Efeitos colaterais dose medicamentos alopáticos

Nesta página vou colocar uma parte do 8º capítulo do meu livro “A Revolução da Medicina“, que traz o tema dos efeitos colaterais dos medicamentos alopáticos e seus níveis tóxicos e letais: [1]

03. “Considerando os riscos à saúde das pessoas submetidas a procedimentos destituídos de embasamento científico”.

Esta questão é muito séria e grave, já que influi diretamente no bem mais precioso à medicina: a saúde do ser humano.

Sigamos abaixo dois textos que apareceram no JAMA (Journal of the American Medical Association), uma das mais respeitadas revistas de medicina do mundo.

Efeitos colaterais dos medicamentos alopáticos em pacientes hospitalizados

Tempo excessivo de internamento, Custos Extras, e Mortalidade Atribuída

A morbidade e a mortalidade relacionadas aos medicamentos alopáticos têm sido estimadas como custando mais que U$ 136 bilhões por ano nos EUA. Esta estimativa é maior que o custo total dos cuidados cardiovasculares ou do diabetes nos EUA. O maior componente destes custos são os efeitos colaterais dos medicamentos alopáticos (ECMAs)*. Além disso, os ECMAs podem ser considerados os responsáveis por mais de 140.000 mortes anualmente nos EUA. Há mais de duas décadas atrás, um trabalho executado pelo Projeto Colaborativo de Vigilância de Medicamentos alopáticos de Boston estimou que aproximadamente 30% dos pacientes hospitalizados experimentaram efeitos colaterais atribuíveis aos medicamentos alopáticos e que entre 3% a 28% de todas as admissões hospitalares estavam relacionadas com ECMAs. Além disso, ECMAs fatais eram esperados em aproximadamente 0,31% dos pacientes hospitalizados nos EUA.

Os ECMAs foram o tipo mais comum de eventos adversos experimentados por pacientes no Estudo Prático de Medicina de Harvard, um estudo de mais de 30.000 hospitalizações que foram intensivamente revistas para averiguar a ocorrência de eventos adversos em muitos hospitais no Estado de New York em 1980. O estudo documentou que pelo menos 3,7% de todos os pacientes hospitalizados desenvolveram sérios, incapacitantes, e clinicamente importantes eventos adversos durante suas hospitalizações, dos quais 20% eram ECMAs.

Num estudo desenvolvido entre 01/01/90 a 31/12/93 por Classen, David C. e colab., no Hospital LDS, 91.574 pacientes foram admitidos e um total de 2.227 desenvolveram ECMAs durante este período, com uma razão de 2,43 para cada 100 admissões. O tempo médio desde a admissão até o desenvolvimento do ECMA foi de 3,67 dias, e o número médio de diferentes medicamentos alopáticos dados aos pacientes antes de eles experimentarem algum ECMA era de 12,52. Uma média de 18,39 diferentes medicamentos alopáticos foram dados aos pacientes que experimentaram um ECMA. No total, 28% destes pacientes desperdiçaram tempo em uma unidade de tratamento intensivo, e a média de tempo gasto por aqueles pacientes numa UTI foi de 4,7 dias. Os principais medicamentos alopáticos causadoras foram morfina, digoxina, meperidine, oxycodone e acetaminofem, imipenem, cefazolina, warfarina, e vancomicina. Os tipos principais de ECMA foram prurido, naúseas/vômitos, erupções cutâneas, tonturas, febre, insuficiência renal, confusão, e arritmia.[2]

Os Custos dos Efeitos Colaterais das Medicamentos Alopáticos em Pacientes Hospitalizados

Os eventos adversos que ocorrem durante a hospitalização são comuns: eles foram identificados em 3,7% dos pacientes hospitalizados em New York no Estudo Prático de Medicina de Harvard. Os medicamentos alopáticos foram a causa líder dos eventos adversos, associadas em 0,7% dos pacientes hospitalizados.

Os estudos incluíram todos os adultos de dois grandes hospitais terciários em Boston, Brigham and Women’s Hospital (726 leitos) e Massachussets General Hospital (864 leitos), admitidos em qualquer uma das 11 unidades por um período de 6 meses entre 02 e 07 de 1993.

