos nos próximos 15 dias, enquanto o vírus está em “curva ascendente”…
Depois, é vida normal. O antiviral – Tamiflu – só será disponibilizado pela SMS para os casos comprovadamente graves, não tomem para qq gripe, pois aumenta a resistência do bicho…
Em 99,85% dos quadros de H1 N1 a evolução será ABSOLUTAMENTE BENIGNA, ou seja, portados assintomático, sintomas leves ou moderados, perfeitamente tratados com: cama e sintomáticos (repouso por 5 dias está mais que suficiente).
O afastamento das aulas é muito mais uma medida tranqüilizadora para os pais, enquanto as equipes das escolas são adequadamente preparadas para receberem os estudantes e conviverem com a nova doença.
As 2 gripes estão ai, os sintomas são idênticos, não há porque saber se é gripe A ou influenza, a conduta será igual, e evoluirá geralmente bem.
Tivemos mortes, sim (porém 3 das mortes da semana passada acabaram se confirmando como da influenza, e não da gripe A).
Alguns jovens saudáveis faleceram sim, mas na grande maioria, mesmo nos jovens, havia algum fator basal predisponente: acompanhei 3 casos: 1 criança do interior (desnutrida); 1 adulto com 33 anos (cirrose) e 1 senhora de 54 anos (asmática grave).
Portanto, amigos, muita cautela na transmissão de informações: A CALMA É FUNDAMENTAL, OS CUIDADOS GERAIS TAMBÉM. DEVEMOS ESTRA ALERTAS, MAS TEMOS QUE SEGUIR A VIDA COM NORMALIDADE, PORQUE A GRIPE SAZONAL MATA MUITO MAIS QUE ESTA E NUNCA TEVE ESTA DIMENSÃO DE ALARME.
Evitem lotar os hospitais com casos leves, só em casos de febre = ou > de 38ºC (este é o fator patognomônico!!), dor de garganta ou dificuldade respiratória as pessoas deverão procurar os postos de Saúde.
Estamos conectados diariamente com a SMS, SESA e Central de Leitos, qualquer alteração na condução dos casos ou orientações gerais, haverá ampla divulgação.” [21]
[1] [http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u556537.shtml]
[2] Vírus de gripe suína não pode mais ser contido, diz OMS. Escrito por BBC – Brasil. Ter, 28 de Abril de 2009. Fonte:
[3] [http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u598181.shtml] e [http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1234112-16726,00-SAIBA+ONDE+OCORRERAM+AS+MORTES+PELA+NOVA+GRIPE+NO+BRASIL.html]
[4] Fonte: MS/Secretaria de Vigilância em Saúde – Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) [http://atestadodeobito.unifesp.br/tela.php?numero=5]
[5] Superinteressante Nº 268 – Agosto 2009 – p. 84.
[6] Fiocruz produz o primeiro lote de antiviral para o tratamento da gripe – Natanael Damasceno [http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/clipping/julho-2009/virus-h1n1-ja-e-predominante-em-60-dos-exames]
[7] 04/08/2009
[http://www.dm.com.br/materias/show/t/anvisa_exames_de_gripe_a_sao_condenaveis]
[8] 04/08/2009 [http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u604791.shtml]
[9] 03/08/2009 [http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u604036.shtml]
[10] 31/07/2009 [http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u603304.shtml]
[11] 10/08/2009 [http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u607564.shtml]
[12] Vacinação: uma questão importante para os idosos – Roudom Ferreira Moura
[13] 12/07/2009 [http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1227247-16726,00.html]
[14] 10/08/2009 – da Associated Press, em St. Louis (EUA)
[http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u607715.shtml]
[15] 10/08/2009 [http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u607839.shtml]
[16] 05 de outubro de 2005 [http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI696010-EI238,00.html]
[17] Revista Veja on-line. Fontes: revista Nature, Edison Durigon, virologista, e Luiz Jacintho da Silva, infectologista[http://veja.abril.com.br/181006/p_116.html]
[19] 17 de julho de 2009 [http://veja.abril.com.br/noticia/saude/oms-decide-parar-contar-novos-casos-485115.shtml]
[20] [http://www.inacreditavel.com.br/novo/mostrar_artigo.asp?id=462] e [http://www.google.com/hostednews/ap/article/ALeqM5hjdCHrP82YTFser5vD6CzTK1az6wD99GH8580]
[21] Káthia Ribas CRM 9448 – Gerência do Instituto Curitiba de Saúde. Recebido por E-mail.
6 comentários
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Dr. Paulo
Ainda não tinha tido acesso a um material tão explicativo, de forma esclarecedora e ética, quanto este.
Parabéns e obrigada pelo serviço que prestou, que considero, antes de tudo, de cidadania.
Abcs
É como se diz por aí, Andréa: “Se cada um fizesse a sua parte, o mundo não teria problemas”. Abs, Paulo.
Boa pesquisa.
Excelente pesquisa….
Sanou várias dúvidas, com certeza repassarei para meus amigos….
Isto sim é cidadania e com certeza amor ao próximo….
Muito obrigado.
Repassarei essas informações aos profesores do Colégio onde trabalho.
Doc, ganhou uma fã do seu blog!!!!
Sou farmacêutica (homeopata) e estou vivendo na pele a sequência de simpatias: colar de cânfora e chá de anis-estrelado (rsrs) estão simplesmente BOMBANDO!