RESULTADOS

Durante o estudo, houve 247 ECMAs, dos quais 70 (28%) foram evitados. De todos os ECMAs, 57% foram julgados significativos, 30% sérios, 12% ameaçadores à vida, e 1% fatal. Analgésicos (30%) e antibióticos (30%) foram os responsáveis pelas maiores porcentagens de ECMAs inevitáveis, seguidos de agentes antineoplásicos (8%) e sedativos (7%). [3]

E o que é mais curioso e estupefaciente de tudo isso é que os estudos acima não foram realizados apenas por “considerar os riscos à saúde das pessoas submetidas a procedimentos médicos sob embasamento científico”. O objetivo principal dos mesmos está bem claro em seus próprios textos:

Objetivo: Determinar o tempo excessivo de internamento, os custos extras, e a mortalidade atribuída aos efeitos colaterais dos medicamentos alopáticos (ECMAs) em pacientes hospitalizados.

Conclusão: O período de internação e os custos de hospitalização por ECMAs são substanciais. O ECMA está associado com um período de internação significativamente prolongado, um aumento da carga econômica e um aumento de quase duas vezes no risco de morte. [4]

Objetivo: Avaliar a utilização do recurso adicional associado com os efeitos colaterais dos medicamentos alopáticos (ECMAs).

Conclusão: Os custos substanciais dos ECMAs aos hospitais justificam o investimento em esforços para prevenir estes eventos. Além disso, estas estimativas são conservadoras porque elas não incluem os custos de lesão dos pacientes ou custos de peculato*. [5]

Ou seja, a questão é prioritariamente econômica, e não humana! Veja a continuação dos estudos acerca desta questão econômica:

O custo anual nacional de morbidez e mortalidade relacionados às medicamentos alopáticos foi recentemente estimado em U$ 76,6 bilhões, sendo a maioria (U$ 47 bilhões) relacionados às admissões hospitalares associadas com terapia com medicamentos alopáticos ou pela falta de terapia adequada. Para comparação, o custo de todos os tratamentos de diabetes tem sido estimado em U$ 45,2 bilhões. [6]

Preste atenção novamente a esta frase: “Os Efeitos Colaterais dos Medicamentos Alopáticos podem ser considerados os responsáveis por mais de 140.000 mortes anualmente nos EUA”! Isto considerando apenas os EUA, onde as estatísticas são confiáveis. E se somarmos todo o planeta, a que cifras astronômicas chegaríamos? Por isso, peço a todos os colegas alopatas, e em especial àqueles que compõem a Diretoria do CFM, que meditem sobre o tema dos “riscos à saúde das pessoas submetidas a procedimentos destituídos de embasamento científico”.

Para reforçar esta reflexão, vamos observar alguns efeitos colaterais descritos nas bulas de alguns medicamentos alopáticos, em comparação com as estatísticas citadas nos trabalhos de pesquisa americana:

E*: Tonturas e cefaléias foram os efeitos mais comumente relatados. Fadiga e astenia ocorreram em 2% a 3% dos pacientes. Outros efeitos colaterais foram observados em menos de 2% dos casos e incluíam hipotensão, hipotensão ortostática, síncope, náuseas, diarréia, cãibras musculares, erupção cutânea e tosse. Foram relatados raros casos de edema angioneurótico com edema da face, da língua e da glote, associados à dispnéia.

C*: Dermatológicos: Erupções cutâneas, freqüentemente com prurido e algumas vezes com febre, artralgia e eosinofilia, ocorreram em cerca de 4 a 7 % dos pacientes. Cardiovasculares: Poderá ocorrer hipotensão. Taquicardia, dores no peito e palpitações foram observadas em aproximadamente 1% dos pacientes. Angina pectoris, infarto do miocárdio, síndrome de Raynaud e insuficiência cardíaca congestiva ocorreram em taxas #0,3% dos pacientes. Parada cardíaca, acidente/insuficiência cerebrovascular, distúrbios de ritmo, hipotensão ortostática, síncope.

M*: Alterações hidroeletrolíticas: Retenção de sódio e água, insuficiência cardíaca congestiva, perda de potássio, alcalose hipocalêmica, hipertensão. Alterações osteomusculares: Fraqueza muscular, agravamento dos sintomas da miastenia gravis, osteoporose, necrose asséptica da cabeça do fêmur e do úmero, fratura patológica de ossos longos e vértebras, ruptura do tendão. Alterações gastrointestinais: Úlcera péptica com possível perfuração e hemorragia, pancreatite, distensão abdominal, esofagite ulcerativa. Alterações neurológicas: Convulsões, aumento da pressão intracraniana com papiledema, vertigem, cefaléia. Alterações endócrinas: Irregularidades menstruais, insuficiência supra-renal  ou hipofisária secundária, manifestação de diabetes mellitus latente, suspensão do crescimento. Alterações oftálmicas: Catarata subcapsular posterior, aumento da pressão intra-ocular, glaucoma, exoftalmia. Alterações psiquiátricas: Euforia, depressão severa com manifestações psicóticas, alterações da personalidade, hiper-irritabilidade, insônia, alterações do humor. Outras: Reações de hipersensibilidade ou anafilactóides e reações de tipo choque ou de hipotensão.

A*: As ocorrências mais comuns são: edema (2,4%), cefaléia (2,1%), náusea (1,9%), tontura (1,5%), erupção (1,3%), astenia (1,2%). Os eventos que passamos a descrever em seguida não excederam a 1%. Cardiovasculares: Angina, arritmia, bloqueio AV (de 1º, 2º e 3º graus), bradicardia, insuficiência cardíaca congestiva, rubor, hipotensão, palpitações, síncope. Sistema nervoso: Amnésia, distúrbios da marcha, alucinações, insônia, nervosismo, parestesia, alteração de personalidade, sonolência, zumbido e tremor. Gastrointestinais: Anorexia, constipação, diarréia, alteração do paladar, dispepsia, elevações ligeiras da fosfatase alcalina, SGOT, SGPT e LDH, vômitos, aumento de peso. Dermatológicos: Petéquias, prurido, fotossensibilidade, urticária. Outras: Ambliopia, dispnéia, epistaxe, irritação ocular, hipoglicemia, congestão nasal, nictúria, dor osteoarticular, poliúria, dificuldades sexuais. [7]

Ou seja, os Efeitos Colaterais apresentados nas bulas mostram que realmente não se espera mais que 1% de casos fatais ligados diretamente ao uso dos Medicamentos Alopáticos, concordando com os estudos relatados acima: “De todos os ECMAs, 57% foram julgados significativos, 30% sérios, 12% ameaçadores à vida, e 1% fatal”! Além disso, deve-se notar que os medicamentos acima relatados fazem parte dos milhares de remédios “liberados para uso no País pelos órgãos competentes”.

Observe o comentário de um médico americano a este respeito:

“Sempre que vejo muita ordem e estrutura num sistema, tendo a procurar a desordem em alguma outra parte. Lembrem-se do que aconteceu com a Parke-Davis e o cloranfenicol, um antibiótico que ela produzia. O medicamento foi proibido nos Estados Unidos, exceto para aplicações estritamente restritas, mas a empresa continuou a comercializá-lo no Japão como um remédio contra a dor de cabeça e resfriados, e para obtê-lo não era necessário nem receita médica. Ora, foi documentado que a incidência de anemia aplástica no Japão aumentou em proporção direta às vendas desse antibiótico. Estive em outros países onde pude observar o mesmo tipo de ocorrência. No momento em que uma droga é proibida nos países industriais avançados, as companhias farmacêuticas multinacionais simplesmente passam a vendê-la em alguma outra parte de seu mercado”. [9]

É claro que o Brasil comercializa o cloranfenicol, como dezenas de outros países o fazem! Este é apenas um dentre muitos exemplos que poderiam ser citados concernentes à questão de “riscos à saúde das pessoas”, mas nossa intenção não é atacar o sistema e sim, dar algum embasamento para um questionamento mais profundo acerca das “medicinas alternativas”.


* “ADEs” no original: Adverse Drug Reactions.

* Peculato: Delito praticado por funcionário público ao se apropriar de qualquer bem, público ou particular, que tenha sob a sua guarda.

[2] JAMA, January, 22/29, 1997 – Vol 277, Nº 4, pg. 301.

[3] Ibid., pg. 307.

[4] Ibid., pg. 301.

[5] Ibid., pg. 307.

[6] Ibid.

[7] Dicionário de Especialidades Farmacêuticas 97/98. Rio de Janeiro: JBM. Obs.: Os nomes dos medicamentos foram ocultados para preservar os laboratórios.

[8] CAPRA, F. Sabedoria Incomum. São Paulo: Cutrix, 1988, p. 231.

4 comentários

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    • maria em 18 de setembro de 2010 às 6:35
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    Obrigado. Pretendia saber se o stilnox provoca amnésia? e qual a diferença entre este medicamneto e o UNAKALM, se tem o mesmo problema.

    1. As reações adversas do Stilnox, segundo sua bula, estão relacionadas com a dose e a suscetibilidade individual de cada paciente (em particular idosos), usualmente ocorrendo na hora seguinte a tomada, caso o paciente não vá para a cama e adormeça imediatamente: episódios de confusão; problemas de memória (amnésia anterógrada: dificuldade ou incapacidade de se lembrar de eventos recentes, mas consegue se lembrar, quase que perfeitamente, de eventos ocorridos anteriormente); problemas de percepção visual (alucinações hipnagógicas); sensação de vertigem, instabilidade na marcha; agitação noturna, excitação; cefaléias, pesadelos, sonolência diurna. Mais raramente foram observadas as seguintes reações: dores abdominais, náuseas, vômitos, diarréia; mal-estar, quedas e insônia com a suspensão do tratamento; erupções cutâneas, prurido e casos excepcionais de dependência.
      Já a reação adversa que mais frequentemente ocorre com o UNAKALM (ketazolam) é a sonolência (8,9%). Com menor frequência podem aparecer depressão, confusão, visão turva, vertigens, perturbações de coordenação, sensação de leveza da cabeça, aumento de peso, vários sintomas gastrintestinais e manifestações autonômicas. Tal como com outras benzodiazepinas, podem ocorrer, em casos raros e ao acaso, reações paradoxais como estimulação, agitação, dificuldade de concentração, alucinações ou outras alterações adversas do comportamento.

    • Regina Miranda Cebalho de Souza em 21 de janeiro de 2011 às 18:59
    • Responder

    Dr. PAULO!
    Foi um prazer conhecer o seu site. Parabens!
    Estou entre um grande dilema. Minha filha de 20 anos vem tendo baixas de plaquetas ha mais ou menos seis meses. Consultei uma hemato que a dignosticou com plaquetopenia cronica, ou, mais precisamente PTI – Púrpura… e pediu que consultasse um reumatologista. (porém, o nível de plaquetas dela náo está na zona de risco, oscila entre 50 e 100.000). O reumatologista, após análise dos exames, medicou minha filha com Predisona 10 mg e hidróxicloroquina 400mg, e disse que pelos exames náo poderia afirmar que minha filha tinha “lupus”, mas que provavelmente teve uma ameaça da doença que náo teve força para evoluir e por isso a importäncia de medicá-la com corticóides, por dois meses. Sei dos efeitos colaterais maléficos dos corticóides, e se a minha filha “náo tem lupus” como ele afirmou, porque medicá-la de tal forma? Os exames da minha filha indicaram uma branda anemia, plaquetas há 82.000 e fan positivo. Devo aplicar a medicaçáo a minha filha ou existe um outro tramento alternativo baseda nas medicinas náo alopáticias? Por favor me dë uma luz!

    1. Regina:
      Sua pergunta é delicada quanto à resposta, por duas razões: 1. Por não conhecer os resultados dos exames da sua filha; 2. Porque a Ética Médica me impede de interferir na atuação de outro médico: “Art. 81 – Alterar prescrição ou tratamento de paciente, determinado por outro médico, mesmo quando investido em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível conveniência para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável.”.
      De qualquer forma, de maneira genérica, a primeira coisa a ser feita é definir o que está realmente acontecendo com ela. A Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) é Auto-imune, assim como o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). O correto seria continuar com a investigação antes de entrar com um tratamento que vai mascarar os sintomas e zerar os valores laboratoriais.
      Quanto à PTI, só se indica tratamento com drogas em adultos com contagem de plaquetas muito baixa ou sob risco de sangramento grave. Pacientes com plaquetas acima de 50.000/ml só precisam de seguimento freqüente. Em relação ao LES, o procedimento do médico está correto em termos alopáticos, já que os corticóides e imunossupressores (especialmente a ciclofosfamida) são indicados nos casos mais graves.
      Outras possibilidades terapêuticas desconhecidas pelos alopatas que podem dar bons resultados são a Medicina Biológica e a Lisadoterapia, que desintoxicam o organismo e dessensibilizam o DNA na produção de auto-anticorpos.
      Abs.

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